terça-feira, 13 de julho de 2010

A PARÁBOLA DO FILHO REBELDE


“E irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto.”


O Antigo Testamento termina com o livro do profeta Malaquias dizendo o seguinte: “Eis que eu vos enviareio profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor; e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos aos seus pais; para que eu não venha e fira a terra com maldição.” (Ml. 4:5,6). Depreendemos desse enunciado o seguinte princípio: a conversão mútua do coração dos pais e dos filhos, traz bênçãos, e a não conversão traz maldição. Se somente os pais tiverem os seus corações convertidos aos seus filhos, eles terão bênção, e se somente os filhos tiverem os seus corações convertidos, eles também terão a bênção. A bênção, segundo eu a entendo, traz prosperidade espiritual e material. “Porque, se os gentios foram participantes dos seus bens espirituais, devem também ministrar-lhes os temporais.” (Rm.15:27). “E semeou Isaque naquela mesma terra, e colheu naquele mesmo ano cem medidas, porque o Senhor o abençoava.” (Gn.26:12).

Lucas começa o seu Evangelho citando as palavras do anjo Gabriel, que repete as palavras de Malaquias, mudando somente um pouco. Quando chegamos no capítulo 15 de Lucas, encontramos a parábola do filho pródigo. Nesta parábola Jesus ilustra o princípio dos corações convertidos de pais e filhos. O pai tinha o coração convertido aos seus filhos, mas os filhos não tinham os corações convertidos ao seu pai. Quando o filho mais novo pediu a herança e saiu de casa, foi um ato de rebeldia, e pelo princípio, a maldição se instalou em sua vida. Mesmo tendo saído com muitos bens, logo a maldição consumiu a sua riqueza, e caiu na pobreza, humilhação e ruina. O pai, que tinha o coração convertido aos seus filhos, em nenhum momento conheceu a pobreza, foi sempre próspero. Todavia, quando o filho se arrependeu, e voltou para casa pedindo perdão, começou logo novamente a sua prosperidade.

Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho;e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés.” (Lc.15:22). A conclusão se impõe. Tanto os pais, quanto os filhos, que tiverem seus corações convertidos, não a Deus, mas uns aos outros, a bênção se instalará e trará prosperidade. Se, porém, os pais não tiverem o coração convertido a seus filhos, receberão a maldição. Se os filhos não tiverem o coração convertido aos seus pais, receberão a maldição. Neste caso, o sentido de pais e filhos, tanto é no sentido físico, quanto no sentido espiritual. A relação de discípulo/mestre, líder/liderado, também está em consideração aqui. O pai do filho pródigo é um modelo de pai com o coração convertido. Em nenhum momento censurou o filho, mesmo estando coberto de razão para fazê-lo. A paciência e a mansidão caracterizaram todas as suas ações. E me parece que os pais têm mais obrigação de usar de paciência e mansidão com os seus filhos, em vez de invocar princípio de autoridade.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

COMO GERAR UMA GRANDE NAÇÃO

“Quanto a Ismael, eu te ouvi: abençoá-lo-ei, fá-lo-ei fecundo e o multiplicarei extraordinariamente; gerará doze príncipes, e dele farei uma grande nação.”

1. POR MEIO DO NÚMERO DOZE

Existe uma mística em torno do número doze, da qual não podemos fugir. Há até preconceito, em razão do movimento chamado de G12. Porém, com isenção, examinemos os fatos: 
  • o dia é governado por doze horas, e a noite por outras doze; o
  • ano é constituído por doze meses; 
  • doze é o número dos símbolos do zodíaco; 
  • a nação de Israel foi constituída de doze tribos, geradas dos doze patriarcas; 
  • a igreja foi gerada a partir dos doze apóstolos, escolhidos por Jesus;
  • na mitologia grega existem os doze trabalhos de Hércules; 
  • a nova Jerusalém tem doze portas e doze fundamentos; e assim vai. 
Em Gn. 17:20, Deus promete a Abraão que vai fazer de Ismael uma grande nação. 
Não é meramente uma nação, mas uma grande nação. E Deus dá uma dica de como isso será feito. Seria por meio de doze filhos que ele geraria. Creio que Deus está revelando um princípio, ou o segredo de como gerar uma grande nação. Essa promessa, feita a cerca de quatro mil anos, hoje a vemos cumprida. O povo árabe e o povo muçulmano são descendentes de Ismael. Ninguém duvida que os árabes e os muçulmanos são uma grande nação. E isso aconteceu por meio do número doze. A mesma coisa aconteceu com a nação de Israel, que foi gerada a partir dos doze filhos de Jacó. Hoje também os judeus estão espalhados pelo mundo todo, além de ter a sua própria nação. Quando Jesus quis edificar a sua igreja, Ele sabia do princípio dos doze, e por isso, escolheu doze discípulos, que são filhos espirituais. Hoje também ninguém duvida de que a igreja é um grande povo, e que está espalhada pelo mundo todo.


