segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O REINO DE DEUS

Este é o tema preferido de Jesus. Não é a república, nem o império, mas o reino de Deus. Não é a democracia, que é o governo do povo, mas o reino. 

A democracia diz “Todo o poder emana do povo, e em seu nome será exercido”, mas a Bíblia diz “Deus falou isto uma vez, duas vezes eu ouvi: que o poder pertence a Deus”. (Sl. 62:11). Um reino tem um rei, uma lei, que é a manifestação da vontade do rei, uma circunscrição territorial, onde a autoridade do rei vigora ou exerce jurisdição, e um povo, que são súditos, e que se submetem a essa autoridade, obedecendo à sua lei. 

O rei tem um trono, que não é o lugar onde o rei senta para descansar, mas para exercer autoridade de juiz. Creio que foi daqui que derivou a expressão “ex catedra”, de cadeira, onde o professor se assenta para ensinar com autoridade. Jesus disse “Os escribas e  fariseus se assentam na cadeira de Moisés. Portanto, fazei e guardai tudo o que eles vos disserem; mas não lhes imiteis as obras, pois não praticam o que dizem.” (Mt.23:2,3).  A cadeira de Moisés era o lugar de ensinar com autoridade a lei de Moisés, ou de Deus. Isaías disse “No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi Jeová assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas do seu manto enchiam o templo.” 

No Antigo Testamento, o rei do reino de Deus era Jeová, mas no Novo Testamento é Jesus, porque o Pai delegou ao Filho o direito de julgar e reinar.  Tudo indica que a sede do reino de Deus é um lugar, planeta, ou dimensão, que é chamado na Bíblia de céus, ou céu. Creio que o mundo físico, o que vemos, nos ensina muito do que seja o céu. Só para lembrar: tudo indica que o céu não é visível aos olhos humanos, por isso ele pode estar mais perto de nós do que pensamos, e o fato de não o vermos, não significa que ele não exista, ou que está imensamente distante. 

O nossos sistema solar, segundo se sabe, é constituído de oito planetas girando em torno do sol. Podemos até pensar que os demais planetas não são habitados, mas o que podemos dizer é que eles não tem uma forma de vida semelhante à nossa. Até mesmo o sol pode ser habitado por seres de fogo, pois em Gn.  3:24, a espada flamejante que se revolvia, pode ser uma criatura de fogo, em forma de espada. A “multiforme sabedoria de Deus” pode ser deduzida da variedade de formas de vida existentes só no planeta terra.

Imagine se Deus usou a sua multiforme sabedoria e ilimitado poder, para criar variedade de planetas, e diferentes formas de vida, peculiares a cada planeta. Se o céu é a sede do reino de Deus, ele pode ser a sede de uma federação intergaláctica (de galáxia) de planetas, governados a partir do trono de Deus.

E a terra seria apenas uma província em rebelião. Neste caso, o reino de Deus continua a existir, independentemente da terra em rebelião contra o rei e seu reino. Novamente usando o físico como metáfora do mundo espiritual, Ninrode, o líder da rebelião da torre de Babel, foi o primeiro homem que tentou tentar criar um reino na terra, independente de Deus. A reação do rei foi imediata, pois ele desceu e confundiu a língua deles, criando os idiomas, e espalhando os homens por toda a terra, além de criar os continentes, colocando os mares entre as porções de terra. 

Mas, devemos lembrar que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, e que a rebelião foi induzida por um querubim que já se tinha rebelado no céu. A Bíblia, repetidamente, diz que Deus é longânimo, paciente, misericordioso, compassivo, tardio em irar-se e que se arrepende do mal. Mas não devemos nos iludir com esse lado da personalidade de Deus, pensando que ele é um paizão, permissivo, liberal, e que passa a mão pela cabeça de quem erra. Ele é justo. Ele combina amor e justiça, na sua personalidade, pois também é dito que ele de maneira nenhuma terá o culpado por inocente. Quando sua ira de derrama, saia do meio, pois ninguém pode detê-lo. 

Mas, apesar da terra, isto é, o mundo (kosmo) estar em rebelião “Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele Crer, não pereça, mas tenha a vida eterna.”(Jo.3:16). Deus quer que os humanos voltem a entrar no reino, pois “todos pecaram, e foram destituídos da glória de Deus.” (Rm.3:23). Jesus disse: “Jesus, porém, chamando-as a si, disse: Deixai que as crianças venham a mim e não as impeçais, porque o reino de Deus é dos que são como estas. Em verdade vos digo que quem não receber o reino de Deus como uma criança de modo algum entrará nele.” (Lc. 18:16,17). E mais “Então, vendo-o assim, Jesus disse: Como é difícil para os que têm riquezas entrar no reino de Deus! Pois é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus.” (Lc.18:24,25). Lucas continua no livro de Atos: “Mas, quando creram em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus e do nome de Jesus, deixaram-se batizar tanto homens quanto mulheres.” 

A maneira de entrar no reino de Deus, é adotando a autoridade do rei Jesus sobre si, se submetendo a ele e à sua lei, começando em se submeter ao batismo.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O RETORNO DE JESUS


Desde de que Jesus partiu da terra, depois de sua ressurreição, a espectativa de seu retorno, na mente de seus discípulos, é uma realidade. No momento de sua assunção, no monte das oliveiras, dois  anjos falaram aos discípulos, que mantinham seus olhos fixos no céu, onde o Senhor acabara de desaparecer, entre as nuvens. E disseram: 

“Homens galileus, por que estás olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi elevado ao céu, virá do mesmo modo como o vistes partir.” (At.1:11). 

Eles, os discípulos, pensavam que Jesus voltaria logo. Talvez tenha sido esse um dos motivos porque eles deram tudo o que tinham como oferta. “Vendiam suas propriedades e bens, e os repartiam com todos, segundo a necessidade de cada um.” (At. 2:45). “Pois não existia nenhum necessitado entre eles; porque todos os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam o valor do que vendiam e o depositavam aos pés dos apóstolos. E se repartia a qualquer um que tivesse necessidade.” (At.4:34,35). Por isso, quando o profeta Ágabo, vindo de Jerusalém, profetizou que haveria uma grande fome no mundo, os irmãos resolveram mandar ajuda para a igreja da Judéia. “E os discípulos, cada um conforme  suas posses, resolveram enviar ajuda aos irmãos que habitavam na Judéia.”(At. 11:29). Posteriormente, o apóstolo Paulo teve de advertir as igrejas de que o retorno de Jesus não seria logo.

