segunda-feira, 23 de novembro de 2015

FONTES DO AMOR


“Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de um coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia.” (I Tm. 1:5).
          Paulo chama a sua carta de “admoestação”, que é parangelia (em grego), e significa ordem, mandamento, comando, instrução, preceito, regra de vida. O objetivo de escrever esta admoestação, diz Paulo, é o amor. Ou seja, Paulo queria que Timóteo aprendesse sobre o amor, e ensinasse às suas ovelhas a mesma doutrina. Aliás, os escritores do N.T. falam muito do amor. Com certeza o cristianismo é a religião do amor. Não importa o que os cristãos fizeram ou estão fazendo, se não estão fundamentados no amor, estão desviados. E não é o amor ao dinheiro, que é a raiz de todos os males.  Jesus mesmo resumiu os Dez Mandamentos em dois: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o entendimento ...e...Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mt. 22:37-39). E João chega a dizer que “Deus á amor.” Mas, Paulo esclarece, para alguém tenha esse amor, há três condições. Ele deve brotar de um coração puro, de uma boa consciência, e de uma fé não fingida.
1.       Um coração puro – é um coração sem pecado, pois Jesus disse “Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.” (Mt.15:19). E Pedro disse que Deus não estabeleceu distinção alguma entre judeus e gentios “purificando-lhes pela fé o coração.”(At.15:9). Ou seja,  quando o Espírito Santo caiu sobre os gentios na casa de Cornélio, purificou os seus corações. Então, não é o batismo nas águas que purifica o coração, mas o batismo no Espírito Santo. No entanto, Pe dro diz em At. 2:38, que quando somos batizados nas águas, em nome de Jesus Cristo, os nossos pecados são perdoados. Então, o perdão dos pecados é um ato jurídico, um ato legal, como quando o juiz assina o ato de soltura de um preso, e isso acontece no batismo nas águas. Mas o batismo no Espírito Santo é um ato de fato, como quando o carcereiro abre a porta da prisão. O primeiro é de direito, o segundo é de fato. Aí temos o coração puro. Foi anelando isso, que Davi clamou, depois do seu pecado “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável.” (Sl.51:10).
2.       Uma boa consciência – é a consciência de uma pessoa que não tem pecado, ou que seus pecados foram perdoados. Essa pessoa dorme em paz, pois a consciência de nada lhe acusa. Davi passou por isso também, depois de seu pecado: “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia.” (Sl. 32:3). A rigor, somente o crente pode ter uma boa consciência, já que “todos pecaram, e foram destituídos da glória de Deus.” Mas quando o homem se converte, seus pecados são perdoados, e passa, então, a ter uma boa consciência, já que não há mais nenhuma acusação contra ele. Quando,por&eacu te;m, o crente peca, a consciência passa a incomodá-lo novamente. Por isso João diz “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.” (I Jo. 2:1). O segredo para ter uma boa consciência é o arrependimento constante, sempre que a pessoa pecar. Por isso Provérbios diz “O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessas e deixa alcançará misericórdia.” (Pv.28:13).
3.       Uma fé sem hipocrisia – ou uma fé não fingida, acontece quando o homem, não tendo pecado, não tem nada para esconder, podendo ser autêntico , sincero, e transparente. Jesus disse a seus discípulos “Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia.” (Lc. 12:1). Em outro texto a Bíblia diz “Os fariseus, que eram avarentos, ouviam tudo isto e o ridicularizavam.” (Lc. 16:14). Os fariseus não podiam ser sinceros, pois procuravam esconder do povo os seus pecados. Então, há aqui um encadeamento, pois uma pessoa só pode ter uma fé sem fingimento ou sem hipocrisia, se tiver uma boa consciência, e só pode ter uma boa consci&eci rc;ncia, se não tiver pecado, ou seja, se tiver um coração puro. Então, o amor, que Paulo estava procurando ensinar a Timóteo e às suas ovelhas, só pode brotar de uma pessoa santa, ou seja, que tem santidade, que é a ausência de pecado. “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição” (I Ts. 4:3). “e o Senhor vos faça crescer e aumentar  no amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco, a fim de que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos.” (I Ts. 3:12,13).