2. POR MEIO DE DOZE PRÍNCIPES

Quando Deus fez a promessa a Abraão, com respeito a Ismael, Ele disse que esses filhos que ele geraria, não seriam qualquer um, mas doze príncipes. “gerará doze príncipes, e dele farei uma grande nação.” Príncipe é de família real, da nobreza, tem sangue azul, por assim dizer.

a) Nobre – o príncipe é um nobre, e a Bíblia tema algo a dizer sobre nobre. “Mas o nobre projeta coisas nobres e na sua nobreza perseverará.” (Is.32:8). E ainda em At. 17:11 “Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.” Os de Tessalônica eram nobres, porque era povo de Deus, mas os de Beréia eram mais nobres. Os de Tessalônica foram movidos de inveja, para perseguirem Paulo – v.5 – e apelaram para a autoridade dos decretos de César, para aferirem o ensino de Paulo. Os bereanos foram mais nobres, porque agiram com isenção, e apelaram para a autoridade da Escritura, para aferir o ensino de Paulo. Os decretos de César são as leis do gover no civil, mas as Escrituras são os decretos do Altíssimo, que estão acima dos decretos de César. Assim deve ser o caráter desses príncipes, que são a matriz de uma grande nação.

b) Território – outra característica do príncipe é que ele tem território. “Estes são os príncipes dos horeus segundo os seus principados na terra de Seir.” (Gn.36:30). Principado é o território que o príncipe governa, é a jurisdição do príncipe. A territorialidade é uma lei da natureza. Até os animais são territoriais. Hoje já existe na teologia uma disciplina chamada de Espíritos Territoriais. Em Jo.. 12:31, Jesus diz “Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso príncipe deste mundo.” E em 14:30 “Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim.” Satanás era príncipe, e o território dele era o planeta Terra. Mas quando Jesus disse “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra” (Mt.28:18), Satanás per deu o seu território, porque Jesus tomou dele quando o derrotou. Cada príncipe deve tomar posse de seu território, tomando-o em guerra, dos atuais ocupantes.


3. O PRÍNCIPE COMEÇA COMO DISCÍPULO

Discípulo é quem segue a um mestre, para servi-lo como servo. Josué era servo de Moisés, antes de se tornar doze. “E Josué, filho de Num, servidor de Moisés, um de seus jovens escolhidos, respondeu e disse: Moisés, meu senhor, proíbe-lho.” (Nm.11:28). Depois, em Nm. 13:2, Josué, é escolhido como um dos doze espias, que são enviados por Moisés, para espiar a terra de Canaã. E em Js. 1:1 é dito que Moisés é servo de Deus, e que Josué é servo de Moisés, e que é enviado para conquistar o seu território, a terra de Canaã. Eliseu começa como servo ou discípulo do profeta Elias, e é conhecido como aquele que “derramava água sobre as mãos de Elias.” (II Rs. 3:11). Segundo Gn. 24:18, Eliseu dava de beber ao profeta Elias, antes de se tornar seu sucessor. Em João 4:7 Jesus diz à mulher samaritana “dá-me de beber.” O que significa uma chamada par a o discipulado. Em seguida, a samaritana sai para conquistar o seu território, a cidade de Sicar, na região da Samaria. E em Lc. 6:12-16, Jesus chama a matriz da igreja, revelando a seqüência Discípulo, Doze, Apóstolo. O título mais elevado no N.T. é apóstolo – I Co. 12:28 – e no Antigo Testamento é patriarca. Em Hb.7:4 Abraão é chamado de patriarca e em Gn.23:6 de “príncipe poderoso”. Para gerar uma grande nação, começa gerando doze príncipes. Mas antes de se tornar príncipe, o candidato começa na fase da infância, isto é, discípulo.


4.TEM DE SER FILHO DE ABRAÃO

Em Gn.21:13, Deus diz a Abraão: “Mas também do filho desta serva farei uma nação, PORQUANTO É TUA DESCENDÊNCIA.” Ismael era filho de Abraão, e por isso recebeu a promessa. Ser filho de Abraão, dá direito a privilégios que outros não têm. Em Hb. 2:16 é dito de Jesus: “Pois ele, evidentemente, não socorre anjos, mas socorre a descendência de Abraão.” Mas quem é filho de Abraão, a quem Jesus veio socorrer, e trazer a promessa de uma grande nação? Os judeus? Os árabes? Os cristãos? Em Gálatas 3:26-29 está a resposta: “Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa. 
Se você se encaixa nesta condição, então Deus quer fazer de você uma grande nação. Como Ismael, você tem de gerar doze príncipes, por meio do discipulado. A multiplicação de sua descendência virá em seguida, como aconteceu com Ismael, Jacó, e Jesus.