 “Irmãos, acerca da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e da nossa reunião com ele, vos pedimos que não mudeis facilmente o vosso modo de pensar nem fiqueis assustados por causa de espírito, palavra ou carta atribuídos indevidamente a nós, como se o dia do Senhor já estivesse bem perto. Ninguém vos engane de modo algum, pois isso não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição...” (II Ts. 2:1-3). 

Mas, agora, muito tempo já é passado, e convém que estejamos atentos para a vinda do Senhor Jesus Cristo. Fala-se por todo lugar, e muitos têm visões e sonhos a respeito do retorno de Jesus. Então, é preciso estar preparado, pois um dia ele virá, e por que não agora. Olhe para o mundo. Os homens perderam o controle da situação, e já é tempo de o céu intervir, como já aconteceu no dilúvio de Noé, onde o problema era a violência, e em Sodoma e Gomorra, onde o problema era o homossexualismo. Alguma semelhança com os dias atuais não é mera coincidência. Há um cálice de iniqüidade que precisa ficar cheio antes do transbordar da ira de Deus, em juízo. Esse cálice parece já estar quase transbordando. Mas o retorno de Jesus se dará para três tipos de públicos diferentes:

1.       PARA AS NAÇÕES  -  “Então aparecerá no céu o sinal do filho do homem, e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o filho do homem vindo com poder e grande glória sobre as nuvens do céu.” (Mt.24:30).  Ele virá para ser visto por todas as tribos da terra, isto é, todas as nações. Nesse momento todo joelho se dobrará, e toda a língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai. É sobre isso que o salmista fala “Beijai o Filho, para que ele não se irrite, e não sejais destruídos no caminho; porque em breve sua ira se acenderá. Bem-aventurados todos que confiam nele.” (Sl.2:12). Todas as tribos da terra se lamentarão, porque não reconheceram a tempo a autoridade e a importância de Jesus. Paulo também escreveu sobre isso ao dizer “quando o Senhor Jesus se revelar do céu com seus anjos poderosos em chama de fogo, punindo os que não conhecem a Deus...Estes sofrerão como castigo a perdição eterna, longe da presença do Senhor e da glória do seu poder.” Então Jesus virá para as nações, para exercer julgamento e castigo, por não o terem glorificado, quando estava ausente.

2.       PARA A NAÇÃO DE ISRAEL  -  “Ele vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram, e todas as tribos da terra se lamentarão por causa dele. Sim. Amém.” (Ap. 1:7). Esse texto é quase idêntico ao de Mateus 24, pois também aqui todas as tribos da terra se lamentarão por causa dele. Só que aqui há um acréscimo na expressão “até mesmo aqueles que o traspassaram”. Essa expressão se refere ao fato Jesus ter tido as mãos e os pés traspassados, como diz o salmo 22:16 “transpassaram-me as mãos e os pés.” Só que quem traspassou as mãos e os pés de Jesus com os pregos ou cravos, foram os soldados romanos, e ainda furaram seu lado com uma lança. (Jo.19:34). Mas Deus creditou na conta dos judeus, os atos dos soldados romanos, pois foram os judeus que entregaram Jesus aos romanos, só não o matando eles mesmos, porque eram impedidos pela lei romana. É o mesmo princípio da co-autoria enunciado pelo profeta Natan a Davi: “Tu mataste à espada  Urias, o heteu, e tomaste para ti a sua mulher; sim, tu o mataste com a espada dos amonitas.”(II Sm. 12:9).  Então, “os que o traspassaram” foram os judeus, ou a nação de Israel, que também se lamentarão, juntamente com as demais nações. O profeta Zacarias também viu aquele dia, pois registrou na sua profecia “Mas derramarei o espírito de graça e de súplica sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém; eles olharão para aquele a quem traspassaram e o prantearão como quem pranteia por seu único filho; e chorarão amargamente por ele, como se chora pelo primogênito.” Israel lamentará por não ter reconhecido em Jesus, o seu Messias. Mas diferentemente das nações, Israel se converterá naquele dia, todos eles. Foi sobre isso que Paulo escreveu “e assim todo o Israel será salvo, como está escrito: O libertador virá de Sião e desviará de Jacó as impiedades; e esta é a minha aliança com eles quando eu tirar os seus pecados.” (Rm.11:26,27).

3.       PARA A IGREJA  -  “E Ele enviará seus anjos com um alto som de trombeta, os quais reunirão seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma a outra extremidade do céu.” (Mt.24:31). Paulo também descreveu este acontecimento, dizendo “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor no ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.”(I Ts.4:16,17). Este texto mostra que o segundo advento, o arrebatamento da igreja, e a ressurreição dos justos, acontecerão no mesmo momento. A palavra “alarido” revela que o Senhor voltará num cenário de guerra. É o mesmo cenário de Ap. 19, que diz “E vi o céu aberto e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se fiel e verdadeiro; e julga e peleja com justiça...E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao seu exército...E a besta foi presa, e com ela o falso profeta... e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem...” Jesus voltará para a igreja, para ressuscitar seus mortos, e para transformar os vivos, e impedir que o anticristo e o falso profeta exterminem completamente a igreja, como já está acontecendo no Iraque. Em outro texto Paulo clareia mais este mistério: “Eis aqui vos digo um mistério: na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados. Num momento, num abri e fechar de olhos, ente e última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.” (I Co.15:51,52). Então Jesus voltará para as nações, para os judeus (Israel), e para a igreja. Você, com certeza, pertence a um desses grupos. Então, se prepare.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

A LEI E A GRAÇA


Mt. 5:17-20

Vamos começar lembrando que não entraremos no reino de Deus por guardarmos a lei de Deus, dada a Moisés no monte Sinai, no Antigo Testamento, resumida nos Dez Mandamentos. Tiago diz “Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.” (Tg.2:10). Paulo diz “porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.” (Gl.2:16b). Então vamos dividir o assunto em três pontos:

1.       COMO ENTRAR NO REINO DE DEUS  -  “Porque eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” Veja que Mateus escreveu “Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus...” (Mt.13:11) e Marcos escreveu “A vós vos é dado saber os mistérios do reino de Deus...” (Mc.4:11). Então a conclusão é que a expressão “reino dos céus e” e “reino de Deus” são sinônimas, sendo que Mateus usa a primeira porque está escrevendo aos judeus, e estes tem medo de usar o nome o nome Deus, por causa do mandamento de não tomar o nome de Deus em vão. Mas como entrar no reino de dos céus ou de Deus? Paulo diz “pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus.” (EF.2:8). E Gn. 15:6 diz “E creu Abrão em Deus, e isto lhe foi imputado como justiça.” E Ap. 21:27 diz “E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.” Está se referindo â nova Jerusalém. O certo é que não entrará no reino de Deus pecado, que é crime espiritual, ou transgressão da lei de Deus. O remédio para isso se chama Justificação, que demanda justiça, e deriva de uma visão jurídica da salvação. Outras figuras são usadas na Bíblia para falar do mesmo assunto, e temos de identificar que tipo de linguagem está sendo usada, para não fazermos confusão. Uma figura que é usada é a da morte e ressurreição (Rm.6:4), e da plantação (Rm.6:5), da crucificação (Rm.6:6). Mas tem também a figura do novo nascimento, que o próprio Jesus usa em Jo. 3:3,5 “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus...Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Os escribas e fariseus não podiam entrar no reino porque procuravam entrar por guardar a lei. A lei dizia “Faze estas coisas, e por elas viverás”, mas a graça diz “O justo viverá pela fé”. Mas “nascer da água” é o batismo nas águas, e “nascer do Espírito” é o batismo no Espírito Santo. Jesus disse “quem crê e for batizado será salvo”. Quando os apóstolos começaram a pregar, todos eles, a exemplo de João Batista e Jesus, exigiram o arrependimento, como primeiro passo para se entrar no reino de Deus. “Arrependei-vos, e sede batizados em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados...” (At.2:38). Então, três palavras são usadas: Perdão dos pecados(At. 2:38); apagados os pecados (At.3:19); lavados os pecados (At. 22:16). Perdoar, apagar, e lavar, são palavras fortes para mostrar a maneira como Deus lida com o pecado humano. Tudo isso se chama Justificação, que é o termo jurídico e teológico. Tudo isso envolve fé, e precisamos entender que fé não um mero assentimento como o levantar de mão, mas se submeter ao plano de Deus, obedecendo a cada uma dessas etapas. Mas observe que, na sequência de cada um dos textos de Atos, que fala da justificação, segue-se o recebimento do Espírito Santo, também chamado de batismo no espírito Santo, que é a doutrina da santificação. Então, para entrar no reino de Deus não é preciso guardar a lei, mas crê no que Jesus fez, e se submeter a isso, mediante arrependimento e batismo. Esses dois passos são decisão humana, mas o batismo no Espírito Santo é decisão de Deus, que vê o coração, e sabe se você creu de todo coração. (At.8:37). Hebreus 6:1 chama esses dois passos iniciais de “arrependimento de obras mortas e fé em Deus.” Jesus disse que se alguém não nascer da água e do espírito, não pode entrar no reino de Deus. Procure entrar, pois Jesus disse “Porfiai por entrar pela porta estreita; porque eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão.” (Lc. 13:24). Não vai ser fácil. Jesus disse mais “entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista, mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele. E, desde os dias de João Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele.” Mas já estamos dentro do reino, sem cumprir a lei. Mas, e agora, para serve a lei?

2.       OS QUE VIOLAM A LEI DENTRO DO REINO  -  “Qualquer pois que violar um destes mais pequenos mandamentos, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus.” Se a lei não serve para nos colocar dentro do reino, mas a fé, agora que já estamos dentro, a lei tem o seu papel a cumprir. Em primeiro lugar, não diz que perde a salvação, quem transgride a lei, dentro do reino. Mas o que diz é que ocupará um lugar inferior, ou seja, o status dentro do reino de Deus, é concedido na proporção do cumprimento da lei. E não é só cumprir, mas também ensinar. Tem lógica, pois Hb. 8:8-12, citando Jeremias 31:31, diz “Dias virão em que estabelecerei  com a casa de Israel e com a casa de Judá uma nova aliança...Porei as minhas leis na sua mente e as escreverei no seu coração...” o homem natural não pode deixar de se irar, nem de olhar para uma mulher sem cobiçá-la, mas o crente cheio do Espírito de Deus pode. Paulo escreveu “Porque a lei do espírito de vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.” (Rm. 8:2). Se a lei reflete o caráter de Deus, o filho de Deus, redimido, reflete o caráter da lei em sua conduta. Quando Ef. 2:8,9 diz que o homem não será salvo (justificado) pelas obras (da lei), acrescenta no verso dez “Pois fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus para as boas obras (da lei), previamente preparadas por Deus para que andássemos nela.” Não somos salvos pelas obras (da lei), mas para as boas obras (da lei). Paulo diz mais “O amor não faz mal ao próximo. De modo que o amor é o cumprimento da lei.” (Rm.13:10). E mais “o amor de Deus foi derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado.” (Rm.5:5). Jesus também diz “Portanto, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei também a eles; porque esta é a lei e os profetas.” (Mt.7:12).