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O MILÊNIO


          A palavra “Xília” (pronuncia-se kília) aparece seis vezes em Apocalipse 20:1-7, e significa mil. Na verdade, a expressão completa é “Xília Étê” e significa “mil anos”. Satanás será preso por mil anos. Satanás não enganará as nações durante mil anos. Os santos reinarão na terra juntamente com Cristo durante mil anos. Os mortos sem Cristo não ressuscitarão durante os mil anos. Quando se completarem os mil anos Satanás será solto. Esse período é chamado de Milênio, e já houve época em que foi muito enfatizado, sendo seus seguidores chamados de kiliastas, por causa de Xília, mil. A questão é saber se os mil anos referidos em Apocalipse devem ser tomados litera lmente, ou em sentido figurado. Aliás, o segredo da interpretação do Apocalipse é saber o que é figurado e o que é literal. Se tomar em sentido figurado aquilo que é literal, o intérprete erra. Assim também erra, se tomar em sentido literal aquilo que é figurado. Por exemplo,  “quarenta e dois meses” (Ap.11:2) e “mil duzentos e sessenta dias” (Ap.12:6) e “um tempo, tempos e metade de um tempo” (Ap.12:14). Todos esses períodos representam a metade de sete anos. Mas deverão ser tomados literalmente? Cada contexto deve ser analisado, embora eu creia que, neste caso, devem ser tomados literalmente. Em outro texto, João viu uma mulher montada em uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres. O anjo diz: “as sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. São também sete reis.” (Ap. 17:3,9). Aliás, a revelação bíblica é progressiva, e, como Apocalipse é o último livro, contém o maior número de chaves de interpretação. Por exemplo: “as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas” (Ap. 1:20). “E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição” (Ap.17:11). “Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta durante uma hora” (Ap.17:12). E assim por diante. Voltando ao Milênio, será que há provas de sua literalidade, em outras partes da Escritura? Acreditamos que sim.
1.       Is. 2:1-4 “Palavra que, em visão, veio a Isaías, filho de Amós, a respeito de Judá e Jerusalém. Nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do Senhor será estabelecido no cume dos montes e se elevará sobre os outeiros, e para ele afluirão todos os povos. Irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do senhor e à Casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do Senhor de Jerusalém. Ele julgará entre os povos e corrigirá muitas nações; estas converterão as  suas espadas em relhas de arados e as suas lanças, em podadeiras;  uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.” Será uma descrição do Milênio? Pode ser.
2.       Zc. 14:9,11,16-19 - “O Senhor será Rei sobre toda a terra; naquele dia, um só será o Senhor, e um só será o seu nome...Habitarão nela, e já não haverá maldição, e Jerusalém habitará segura...Todos os que restarem de todas as nações que vierem contra Jerusalém subirão de ano em ano para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrar  a Festa dos Tabernáculos. Se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o Senhor dos exércitos, não virá sobre ela a chuva. Se a família dos egípcios não subir, nem vier, não cairá sob re eles a chuva; virá a praga com que o senhor ferirá as nações que não subirem a celebrar a Festa dos Tabernáculos. Este será o castigo dos egípcios e o castigo de todas as nações que não subirem a celebrar a Festa dos Tabernáculos.”
3.       Is. 11:3  “Deleitar-se-á no temor do Senhor; não julgará segunda a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos; mas julgará com justiça os pobres e decidirá com equidade a favor dos mansos da terra; ferirá a terra com a vara de sua boca e com o sopro dos seus lábios matará o perverso (II Ts. 2:8 “então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem O Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda”; Ap.19:21 “Os restantes foram mortos com a espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo.”) ...O lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão novo e animal cevado andarão juntos, e um pequenino os conduzirá. A vaca e a ursa pastarão juntas, e as suas crias juntas se deitarão; o leão comerá palha como o boi. A criança de peito brincará sobre a toca da áspide, e o já desmamado meterá a mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do senhor, como as águas cobrem o mar. Naquele dia, recorrerão as nações à raiz de Jessé que está posta por estandarte dos povos. Gloriosas lhe serão as suas moradas.”
4.       Is. 65:25 “O lobo e o cordeiro pastarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; pó será a comida da serpente. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor.”
5.       Is. 65:20 “Não haverá mais nela criança para viver poucos dias , nem velho que não cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado...porque a longevidade do meu povo será como a da árvore.”
6.       Hq. 2:14 “Pois a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar.”
7.       Ap. 20:4 “Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos.” Mt. 19:28 “Jesus lhes respondeu: Em verdade vos digo que vós, os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.”  Mt. 25:31 “Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos c om ele, então, se assentará no trono da sua glória...”