3.       OS QUE CUMPREM A LEI DENTRO DO REINO  -  “aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino do céu.” No livro de Esdras está escrito o seguinte: “Porque Esdras tinha-se disposto no coração a estudar a lei do Senhor e a praticá-la, e a ensinar em Israel os seus estatutos e normas.” Esdras era sacerdote, descendente do sumo sacerdote Arão, e nessa condição era um tipo e figura do crente do novo Testamento. Se Esdras já tinha sido justificado pela fé, isto é, já estava dentro do reino de Deus, adotou a atitude certa em estudar, praticar, e ensinar a lei de Deus, embora estivesse no regime da velha aliança. Jesus disse que quem cumprir a lei, dentro do reino de Deus, e assim ensinar aos homens, será chamado grande no reino de Deus. A lei não serve para justificar o homem, mas para, depois de justificado pela fé, dar balizamentos de como é o caráter de Deus, e tentar imitá-lo. “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo. No regime da lei não tem advogado, mas no da graça tem. O crente, porém, que aprendeu a lidar com o pecado para a justificação, tem de aprender a lidar com o mesmo pecado, para a santificação. O pecado não deve ser uma constante na vida do crente, mas um acidente, uma exceção. João diz “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.” (I Jo. 1:8). Então, temos de nos examinar constantemente para ver se tem algum pecado em nós. “Se dissermos que não temos pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.” Se constatarmos algum pecado em nós, o caminho é semelhante ao do princípio. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados(justificação) e nos purificar de toda a injustiça (santificação).” (I Jo. 1:9). A confissão demonstra arrependimento, e deve ser feita a Deus, ou a um outro ser humano. Então não despreze a lei, pois embora ela não sirva para nos justificar, nem para nos colocar dentro do reino de Deus, uma vez dentro, ela serve para alcançarmos galardão dentro do reino. Um estrangeiro que quer ser cidadão brasileiro, não o conseguirá por cumprir a lei do Brasil, mas por outro processo. Todavia, uma vez se tornando cidadão brasileiro, está obrigado a cumprir a lei do país, sob pena de ser punido, ainda que possa não ser expulso.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A IGREJA EM CÉLULAS


“pois, quando Jezabel exterminou os profetas do Senhor, Obadias tomou cem profetas e os escondeu, cinqüenta numa caverna e cinqüenta em outra, e os sustentou com pão e água” (I Rs. 18:4). “E, tomando-os consigo (os apóstolos), (Jesus) retirou-se para um lugar deserto...Disse então aos seus discípulos: Fazei-os assentar em grupos de cinqüenta em cinqüenta...cinco pães e dois peixes...” (Lc. 9:10, 14, 16). “Procura homens capazes... e põe-nos por líderes de...cinquenta...” (Ex. 18:21).

Obadias quer dizer “Adorador de Jeová”, naturalmente em contraposição a “adorador de Baal”, como reza o contexto de Elias. Obadias escondeu cem profetas em duas cavernas, cinqüenta em cada, alimentando-os com pão e água. De repente percebi que isto são as células, pois esses profetas simbolizam os crentes do Novo Testamento, já que, de acordo com a teologia do Antigo Testamento, profeta é alguém em quem habita o Espírito de Deus. Moisés suspirou por esse dia quando disse “Oxalá que todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhes desse o seu Espírito!” (Nm. 11:29). Deus revelou esse tempo por intermédio do profeta Joel, quando disse: “E há de ser que depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões.” (Jl.2:28). No dia de pentecostes começou esse tempo, pois, “todos foram cheios do Espírito Santo”, e todo o povo de Deus se caracterizaria por ser habitação do Espírito de Deus, cada um. Então, os profetas que Obadias escondeu, representavam os futuros discípulos, que debaixo de perseguição, seriam alimentados em lugares escondidos. O alimento que lhes foi dado, pão e água, símbolo do alimento do corpo,  pode ser transformado em alimento do espírito, que é a palavra de Deus. Então, as células são uma estratégia de Deus, para que a igreja sobreviva em um ambiente de perseguição. Alguém poderá argumentar que as células deverão ter doze, quinze, ou vinte pessoas, no máximo. Mas esse é o pensamento humano, e de determinados contextos, mas a palavra de Deus prevalece, e nada impede que a célula tenha um número maior de pessoas. Outro argumento que alguém pode usar, é o de que a célula não é para alimentar o povo de Deus, mas somente para evangelizar. É outro argumento circunstancial, pois Atos declara “E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo.” (At. 5:42). No original “didáskontes”, ensinar, é o alimento espiritual para o povo de Deus, e “euaggelizómenoi”, anunciar, evangelizar, é a palavra evangelística, de todo o povo de Deus, para os descrentes, diferente de Kerygma, que é a mensagem autorizada de um arauto do rei, ou seja, o ministério de liderança ministerial, como apóstolo, profeta, evangelista, pastor, mestre, e até mesmo um diákono ordenado como Filipe (At. 8:5).

No caso de Lucas 9:10-17, Jesus tem consigo, sem contar os doze, as mulheres e crianças, cinco mil homens. Era uma mega igreja. Para efeito de ensino, vamos lidar somente com os homens, quase cinco mil. Dividindo cinco mil por cinqüenta, teremos cem células de cinqüenta homens cada. Foi Jesus quem mandou que a multidão fosse organizada em grupos de cinqüenta. Qual é o pastor que não gostaria de ter uma igreja de cem células, de cinqüenta pessoas em cada? Se estivéssemos interessados em exibir números, para mostrar a nossa perfórmance ministerial, poderíamos diminuir o número de pessoas em cada célula para dez, quem sabe? Aí teríamos aumentado em cinco vezes o número de células, ficando quinhentas em vez de cem. Mas o exemplo de Jesus nos constrange, pois ele adotou neste caso, cinqüenta em cada grupo. Temos de considerar também, que os doze apóstolos ficaram com a responsabilidade de alimentar toda a multidão, ficando cada um deles responsável por menos de dez grupos, talvez oito ou nove grupos de cinqüenta cada. Isto é organização. Tem de ter uma liderança encarregada de alimentar o rebanho. Mas a maneira de alimentar é de cunho sobrenatural, e não natural, como alguns discípulos sugeriram. Jesus multiplicou os alimentos que lhe foram entregues, e os líderes receberam de suas mãos, para alimentar o rebanho. Esse contexto é de deserto, mas também de escassez, que normalmente caracteriza o deserto. Não é esse muitas vezes o contexto da igreja?

Veja que o grupo de cinqüenta pessoas reunidas aparece no caso de Obadias, no caso de Jesus, mas também no caso de Moisés, em êxodo 18. É claro que no caso de Moisés, o conselho de Jetro, seu sogro, inclui líderes de mil, de cem, e de dez, além  de líderes de cinqüenta. No caso de Obadias e de Jesus, está em foco o alimento, mas no caso de Moisés é a justiça, e a administração do povo. Mais de seiscentos mil homens, além de mulheres e criança, era o povo de Moisés, e ele se afadigava, em julgar os problemas do povo. Alguém já disse que as células são a simplificação da estrutura eclesiástica. Com as células, o líder tira de suas costas um fardo, e reparte a responsabilidade e a autoridade com o povo. Todo o povo de Deus é profeta no Novo Testamento, e, por isso mesmo, é também responsável pela realização da tarefa de apascenta-los. No caso de Moisés, o contexto também é de deserto, onde tudo deve ser administrado com escassez. Mas, assim como o maná caía todos os  dias, para alimentar o povo, Deus proverá o nosso maná espiritual, todos os dias. Porém, temos de organizar o povo em pequenas unidades, as células, sejam elas de que tamanho forem, para alimentá-las e protegê-las, em caso de perseguição, como Obadias também fez.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

A EPIDEMIA DE EBOLA E A BÍBLIA


Quando ouvirdes falar de guerras e tumultos , não vos assusteis...e em vários lugares  haverá grandes terremotos, pragas e fomes; e haverá também coisas espantosas e grandes sinais no céu.” (Lc. 21:9,11).

“Em maio de 1995, o mundo conheceu a nova versão do antigo pesadelo: a peste. Em Kikwit , uma cidade do Zaire,  na África, dezenas de pessoas morriam de febre hemorrágica, infectadas pelo ebola, um vírus poderoso e até então pouco conhecido. O que a maioria das pessoas não sabe ou lembra é que um episódio semelhante acontecera em 1976, com efeitos igualmente devastadores.” EBOLA – WILLIAM T. CLOSE, M.D. 1995.

“O vírus mata nove entre dez de suas vítimas, com tanta rapidez e de modo tão impressionan-te, que até os especialistas em biorrisco estão apavorados. É transmissível através do ar, extremamente contagioso e pode assolar regiões inteiras em questão de dias. ZONA QUENTE conta em detalhes e pela primeira vez a história da origem dos vírus “quentes”, letais, e seus ataques registrados à espécie humana. À medida que as florestas tropicais vão sendo destruídas, vírus antes desconhecidos se revelam, em padrões semelhantes ao da AIDS, e em escala apavorante. Existirão meios de detê-los?” ZONA QUENTE, RICHARD PRESTON, 1994.

Existem duas maneiras de tentar resolver um problema: à maneira do homem e à maneira de Deus. Estamos diante da ameaça de uma epidemia que pode se transformar em pandemia de ebola, um vírus perigoso,  como podemos ver nos dois livros citados acima. A Organização Mundial de Saúde – OMS – está tentando enfrentar o problema como pode, na medida em que a epidemia se alastra pelo mundo. Mas será que Deus tem uma orientação a nos dar, registrada na sua palavra? Vamos examinar um exemplo das Escrituras judaico cristã.

Temos um registro na Bíblia, em II Sm. 24 e em I Cr. 21, em que aconteceu algo semelhante em Israel.
1.       Deus se enfureceu contra Israel, certamente por causa do pecado de idolatria, que era comumente praticado entre os povos cananeus, mas que Israel não poderia praticar.
2.       Por causa disto Deus autorizou Satanás a  tentar a induzir Davi, o líder, que fizesse o censo de Israel, para saber qual era mesmo o tamanho do seu exército. Davi não era obrigado a ceder às insinuações de Satanás na sua mente, mas tudo indica que já havia em seu coração uma vaidade e orgulho por ter um exército tão grande e tão bem sucedido, e ele cedeu, e mandou realizar o censo.
3.       Joabe, o general do exército,  ainda tentou dissuadir Davi, de realizar esse censo, mas Davi não lhe deu ouvidos. É um perigo quando o líder não ouve conselhos de seus subordinados, mas faz somente a sua vontade, que, como no caso, estava viciada.
4.       Depois de realizado o senso, Deus se desagradou do que Davi fez, que, como sabemos, deu ouvidos às sugestões de Satanás em sua mente. Antes Deus já havia se enfurecido com o povo, mas agora se desagradou do líder. Se o líder tivesse resistido, teria livrado o povo, o que não aconteceu neste caso.
5.       Depois de realizado o censo, Davi caiu em si e se arrependeu do que fez, mas já era tarde. Somente agora ele percebeu que o que tinha feito fora por sugestões de Satanás, nove meses e vinte dias depois. Agora só restava receber o castigo de Deus pelo pecado cometido.
6.       O profeta Gade, vidente de Davi, foi a ele com a mensagem de Deus, para que ele escolhesse numa lista tríplice, que castigo receberia. Lembra que nos versículos de Lucas 21:9,11 constam três flagelos, dentre outros, que são “fome, guerra, e peste ou praga”?  Neste caso, Deus mandou Davi escolher, se queria receber o castigo na área de fome, guerra ou praga também. Os juízos de Deus são geralmente nessa linha, fome, guerra, peste ou praga, que é doença, terremoto, animais ferozes ou peçonhentos. Davi escolheu a praga, isto é, doença. Três dias de peste sobre Israel, que neste caso Deus chama de espada do senhor, em comparação com a guerra, que é a espada de seus inimigos. O certo é que nesses três dias morreram em Israel setenta mil homens. Deus disse que a peste é a espada dele. Espada fala de guerra, e significa que Deus estava guerreando contra Israel, matando setenta mil deles, e não sofrendo nenhuma baixa. Teria Deus usado de força desproporcional contra Israel? Ou estará Deus guerreando contra os humanos, por meio do vírus ebola? Pois foi ele mesmo quem disse que a peste era a espada dele. (I Cr. 21:12).
7.       Aqui entra o dilema dos humanos, só crê no que vê. Mas nem o vírus pode ser visto a olho nu, mas por meio de um microscópio eletrônico. É o micro cosmo que o homem não pode ver de maneira natural. E se existir um macro cosmo, que de tão grande, não pode ser visto pelo olho humano? Afinal o profeta Isaías diz “Eis que as nações são consideradas por ele como a gota dum balde, e como o pó miúdo das balanças; eis que lança por aí as ilhas como uma coisa pequeníssima.” (Is. 40:15). Nem Deus, nem anjos, nem demônios, podem ser vistos por modo natural, mas só se Deus revelar.
8.       Davi viu o anjo que trazia a destruição por meio da peste. “Davi ergueu os olhos e viu o anjo do Senhor, que estavas entre a terra e o céu, segurando na mão uma espada desembainhada, estendida contra Jerusalém.” (I Cr. 21:16). Ornã, o jebuseu também viu o anjo, pois “E Ornã esta debulhando o trigo. Quando se virou viu o anjo; e os seus quatro filhos, que estavam com ele , se esconderam.” (21:20). No caso, só estes dois humanos viram o anjo que trazia a destruição por meio da peste. No caso do ebola, será que alguém viu o anjo que está trazendo a praga? Deus não  é obrigado a se revelar ao ser humano pecador, mas nem por isso, deixa de ser real o que a Escritura diz. Nem um ser humano pode ver o anjo que está trazendo a destruição por meio do ebola. E aí pode zombar de Deus e dizer que ele não existe, e tentar lutar contra a praga por seus próprios meios. Não será isso orgulho? Não é melhor se humilhar diante desse Deus invisível, mas real?
9.       Deus se arrependeu  e deu ordem ao anjo, para que retirasse a sua mão, e colocasse a espada na bainha. Mas já haviam morrido setenta mil. E Davi e os líderes de Israel se humilharam diante de Deus. “Então, Davi e os anciãos, cobertos de panos de saco, prostraram-se com o rosto em terra.” (I Cr.21:16b).
10.   O anjo deu ordem a Gade, o profeta, que falou a Davi, para fazer um altar na eira de Ornã, o jebuseu, o que Davi  fez, e ofereceu holocaustos e ofertas  pacíficas sobre ele. Só então o texto diz “e aquela praga cessou sobre Israel.” (II Sm. 24:25b). 