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O MINISTÉRIO DOS DIÁCONOS


          A palavra “diáconos” aparece, no Novo Testamento, em Fl. 1:1; I Tm. 3:8, 12, 13, e significa servo, administrador, garçom, ministro. Na carta aos Filipenses, está associada com a palavra “bispos”, que também significa presbítero ou ancião, e             que tem a função de apascentar, e que, portanto, pode ser pastor. Em I Timóteo, vem logo após as qualificações para ser bispo, onde também descreve as qualificações para ser diácono.  Porém, o serviço diaconal, propriamente dito, é descrito em Atos 6, onde a palavra “diácono” não aparece, mas as suas atribuições. Nesse contexto, os apóstolos estavam ameaç ados de deixar suas atividades principais, para exercer atividades administrativas, ou seja, “servir às mesas”. Eles disseram: “Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas.”(At. 6:2). E depois eles declararam “e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra.” (At.6:4). Então, está claro que os apóstolos tinham atribuições específicas, as quais eles não poderiam negligenciar, para fazer coisas que outros poderiam executar. Essas atribuições dos apóstolos eram relacionadas à oração e à palavra de Deus. Com respeito à oração, eles estavam imitando seu mestre, pois Lucas registra com respeito a Jesus: “e grandes multidões afluíam para o ouvirem e serem curadas de suas enfermidade s. Ele, porém, se retirava para lugares solitários e orava.” (Lc. 5:15,16). Com respeito à palavra de Deus, Paulo escreve: “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino.” (I Tm. 5:17). Então, a principal atividade em que devem se ocupar os líderes das igrejas é a oração e a palavra de Deus. Por isso, os diáconos foram instituídos. A igreja seguiu este modelo durante muito tempo, adotando o diaconato, que servia como auxiliar do ministério pastoral. Porém, alguns  diáconos se rebelaram contra seus pastores, o que veio trazer um estigma para esse ministério, e ele foi abandonado. Alguns pastores tem horror de diácono, achando até que foram instituídos pelo próprio diabo. Porém, sabemos que foram institu&ia cute;dos por Deus, restando saber se foi uma instituição de caráter provisório ou permanente. Não é pelo fato de que só porque alguns se comportaram  mau, devamos abolir todo o ministério. Mais uma vez devemos lembrar que Deus sabe mais do que nós, e que não é prudente desprezar algo que ele estabeleceu. Até o próprio ministério pastoral tem sofrido grande descrédito, pelo fato de alguns pastores terem se comportado mal. Será que fazemos bem jogando fora o ministério diaconal e estabelecendo outros, de nossa própria cabeça? Será que o trabalho que os diáconos deveriam realizar, está agora sendo feito pelos pastores? E se isso está acontecendo, será que os pastores estão deixando de lado os seus verdadeiros afazeres? Será que agora os pastores estão servindo às mesas? Já sabemos que o verdadeiro serviço dos pastores está centralizado na oração e na palavra de Deus. E se os pastores  estiverem ocupados servindo às mesas, certamente não terão tempo para orar nem para estudar a Bíblia. Não será essa uma das causas do enfraquecimento do ministério pastoral, e consequentemente, da fraqueza espiritual da vida da igreja? Pastores que não oram e não leem a Bíblia, não terão alimento para seus rebanhos, e as ovelhas gemem de fome. Parece até a situação do filho pródigo, de quem está escrito: “Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada.” (Lc.15:16). Também de Lázaro está escrito : “e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico”(Lc.16:21). Não será melhor repensar e v oltar para a palavra de Deus, deixando que os diáconos façam o seu trabalho e os pastores o seu? É só adotar o padrão apostólico, que diz que os diáconos deveriam ter “boa reputação, ser cheios do Espírito Santo e cheios de sabedoria” (At. 6:3). É claro que se os diáconos tinham de ter tais qualificações, que se dizer dos pastores? Então, quem mudou foram as exigências para ser oficial da igreja.  Estamos numa época em que a igreja está obcecada por números. Se ainda tivéssemos o ministério diaconal, alguns pastores estariam disputando para ver quem teria o maior número de diáconos. E aí, certamente que as exigências para ser diácono seriam certamente inferiores àquelas estabelecidas pelos apóstolos. Então, teríamos rebaixado o padrão do minist&ea cute;rio pastoral, do ministério diaconal, e, obrigatoriamente, teríamos rebaixado as exigências para ser crente. Porém, retornando ao tema do sumiço dos diáconos, ou os pastores estão fazendo o trabalho diaconal, ou criamos outro tipo de ministro para fazê-lo. Mas o modelo do Novo Testamento  está fundamentado no Antigo Testament , onde havia o povo de Deus, e os sacerdotes, que oficiavam no altar. Os levitas eram auxiliares dos sacerdotes, e, por assim dizer, eles faziam o trabalho braçal, para que os sacerdotes se ocupassem do trabalho mais qualificado, ou seja, os sacrifícios e a lei de Deus. No Novo Testamento, os pastores fazem o trabalho dos sacerdotes do A.T. , enquanto que os diáconos fazem o trabalho dos levitas. O sacrifício que os sacerdotes ofereciam, são as orações que os pastores devem oferecer a Deus.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

OS FALSOS PROFETAS


“Acautelai-vos dos falsos profetas” (Mt. 7:15).
          Jesus disse em Nazaré, cidade onde foi criado “Não há profeta sem honra, senão na sua terra, entre os seus parentes e na sua casa” (Mc. 6:4). Jesus era um verdadeiro profeta, e fazia duas coisas em Nazaré: 1. Ensinava a palavra de Deus: “Que sabedoria é esta que lhe foi dada?” (v.2). 2. Fazia milagres: “Como se faz tais maravilhas por suas mãos?” (v.2). Era o que se esperava de um verdadeiro profeta. Que falasse a palavra de Deus, ou seja, profetizasse, e que fizesse milagres, geralmente cura de enfermidades e expulsão de demônios. Jesus era um verdadeiro profeta, e era o que ele fazia em Nazaré. Com ele não havia problema, mas havia com seus conterrâneos nazarenos. Eles não criam em Jesus e no que ele fazia, em virtude de sua familiaridade com ele, po r ter sido criado em sua cidade. “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas, e Simão?” (v.3). No caso de Mateus 7:15-23, acontece  o contrário, pois os discípulos poderiam crer nos falsos profetas, que estariam fazendo as mesmas coisas que Jesus fazia: “não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?” (Mt.7:22). No contexto de Mateus, o Sermão do Monte, Jesus está prevenindo as ovelhas, seus discípulos, em virtude do caráter ingênuo das mesmas. Todo o sermão do Monte é endereçado às ovelhas. Temos de ter cuidado na interpretação da Bíblia, pois há textos dirigidos às ovelhas, e há textos dirigidos aos pastores. As três cartas pastorais de Timóteo e Tit o, por exemplo, são dirigidas aos pastores, e não às ovelhas.  Todo o sermão do Monte é dirigido às ovelhas. O texto de Mateus 23:13-36, é dirigido aos pastores, que no caso, são os escribas e fariseus. “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas...” (Mt. 23:13). Em Mt. 7:15-23, Jesus previne as ovelhas, contra os falsos pastores, que são aqui chamados de falsos profetas. “Acautelai-vos dos falsos profetas” (Mt.7:15). Aqui ele usa duas figuras de linguagem. A primeira é a do rebanho, pois ele fala de ovelhas e de lobos roubadores. O lobo vem disfarçado de ovelha, para não causar desconfiança no rebanho. Podemos apenas imaginar o estrago que um lobo disfarçado de ovelha pode causar no meio do rebanho. As ovelhas são fáceis de enganar, pois são ingênuas. Mas Jesus recomenda cautela. Em outro texto Jesus diz &ldqu o;Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas. E acautelai-vos dos homens” (Mt. 10:16,17). A segunda figura de linguagem que Jesus usa, é a da árvore e seus frutos. O disfarce de ovelha pode ser improvisado rapidamente, mas o fruto de uma árvore demanda mais tempo, e surge naturalmente. Enquanto está só a árvore, você pode ser enganado, mas quando o fruto aparece, sua verdadeira natureza é revelada. O disfarce do falso profeta pode se constituir de palavras: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.”  (Mt.7:21). Não é o que alguém diz, mas o que ele faz, que deve ser observado, para se saber qual é o caráter do profeta. Então, o disfarce do lobo consiste em palavras enganosas e milagres enganosos. Jesus disse “porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.” (Mt. 24:24). Jesus disse que entrará no reino dos céus “aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus”(Mt.7:21). Paulo explica: “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição” (I Ts. 4:3). Então, o fruto bom, do verdadeiro profeta, que deve observado, é a vida de santidade, pois Jesus disse “Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade.” (Mt.7:23). 