No nosso caso do ebola, Jesus já ofereceu o único sacrifício pelos pecados da humanidade, e não temos de oferecer outros, mas para aplacar a ira de Deus temos de oferecer a propiciação  que é a morte de Jesus, em nosso lugar. Na ceia do Senhor, fazemos um memorial, e recordamos a Deus que o nosso sacrifício já foi feito, e pedimos o perdão pelos nossos pecados. Não é por acaso que Jesus é chamado de propiciação duas vezes pelo apóstolo João. I Jo.2:1; e 4:10. E propiciação é o sacrifício que aplaca a ira de Deus. Esse é o remédio que a Bíblia oferece para curar o ebola. Nossos líderes crerão? Certamente não irão ver o anjo do Senhor, como Davi e Ornã viram, mas terão de crer sem ver. Afinal “sem fé é impossível agradar a Deus, pois é necessário que aquele que se aproxima de Deus, creia que ele existe, e que recompensa os que o buscam.” (Hb.11:6). 

domingo, 10 de agosto de 2014

A IGREJA ADORMECIDA


“E, demorando o noivo, todas começaram a cochilar e dormiram” (Mt.25:5).

Na literatura dos contos de fada, temos a lenda da Bela Adormecida. Podemos usar o mesmo título com relação à igreja, pois certamente a igreja é bela, pelo menos uma parte dela, e quando Jesus voltar vai encontrá-la dormindo. É o que o versículo acima diz, e como diz, é verdade, pois a Bíblia é a inerrante palavra de Deus. Não foram somente as cinco virgens insensatas que dormiram, mas todas as dez, incluindo as cinco sensatas. Ou seja, eu e você, se estivermos vivos quando Jesus voltar, seremos encontrados dormindo. 

Não posso nem orar “Senhor, não deixa que eu esteja dormindo quando o Senhor voltar”, pois estaria fazendo o Senhor de mentiroso. Todas dormiram é uma certeza. Mas o que é dormir, no sentido espiritual do termo? No Novo Testamento dormir é o contrário de vigiar. Vigiar é orar no sentido espiritual. Senão vejamos: “E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração.” (I Pd. 4:7). Vigiar no sentido físico, temporal, é manter os olhos físicos bem abertos, olhando em todas as direções e sentidos, para não ser surpreendido pelo inimigo. 

Porém, para a igreja, os inimigos são espirituais, portanto, invisíveis, e, nesse caso, de nada adiantam os sentidos físicos. Mas vigiar no sentido espiritual é orar, pois a oração atrai a presença do Espírito Santo,  que também é invisível, pois pertence também ao mundo espiritual, onde também estão os nossos inimigos. Aí ganhamos um aliado à altura das nossas necessidades, que nos revela tudo sobre os nossos inimigos. “Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento...” (Ef. 1:18). “e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia.” O nosso espírito tem olhos,  que não são os do corpo, e que podem ser ativados pelo Espírito Santo, mediante a oração. Vigiamos quando estamos orando e dormimos espiritualmente quando não estamos orando. Todas as dez virgens dormiram significa que quando Jesus voltar, a igreja não estará orando. E nós podemos ser essa geração da volta de Jesus. “E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer...Quando porém vier o filho do homem, porventura achará fé na terra?” (Lc. 18:1,8b). Orar é um ato de fé, pois oramos a alguém invisível, e somente pela fé podemos fazer isto, pois “ a fé é o firme fundamento de coisas que se esperam, e a prova de coisas que não se vêem” (Hb.11:1). Paulo diz “Perseverai em oração, velando nela com ações de graça” (Cl.4:2). “Velando” significa perder o sono por causa da oração. Quem está orando está vigiando. A Bíblia diz que Ana “não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia.” (Lc. 2:37). Paulo diz “Orai sem cessar” (I Ts. 5:17). E diz mais “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos” (Ef.6:18). É claro que a oração é uma arma espiritual poderosa na guerra espiritual, e Satanás sabe disso, e envidará todos os esforços para fazer a igreja parar de orar. E tem sido bem sucedido. É isto que significa o fato de que as dez virgens foram achadas adormecidas, quando o noivo voltou. Satanás também utiliza o sono físico para nos impedir de orar, pois no Getsêmani, quando Jesus voltou da oração, encontrou os discípulos dormindo. “E voltando para os seus discípulos achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comigo?” “E, voltando, achou-os outra vez adormecidos; porque os seus olhos estavam carregados.” (Mt. 26:40,43).