terça-feira, 10 de novembro de 2015

O PROJETO DE DEUS


         A Bíblia começa dizendo que “havia trevas sobre a face do abismo” (Gn.1:2), e termina dizendo “que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (I Jo.1:5). Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.”  Paulo diz que a nossa luta é “contra os dominadores deste mundo tenebroso”. É uma linguagem espiritual, e se refere a treva espiritual e luz espiritual. Traduzindo: onde Deus está tem luz, é claro, iluminado; e onde Deus não está, é escuro, tem trevas, por causa da presença de Satanás e seus demônios.  João diz que “o mundo inteiro jaz no maligno” (I Jo.5:19). Achamos que as trevas inundaram a terra depois do pecado de Adão, mas antes disso havia trevas espirituais, pois a presença de satanás estava no jardim. Pelo sim ou pelo não, Deus tinha um plano para que a terra fosse iluminada. Embora a presença se Satanás estivesse no jardim, a presença de Deus estava dentro do Adão, na pessoa do Espírito Santo. Depois que desobedeceu a Deus, Adão perdeu a presença do Espírito Santo dentro de si, e ficou cheio de trevas, culminando no assassinato de Abel, por Caim. O plano de Deus foi trazer a sua presença de novo, para ficar ao alcance do homem.
1.       O TABERNÁCULO NO DESERTO – Deus tinha dito a Moisés “E me farão um santuário, para eu possa habitar no meio deles” (Ex. 25:8), e quando eles o fizeram, o resultado foi “Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo” (Ex. 40:34). Pronto, Deus estava habitando na terra, dentro do tabernáculo, ao alcance de toda a nação de Israel, enquanto eles peregrinavam no deserto. As demais nações não acesso a ele.
2.       O TEMPLO EM JERUSALÉM –  já fixados na terra de Canaã, Salomão construiu o templo, onde,  depois de consagrado,aconteceu o seguinte: “Tendo os sacerdotes saído do santuário, uma nuvem encheu a casa do Senhor, de tal sorte que os sacerdotes não puderam permanecer ali, para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor enchera a casa do Senhor” (I Rs. 8:10,11). Agora Deus estava habitando num santuário fixo, no meio do povo de Israel, mas estava ao alcance de outras nações, pois está escrito “Todos os reis do mundo procuravam ir ter com ele (Salomão) para ouvir a sabedoria  que Deus lhe pusera mo coração” (II Cr. 9:23). A rainha de Sabá (Etiópia) foi um desses reis (rainha) que foram buscar o conhecimento de Deus, na pessoa de Salomão.
3.       A PESSOA DE JESUS CRISTO, O FILHO DE DEUS – Jesus disse “Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei. Replicaram os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu, em três dias, o levantarás? Ele, porém, se referia ao santuário do seu corpo”  (Jo. 2:19-21). Deus, o Espírito Santo, que habitara no corpo de Adão, estava agora habitando no corpo de Jesus. Mas, o acesso a Jesus estava limitado às pessoas que habitavam na sua proximidade, enquanto que, para muitos, Deus estava inacessível. Diferentemente do tempo de Salomão, Israel não era agora uma nação soberana, mas estava debaixo da autoridade do imperado r romano. “Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto” (Lc. 4:1).  Aliás, o ministério de Jesus, limitou-se basicamente ao território de Israel. Mas Deus estava chegando perto.
4.       O INÍCIO DA IGREJA NO DIA DE PENTECOSTES -  “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem” (At.2:4). Agora, o plano de Deus, de colocar a sua presença ao alcance de todos, estava chegando ao seu auge. O mesmo Espírito que estava em Adão, depois, no tabernáculo, e depois,  no templo de Jerusalém, e depois,  ainda, na pessoa de Jesus, agora estava no corpo de cada discípulo. Agora, a ordem que Jesus havia dado “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura”, podia ser colocada em prática. No tempo de Salomão, os reis das nações iam a Jerusal&eac ute;m, buscar o conhecimento de Deus, para levar a seus súditos. Eles podiam levar o conhecimento de Deus, mas não podiam levar a presença de Deus. Aliás, mesmo depois de treinados diretamente por Jesus, tendo o conhecimento de Deus, para levar às nações, os discípulos foram proibidos de ir, pelo próprio Jesus. “permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc.24:49). “Eis que um etíope, eunuco, alto oficial de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todo o seu tesouro, que viera adorar  em Jerusalém” (At. 8:27). Este etíope foi batizado por Filipe, pois, embora tivesse uma parte da bíblia, não conseguia entendê-la. Filipe ministrou a ele não só o conhecimento de Deus, mas também a presença de Deus, pois era “cheio do espírito Santo”(At. 6:3,5). Este é um princípio para a obra missionária, pois devemos enviar para as nações, não somente o conhecimento de Deus, mas também a presença de Deus. Ou seja, devemos enviar pessoas cheias do Espírito Santo. O plano de Deus é colocar a sua presença, bem como o conhecimento de si, ao alcance de todos os habitantes da terra.  Seja numa cidade, seja numa nação, seja num continente, seja no mundo todo. Ninguém poderá dizer que não teve acesso a Deus, nem ao conhecimento de sua pessoa. Portanto, a responsabilidade de cada crente, é se encher do Espírito Santo, e procurar conhecer o máximo sobre a sua pessoa, para poder transmiti-las aos outros. “crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (II Pr. 3:18). A presença de Deus se consegue orando, e o conhecimento de Deus, estudando a b& iacute;blia, ou ouvindo o ensino da boca do pregadores. 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

A TEORIA DA SEGUNDA CRIAÇÃO


          Existem muitas teorias sobre a criação do planeta terra, conforme está descrito na Bíblia. Não é prudente descartar nenhuma delas, pois quem as defende tem bons argumentos para sustentá-las, ainda que não conclusivos. Vou apresentar uma delas. O primeiro versículo da Bíblia diz “No princípio, criou Deus os céus e a terra.”  (Gn.1:1).  É uma afirmação absoluta, subentendendo que Deus criou os céus e a terra com tudo o que neles deveria se conter.  O que chama a atenção é o fato de céus está no plural, e terra, no singular. Então Deus criou mais de um céu, mas somente uma terra. No hebraico, a expressão “os céus”, é HASHAMAIM, e está no dual, significan do as coisas que Deus criou aos pares na natureza, como ouvidos, mãos, narinas, olhos, etc. Então Deus criou, pelo menos, dois céus. Porém, em II Co. 12:2, Paulo afirma que foi arrebatado ao “terceiro céu”, e no verso 4, ele diz que esse terceiro céu, é o paraíso, ou seja, o jardim do Éden.  Bem, o jardim do Éden ficava na terra, permanecendo, por isso, ainda, a teoria dos dois céus. O segundo versículo da bíblia diz que “A terra, porém, estava sem forma e vazia” (Gn.1:2). Alguns acham que a tradução “estava”, pode ser melhor traduzida por “veio a ser” sem forma e vazia. Ou seja, a terra, que foi criada por Deus perfeita, se tornou sem forma e vazia, em virtude de um cataclismo, geralmente entendido como o derramar da ira de Deus.  Então, entre o primeiro e o segundo versículos da bíblia , pode haver um intervalo de milhões de anos. Vestígios desta teoria podem ser encontrados em passagens como, por exemplo, Jr. 4:23-26, que diz: “Olhei para a terra, e ei-la sem forma e vazia; para os céus, e não tinha luz. Olhei para os montes, e eis que tremiam,  e todos os outeiros estremeciam. Olhei, e eis que não havia homem nenhum, e todas as aves dos céus haviam fugido. Olhei ainda, e eis que a terra fértil era um deserto, e todas as suas cidades estavam derribadas diante do Senhor, diante do furor da sua ira.” E ainda Isaías diz “Porque assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez e a estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o Senhor, e não há outro.” (Is. 45:18). A dedução é que houve um mundo bem diferente deste que conhecemos, com seres bem diferentes dos que conhece mos. Se não houvesse um registro bíblico do dilúvio de Noé, não acreditaríamos que o mundo antidiluviano existiu, apesar de que era bem semelhante ao nosso. O que vemos de diferente no mundo de antes do dilúvio, é a impressionante longevidade de seus habitantes. A ponto de muitos não acreditarem  que esses dias sejam literais, mas, na verdade, o são. Eram anos de doze meses, meses de trinta dias, dias de vinte e quatro horas. No mundo de hoje não se conhece dragão, nem outros seres chamados de mitológicos, que podem ter sido habitantes da primeira criação. Os dinossauros só são cridos porque as suas ossadas estão por todo o planeta. Podem ter sido habitantes da primeira criação. Porém, eu duvido que os paleontólogos saibam que tipo de seres eram, a não ser  a sua aparência. O behemot de Jó 40:1 5 e o leviatan de Jó 41, descritos detalhadamente, têm toda a aparência de um dinossauro. Mas sabemos  que se refere a principados espirituais, sendo o leviatan o próprio satanás, que é apresentado como um dragão, em Apocalipse 12:3. Então, poderíamos dizer que a terra do primeiro versículo de Gênesis foi destruída, por causa do pecado, e que seus habitantes foram mortos pelo juízo de Deus. Pode ter sido o pecado de Satanás, descrito em Is. 14, e Ez. 28. A terra do segundo versículo de gênesis foi  destruída por causa do pecado de Adão, que foi crescendo até o juízo dos dias de Noé. A terra de hoje se encaminha para uma destruição semelhante, por causa do pecado,  mas Deus vai salvar alguns, os  que crerem em Jesus, como o fez nos dias de Noé. Se você acha essa teoria absurda, pergunte co mo foi que satanás entrou em Judas, a não ser  pelo fato de que ele não tem corpo, que deixou em algum lugar, em algum tempo. Aliás, é o que Judas, irmão de Jesus, diz: “e a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio (o corpo), ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia.” (Jd.6). Será que o corpo que satanás deixou para trás, era um corpo de um tiranossauro Rex? 