Um dos motivos porque a igreja estará adormecida quando Jesus voltar, isto é, não estará orando, pode ser o mesmo que o diabo usou para derrotar a igreja Católica, ou seja, o clericalismo. Na idade Média, quando Lutero fez a Reforma Protestante, a igreja estava dividida em duas classes, os leigos e o clero. O clero, que eram os padres e toda a hierarquia eclesiástica, ou seja, bispos, arcebispos, cardeais, e o papa, além de outras categorias  criadas pela igreja, monopolizou o uso da Bíblia, que era proibida aos leigos, mas só permitida aos clero. A missa era oficiada em latim, idioma dos intelectuais, que o povo não entendia. Os leigos só serviam para sustentar o fausto da liderança, através do dinheiro das indulgências, além de pagar pelos serviços sagrados de batismos, missa de sétimo dia, livramento dos parentes do purgatório, etc. O povo sustentava a hierarquia, e esta fazia os serviços sagrados, até mesmo orar. Os leigos não tinham responsabilidades espirituais, que competia aos clero, que era pago para isso. No judaísmo, os sacerdotes e levitas, que eram da tribo de Levi, eram sustentados pelas outras onze tribos. Então não estava de todo errado. Mas em Israel, quando a nação ia à guerra, iam todos, sacerdotes, levitas, e os homens de vinte anos para cima. Lembram dos sacerdotes tocando as trombetas (shofar) em redor de Jericó? Só que a guerra da igreja é espiritual. E diferente do Israel físico, estamos em permanente estado de guerra. Na nossa guerra espiritual contra Satanás, diferente de Israel, participam todos, velhos, mulheres, e crianças, além dos homens. Isto é, a guerra é feita pelo clero e pelos leigos. Aliás, a palavra leigo pode estar errada, pois desde o dia em que entra no exército de Cristo, o jovem recruta, seja ele quem for, entra no treinamento para participar para a guerra. A igreja evangélica tem de ter cuidado, pois está seguindo os passos da igreja católica para a clericalização da igreja. Já começou a chamar os líderes de sacerdote, o que não tem base no Novo testamento, mas no judaísmo do Antigo Testamento. No Novo Testamento todos são sacerdotes, embora exista a liderança que não é chamada de sacerdote, mas de “Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres” (Ef.4:11) e também Bispo, Presbítero ou Ancião. A oração e a palavra de Deus são as principais armas na guerra espiritual contra Satanás. Se ele convencer a igreja de que a obrigação de guerrear é somente da liderança, terá criado uma aberração, um exército constituído só de oficiais. Então, ore igreja, desde o maior, até o menor.
O segundo motivo porque a igreja estará adormecida, quando Jesus voltar, ou seja, não estará orando, é a mundanização da igreja. Não quero dizer com isto que a igreja está parecendo com o mundo, exteriormente falando. E isto pode até estar acontecendo, mas não é a isto que me refiro. A coisa é mais sutil, pois acontece no nível da mente. O Dr. Harold Caballeros no livro O Poder Transformador do Evangelho de Jesus Cristo, diz que uma sociedade é assim constituída: Os Poderes (Invisíveis, Principados e Potestades), Conceitos, Paradigmas, Cosmovisão, Cultura. Ou seja, os poderes invisíveis colocam conceitos na mente das pessoas, que se transformam em paradigmas, que formam uma cosmovisão, que geram a sociedade. A igreja pode estar sendo vítima desse sistema, na medida em que se afasta da cosmovisão bíblica, e adota os conceitos da filosofia humanista, seja a clássica, medieval ou moderna. Qualquer corporação tem a sua maneira de resolver seus problemas, mas a igreja não é qualquer corporação, pois é a igreja do Deus vivo, tem uma aliança com Ele, que se compromete com ela como seu protetor e seu provedor. Deus promete suprir cada uma das necessidades dos seus filhos, mas não de qualquer um. A igreja é a família de Deus. As outras corporações pensam em colocar um dos seus no parlamento, para fazer leis para beneficiá-las, ou mesmo protegê-las. A questão é: A igreja deve fazer a mesma coisa? Se concluir, pela cosmovisão bíblica, que deve fazer, faça. Mas não deve fazer só porque as outras corporações estão fazendo. Paulo diz “As armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para a demolição de fortalezas”. (II Co. 10:4). Quando Pedro foi preso por Herodes, a igreja orou, e Deus mandou um anjo, que libertou Pedro. (At.12). Isto as outras corporações humanas não podem fazer, só a igreja. Mas é mais fácil adotar os métodos humanos, e a mentalidade humanista do que orar. Porque orar a um Deus Santo, demanda obediência e honra a Ele. Aliás, São Paulo precisa buscar a Deus, e clamar a Ele, pois só Ele (e não São Pedro), pode mandar a chuva que eles tanto precisam,  para não experimentar um colapso no seus sistema de abastecimento de água. Aliás, o mundo precisa clamar a Deus, inclusive a igreja, pois a epidemia de ebola na África, ameaça se espalhar pelo mundo e exterminar toda a humanidade. E isto não é catastrofismo não, mas a realidade, a não ser que você não saiba quem é o ebola. Então igreja, ore, pois mesmo que você adormeça, haverá suficiente azeite na sua vasilha, para abastecer a sua lâmpada, na hora em que o noivo chegar.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS


Mt. 25:1-13
1.       As dez virgens representam a noiva, a igreja
2.       Virgindade é pureza espiritual
3.       Cinco virgens insensatas, não se prepararam
4.       Cinco virgens prudentes, se prepararam – Pv. 20:27 A lâmpada do Senhor é o espírito do homem.
5.       Lâmpada é o espírito do homem
6.       Azeite é o espírito Santo  -  3
7.       O crente insensato avança sem o espírito Santo mesmo  -  3
8.       Vasilha é vaso, o corpo  -  4; I Co. 3:16; 6:19
9.       O crente prudente tem o Espírito Santo no seu espírito e no seu corpo  -  I Co. 6:16-19
10.   O noivo é Jesus e vai demorar  - 5
11.   Todas dormiram  -  5;  I Pd. 4:7; Lc.21:34-36; 18:8
12.   A luz da lâmpada são as boas obras  -  8;  Mt.5:14-16
13.   A santidade não é transferível  -  9
14.   O azeite tem preço  -  II Rs. 4:7; Lc. 16:5,6
15.   O preço é oração, Bíblia, jejum, obediência...
16.   O noivo vai chegar  -  10
17.   As virgens que estavam preparadas entraram para a festa com o noivo  -  10
18.   A porta da graça vai fechar, assim com foi fechada a porta da arca de Noé  -  v.10; Gn.7:16
19.   Preparação de última hora não serve, mantenha-se preparado em todo o tempo –
20.   Não é suficiente conhecermos a Jesus, é necessário que Ele nos conheça também – 12
21.   Devemos viver numa permanente espectativa da volta do Senhor. “Portanto, vigiai, pois não sabeis em que dia vem o vosso Senhor; mas compreendei isto: Se o dono da casa soubesse a que hora da noite o ladrão viria, vigiaria e não deixaria arrombar a sua casa. Por isso, ficai também preparados, pois o filho do homem virá numa hora em que não esperais.” (Mt.24:42-44).