domingo, 8 de novembro de 2015

COMBATE SINGULAR


          Quando a nação de Israel guerreava contra os filisteus, Golias, o campeão dos filisteus, desafiou Israel com as seguintes palavras: “Hoje, afronto as tropas de Israel. Dai-me um homem, para que ambos pelejemos.” (I Sm. 17:10). Antes ele já havia dito “Se ele puder pelejar comigo e me ferir, seremos vossos escravos; porém,  se eu o vencer e o ferir, então, sereis nossos escravos e nos servireis.” (v.9).  O jovem Davi, que nem do exército era, aceitou o desafio, e matou o gigante golias. “Assim, prevaleceu Davi contra o filisteu, com uma funda e com uma pedra, e o feriu, e o matou;  porém não havia espada na mão de Davi.” (v.50).  Isto se chama Combate Singular, e é um princípio espiritual, criado pelo próprio Deus. Na conquista do Oeste Americano, Búfalo Bill desafiava o líder da tribo indígena, e, se vencesse, ficaria como o chefe da tribo, e os índios aceitavam.  Até no reino animal, se um animal estranho desafia e derrota o macho alfa, fica sendo o líder do grupo, e os outros se submetem naturalmente. Porque é um princípio espiritual, uma lei natural, criada pelo próprio Deus. Davi, representando Israel, derrotou o representante dos filisteus, e se tornou, por assim dizer, o chefe dos filisteus, que se tornaram escravos dos Israelitas. “Vendo os filisteus que era morto seu herói, fugiram.” (v.51b). Isto é muito interessante, porque os chamados palestinos de hoje, que disputam com Israel a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, chamadas no Novo Testamento de Judéia e Samaria, são os mesmos filisteus representados por Golias, a quem Davi derrotou. O que vemos no noticiário não leva em conta essa lei espiritual. Percebo que Israel sempre vence hoje. Quando os palestinos matam um israelense, os israelenses matam oito ou dez palestinos. Se olharmos  do ponto de vista natural, poderemos dar várias justificativas para esses resultados. Porém, se olharmos para o que está escrito, poderemos pensar que Deus está obrigando Golias a cumprir o que prometeu. Para Deus o tempo é irrelevante. Afinal, foi Golias quem disse “Se ele puder pelejar comigo e me ferir, seremos vossos escravos;  porém, se eu o vencer e o ferir, então, sereis nossos escravos e nos servireis” (I Sm.17:9). Será que isto está valendo até hoje? Pode ser.  Agora vamos ampliar o conceito de combate singular, por meio da tipologia. Alguns podem não crer, mas isto não invalida o princípio espiritual. Eu creio que o combate entre Davi e Golias, era, na verdade, entre o Espírito de Deus e o diabo, que também é um espírito. O texto diz claramente que “daquele dia em diante, o espírito do Senhor se apossou de Davi” (I Sm. 16:13). Quem lançou a pedra através da funda foi o braço do Espírito Santo, que era mais poderoso que o de Davi. Ora, se o Espírito Santo estava em Davi, o espírito de satanás estava em Golias. O N.T. mesmo o declara “maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (I Jo. 4:4). O desafio que Golias lançou a Israel, era o diabo desafiando toda a humanidade, pois ele já derrotara o nosso primeiro campeão, Adão. “Dai-me um homem, para que ambos pelejemos”, disse Satanás a toda a humanidade. Israel ficou humilhado por  quarenta dias, suportando a afronta do filisteu. A humanidade ficou humilhada por quatro mil anos, depois da derrota do nosso primeiro campeão, adão. Porém, um dia, pela boca de Pôncio Pilatos, autoridade representante do imperador romano, Deus disse a Satanás: “Eis o homem!”  (Jo. 19:5). Esse homem era da linhagem do mesmo Davi que derrotara Golias tanto tempo antes. Era um combate singular. Jesus e Satanás. Satanás tentava fazer Jesus desobedecer a Deus, como fizera com Adão. Mas Jesus venceu. “para que pela morte derrotasse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos aqueles que, com medo da morte,  estavam por toda a vida sujeitos à escravidão” (Hb.2:14,15), e “despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Cl. 2:15). Quando Adão foi derrotado, todos nós passamos a ser escravos de Satanás e de seus demônios. Quando Jesus derrotou Satanás na cruz do Calv& aacute;rio, o diabo, satanás e seus demônios, ficaram sendo escravos de Jesus e de seus discípulos, ou súditos, que são os crentes verdadeiros. 

sábado, 7 de novembro de 2015

O MINISTÉRIO DE TEMPO INTEGRAL


          Jesus disse “não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir...buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt. 6:25, 33). E o apóstolo Paulo disse “Até a presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez” (I Co. 4:11). Será que Jesus se enganou, ou havia alguma coisa errada com Paulo? O próprio Paulo depois afirma “Nenhum soldado em serviço se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra” (II Tm. 2:4). O autor de Hebreus diz “Portanto, também nós, pois estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que t&ati lde;o de perto nos rodeia” (Hb.12:1). Embaraço é tudo aquilo que, embora não sendo pecado, atrapalha a nossa missão como cristãos. Aquilo que é permitido para o cristão comum, ovelha, pode ser embaraço para o cristão que tem chamada ministerial, como Paulo e Timóteo, pastores. Trabalhar secularmente, fora da chamada ministerial, é permitido ao crente comum. Aliás, não só permitido, mas obrigatório, para ter o seu sustento e o de sua família. Mas, para quem tem uma chamada ministerial, a promessa de Deus é providenciar o sustento, afim de que o homem possa servi-lo, sem preocupações com o sustento. Paulo passou fome, sede, e nudez, porque quebrou esta regra, pois ele mesmo diz “e nos afadigamos, trabalhando com as nossas próprias mãos” (I Co.4:12). Jesus nunca precisou trabalhar de carpinteiro, depois que assumiu o seu ministério, pois o Pai o sustentava, como prometeu sustentar a qualquer um, que chame para o ministério. O próprio Paulo reconhece isso quando diz “não temos nós o direito de comer e de beber? E também de fazer-nos acompanhar de uma mulher irmã, como fazem os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? Ou somente eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar? Quem jamais vai à guerra à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta um rebanho e não se alimenta do leite do rebanho?...Entretanto não usamos desse direito; antes, suportamos tudo, para não criarmos qualquer obstáculo ao Evangelho de Cristo.” (I Co. 9:4-12). Paulo, por decisão própria, ignorando o claro ensino da Escritura, que ele bem conhecia, resolveu trabalhar para se sustentar. Eu também j&aa cute; fiz isso, nos tempos da ignorância, motivado por orgulho, com medo de ser criticado pelos incrédulos, e acusado de explorar a fé dos fiéis. Mas não temos esse direito, pois o senhor deu o exemplo, e usou o modelo do Antigo testamento, dos sacerdotes  e levitas, para o sustento. “Não sabeis vós que os que prestam o serviços sagrados (os levitas)do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar (os sacerdotes) do altar tira o seu sustento? Assim ordenou também o senhor (Jesus) aos que pregam o Evangelho que vivam do Evangelho” (I Co. 9:13,14).  Mas Paulo confessa a sua desobediência, dizendo “eu, porém, não me tenho servido de nenhuma dessas coisas e não escrevo isto para que assim se faça comigo; porque melhor fora morrer, antes que alguém me anule esta glória.” (I Co. 9:15). Paulo foi coerente, quando disse: “s ede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (I Co. 11:1). Então naquilo que Paulo imitou a Cristo, ele é nosso modelo. Nesse caso do sustento, porém, Paulo não imitou a Cristo, deixando de ser modelo para nós, nesse particular. Sei que cada caso é um caso. Temos de perguntar se Deus nos chamou, ou se fomos sem ser chamados. Deus tem compromisso com aqueles a quem ele chama. Mas, mesmo sendo chamados, devemos estar sendo fiéis ao trabalho para o qual Deus nos chamou, De outra sorte ele não tem compromisso de nos sustentar. A preguiça pode prejudicar muito um vocacionado de Deus. Aliás, estamos numa época em que grande parte da igreja deixou de fazer distinção entre os vocacionados para o ministério, e os crentes comuns. Hoje o Status na igreja é por meio da produtividade. Outro padrão copiado do mundo. Mas a Bíblia não muda. Temos d e separar as ovelhas dos pastores. Senão iremos cair no paradoxo de ver ovelhas pastoreando pastores. Quem Deus chamou para ser pastor, ele sustenta. E, ele sustenta por meio dos que foram chamados para ser ovelhas.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