terça-feira, 5 de agosto de 2014

MOISÉS E JOSUÉ


Moisés liderou o povo de Israel durante quarenta anos no deserto. Josué liderou a partir de então, introduzindo o povo na terra prometida, e comandando todas as guerras de Canaã, sendo vitorioso em todas, até mesmo em Ai. O Novo Testamento diz que o Antigo Testamento contém “sombras das coisas futuras” (Cl.2:17) e “tendo a lei a sombra dos bens futuros” (Hb.10:1). Então, Moisés e Josué são figuras de Jesus e do Espírito Santo. 

Flávio Josefo diz que “Mo em língua egípcia significa água e isés preservado” isto é “salvo das águas”. É interessante que no N.T. Jesus diz que “aquele que não nascer da água (e do Espírito) não pode entrar no reino de Deus.” Moisés foi retirado das águas, dentro de um cesto calafetado, tendo simbolicamente nascido para a realeza, já que foi tirado pela filha de faraó. Ao Abrir o cesto, a filha de faraó, viu que o menino chorava, choro que caracteriza as crianças ao nascer. Moisés, depois de adulto, liderou o povo de Israel, tirando-o da escravidão egípcia. Jesus liderou o povo, libertando-o da escravidão a Satanás, através de sinais e maravilhas. “E não convinha soltar desta prisão, no dia de sábado, esta filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás tinha presa?” (Lc. 13:16). Moisés liderou o povo durante quarenta anos no deserto, e Jesus passou quarenta dias no deserto, enfrentando as  tentações de Satanás. No deserto havia inimigos, mas não tantos. Moisés enfrentou dois gigantes no deserto, Ogue, rei de Basã, e Siom, rei dos amorreus. Os problemas do deserto não são inimigos pessoais, mas falta dágua e de alimento, além do calor excessivo de dia e frio congelante à noite. Mas a nuvem guiava o povo, fazendo sombra de dia, e iluminando o caminho à noite. Houve uma guerra no deserto contra os amalequitas, em que Josué comandou o povo na planície, e Moisés subiu ao monte. Moisés levantava as mãos no outeiro, e Josué com o povo prevalecia na planície. É um simbolismo antecipado, Moisés representando Jesus no céu, intercedendo por nós, e o Espírito Santo na terra, comandando a igreja na guerra contra Satanás. (Ex. 17:8-16). Moisés morreu antes de entrar na terra de Canaã, por causa do pecado do povo, pois “Indignaram-no também junto às águas da contenda, de sorte que sucedeu mal a Moisés, por causa deles; porque irritaram o seu espírito, de modo que falou imprudentemente com seus lábios.” Toda analogia, comparação, tipologia, metáfora, têm limites, e não deve ser levada às últimas conseqüências. É claro que Moisés pecou, ao desobedecer a Deus, por incredulidade, enquanto que Jesus não pecou, mas morreu também por causa dos pecados do povo.

Josué sucedeu a Moisés, assim como o Espírito Santo sucedeu a Jesus, na liderança do povo. Eu sei que alguns acham que Josué é uma figura de Jesus, porque o nome dele era, originalmente,  Oséias, filho de Num, mas Moisés mudou-lhe o nome para Josué, e era da tribo de Efraim, filho de José. Ora, Josué significa Jesus, ou Yeshua, que é o nome hebraico de Jesus. É interessante também, que o primogênito de José era Manassés, mas Jacó colocou a primogenitura  sobre Efraim, no lugar de Manassés, trocando a posição das mãos. Porém, em Ap. 7:4-8, na relação dos filhos de Jacó, o nome de Efraim não aparece, mas o de Manassés, sendo restaurada a sua posição na primogenitura de José. Sabemos que Jesus é o primogênito de Deus, mas é como se o Espírito Santo, durante a sua ausência da terra, assumisse a primogenitura no meio dos irmãos. Apesar de Josué ter tomado o lugar de Moisés na liderança do povo, quem aparece no monte da transfiguração, a Jesus, é Moisés, juntamente com Elias. O ministério de Moisés foi no deserto, havendo muita rebelião, durante a sua gestão, pois no deserto o povo se rebela. Mas o ministério de Josué foi na terra de Canaã, terra que mana leite e mel. Josué foi tomando cidade após cidade, derrotando todas, com exceção de Ai, onde houve dificuldade por causa do pecado de Acã. Então, na era do Espírito Santo temos todas as condições de vencer os nossos inimigos, Satanás e seus demônios, precisando apenas evitar o pecado. É interessante que o pecado de Acã foi cobiça por dinheiro, por assim dizer. Foi também o pecado de Judas Iscariotes, de Balaão, de Geasi, e, certamente, é o pecado de muitos hoje. Moisés liderou no deserto, mas Josué, na terra que mana leite e mel. A terra de Canaã, é uma figura do céu, mas também o é da vida cheia do Espírito Santo. O cristão cheio do Espírito Santo tem todas as condições de vencer Satanás e seus demônios, pois significa está submisso à liderança de Josué. Acã desobedeceu a Josué, e pecou, e foi morto com toda a sua família, assim aconteceu também com Ananias e Safira. O nosso Josué é o Espírito Santo, e com Ele também conquistaremos toda a terra, pois o nosso Moisés (Jesus) está no monte (o céu) com as mãos levantadas, intercedendo por nós.