FALTAM APENAS 14 ANOS


          Em Êxodo 21:2 está escrito: “Se comprares um escravo hebreu, seis anos servirá; mas, ao sétimo, sairá forro, de graça”  em 20:9,10 “Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho...” e em II Pd. 3:8 “para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia.” Então, seis dias de trabalho, com um dia de descanso; seis anos de trabalho escravo, depois a liberdade; seis mil a nos de escravidão do planeta, então o Milênio. Segundo a cronologia interna da Bíblia, Adão foi criado já adulto, em cerca de 4 mil anos a.C. No caso de Abraão, a respeito de seu nascimento, dentre vários cronologistas, cito dois: Whitcomb, 2165 a.C.;  Klassen, 1967. Dá 198 anos de diferença. Porém, Adão foi criado adulto, enquanto que Abraão, não. Então, eu creio que, no caso de Abraão, a contagem deve ter início, não a partir de seu nascimento, mas de sua chamada. Arredondando, podemos dizer que Adão foi criado no ano 4 mil a.C., Abraão foi chamado no ano 2 mil a.C., e  Jesus, o Messias, recebeu toda a autoridade em 29 d.C. Isto, porque o calendário começou a ser contado, quando Jesus tinha cerca de 4 anos de idade, permanecendo essa diferença. Então, Jesus morreu 33 anos depois do seu nascimento, que foi na verdade em 29 d.C. Então, temos 2 mil anos de Adão a Abraão, e 2 mil anos de Abrão até Jesus, o Messias, e mais 2 mil anos até a volta de Jesus, o Cristo. O grande erro que se cometeu, foi considerar o início da contagem dos dois mil anos, a partir do nascimento de Jesus, e não, como seria correto, da sua morte. Não propriamente da sua morte, mas de sua ressurreição e exaltação, embora possamos colocar os três fatos na mesma data, devido à sua proximidade. Percebi que a contagem dos anos de um rei, na Bíblia, se faz a partir de sua coroação, e não do se u nascimento. “No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá” (Dn.1:1). “No segundo ano do reinado de Nabucodonosor” (D. 2:1). “No primeiro ano de Belsazar, rei da Babilônia” (Dn.7:1). “No ano terceiro do reinado do rei Belsazar” (Dn. 8:1). “No primeiro ano de Dario, filho de Assuero,  da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus” (Dn.9:1). “No décimo quinto ano do reinado de Tibério césar” (Lc. 3:1). É interessante que depois que Jesus Cristo disse “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt.28:18),  o imperador romano é chamado meramente de Cláudio. “estava para vir grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio” (At.11:28) e “em vista de ter Cláudio decretado que todos os judeus se retirassem de Roma” (At.18:2). É claro que os apóstolos Paulo e Pedro mandam que os cristãos  se submetam  às autoridades políticas, pois foram constituídas por Deus, a quem hão de prestar contas.(Rm. 13:1-7 e I Pd.2:13,14). De outra sorte haveria anarquia. Mas todos devem saber que há um rei que governa com toda a legitimidade, e as demais autoridades são seus vas salos. Este rei é Jesus. Então, não estamos no ano de 2015, mas no ano de 1986 do reinado de Jesus Cristo. Se isto for certo, faltam apenas 14 anos para ele voltar, no verdadeiro ano 2000 d.C. Mas, tenha cuidado, pois o erro no calendário pode ser de quatro, cinco ou seis anos. Se for seis, faltarão apenas doze anos.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

A TERRA TAMBÉM ADOECE


“Se eu cerrar os céus de modo que não haja chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu povo; se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra” (II Cr. 7:13,14).

A terra no Antigo Testamento é literal, mas na linguagem do Novo Testamento, é o coração do povo de Deus. A doença da terra acontece por ação de Deus, como castigo pelo pecado de seu povo. 
  1. O primeiro flagelo que Deus envia contra terra é a falta de chuva (II Cr. 7:13), que sem água, fica seca, como temos visto no Sertão do Nordeste brasileiro. Na linguagem do N.T., é a falta do Espírito Santo no coração do crente, que se torna duro, esclerosado. 
  2. O segundo flagelo que Deus envia contra a terra são gafanhotos, que consomem tudo que é verde, inclusive a lavoura e o alimento produzido. No caso do crente, são demônios que consomem toda boa intenção, levando o mesmo a praticar toda obra má. “Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.” (Mt.15:19). 
  3. O terceiro flagelo é a peste entre o povo de Deus, doença, que, naturalmente, impede o povo de cultivar a terra, trabalhar. No caso do crente é o esfriamento da fé e do amor, que lhe tira toda a sensibilidade espiritual. “E, por si multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mt.24:12). “Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem” (I Co. 11:30). Mas, o Deus que manda os fatores para adoecer a terra, é o mesmo Deus que revela o remédio para curá-la.

Se o meu povo se humilhar – há mais de uma maneira de nos humilharmos diante de Deus, porém, há uma que é mais enfatizada. “Então, apregoei ali um jejum junto ao rio Aava, para nos humilharmos perante o nosso Deus, para lhe pedirmos jornada feliz para nós, para nossos filhos e para tudo o que era nosso.” (Ed. 8:21). “Tendo Acabe ouvido estas palavras, rasgou as suas vestes, cobriu de pano de saco o seu corpo e jejuou; dormia em panos de saco e andava cabisbaixo. Então veio a palavra do Senhor a Elias, o tesbita, dizendo: Não viste que Acabe se humilha perante mim? Portanto, visto que se humilha perante mim, não trarei esse mal nos seus dias, mas nos dias de seu filho o trarei sobre a sua casa.” (I Rs. 21:27-29). Então, o remédio para curar a terra, começa com jejum.


Se o meu povo orar – não é preciso falar muito sobre este ponto, pois está muito claro que o povo de Deus deve orar a ele, para que ele faça algo. Porém, há muitos tipos de oração, sendo um deles Oração de Arrependimento e confissão de Pecados, exemplificada na oração de Daniel. (Dn.9). É só imitar.


Se o meu povo buscar a minha face – é a mesma coisa que jejuar e orar. “Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza.” (Dn.9:3).


Se o meu povo se converter dos seus maus caminhos – primeiro o povo de Deus tem de reconhecer que tem maus caminhos, e segundo, que deve deixá-los. “O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mais o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv. 28:13).


Se o povo de Deus fizer a sua parte, com certeza Deus fará a dele, pois ele mesmo diz: “então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra”, que, no caso da igreja, é a purificação do coração dos crentes, gerando santidade, para que possa produzir todo tipo de boas obras.