quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A REBELDIA DE URIAS

II Sm.11,12

INTRODUÇÃO
A questão do discipulado traz a necessidade de submissão do discípulo ao mestre, do liderado ao líder, como está escrito: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles.” (Hb.13:17). Jesus foi criado por José e Maria, e quando tinha doze anos, foi dito dele “E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso.” (Lc.2:51). Já adulto, diante de Pôncio Pilatos, Jesus se submeteu à sua autoridade “Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar? Respondeu Jesus: nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada.” Se Jesus tivesse se rebelado contra a autoridade de Pôncio Pilatos, estaria afrontando a autoridade do próprio Deus, que a tinha delegado para o imperador romano, e este para o governador Pilatos.

A AUTORIDADE NO TEMPO DE DAVI – II Sm.12,12
Autoridade pressupõe hierarquia, que vem do grego HIERON (templo). No caso de Davi a hierarquia era: Davi, Joabe, Urias. O padrão do Antigo testamento, neste caso, é militar. Urias era subordinado a Joabe e a Davi. Mas Davi era maior autoridade do que Joabe, sobre Urias. Se Davi desse uma ordem para Urias e Joabe desse outra, Urias deveria obedecer a Davi, em vez de Joabe. É o caso de Pedro e João diante do Sinédrio, quando responderam “Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós do que a Deus.” (At.4:19). Neste texto, tem sido muito enfatizado o adultério de Davi, nos deixando cegos para outras lições, que o texto oferece. Vamos demonstrar uma delas.

A REBELDIA DE URIAS
Depois de consumado o adultério de Davi com Bate-Seba, algumas ordens são dadas no texto:

a) De Davi para Joabe: “Manda-me Urias, o heteu.” Joabe obedeceu.(11:6).
b) De Davi para Urias: “Desce a tua casa e lava os pés.”(11:8). Urias “não desceu para sua casa”(v.9). Desobedeceu.
c) Delataram a Davi “Urias não desceu a sua casa”. (v.10).
d) Davi reclamou: “Por que não desceste a tua casa?”(v.10).
e) Urias retrucou “e hei de eu entrar na minha casa? Não farei tal coisa.”(v.11). Rebelou-se.
f) De Davi para Urias: “Demora-te aqui ainda hoje, e amanhã te despedirei.” (v.12). Obedeceu. Porém o verso 13 termina, dizendo “porém, não desceu a sua casa.”
g) De Davi para Joabe: “Ponde Urias na frente da maior força da peleja; e deixai-o sozinho, para que seja ferido e morra.” Joabe obedeceu.(v.14).
h) De Joabe ao mensageiro –v.19- Foi obedecido, pois o verso 22 diz: "Partiu o mensageiro e, chegando, fez saber a Davi tudo o que Joabe lhe havia mandado dizer".
i) De Davi ao mensageiro “Assim dirás a Joabe.”(11:25). Obedeceu.

O verso 17 termina dizendo “e morreu também Urias, o heteu.” E o verso 24 termina assim “e também morreu o teu servo Urias, o heteu.” Se Urias tivesse obedecido a ordem de Davi, de descer a sua casa, ele não teria morrido. Urias morreu por causa da sua rebeldia. Urias estava disposto a obedecer a Joabe, seu líder imediato, mas não a Davi. A convivência diária com Joabe, criara este vínculo de lealdade, e a ausência de Davi, a intensificara. Isto pode acontecer hoje. O líder imediato pode conquistar a lealdade do liderado, mesmo sem querer, e suscitar rebeldia contra o líder principal.

OUTRAS MENSAGENS DO TEXTO

a) A obstinação de Urias em não obedecer a Davi, pode ter sido suscitada por forças espirituais, a fim de que o adultério de Davi não ficasse oculto.
b) O fato de Urias se recusar descer a sua casa, e se deitar com sua mulher, que deveria ser jovem e bonita, é, no mínimo, estranho, já que retornava de uma jornada no campo de batalha. Esperava-se que ele estivesse ansioso para se deitar com Bate-Seba. Creio que o texto de II Sm.12, na parábola do profeta Natã, oferece algumas explicações. Diz o verso 3 que a cordeirinha tinha sido comprada e criada “junto com seus filhos” e “dormia nos seus braços, E A TINHA COMO FILHA.” Apesar de ser um dos trinta e sete valentes de Davi, Urias já era de uma certa idade, e Bate-Seba era bem novinha. O fato de ele tê-la como filha, revela que não nutria desejos sexuais em relação a ela, o que pode explicar a recusa de descer a sua casa.
c) A conseqüência disto é que a carência sexual de Bate-Seba, pode tê-la levado a se colocar estrategicamente num lugar onde pudesse ser vista por Davi, para cumprir alguma fantasia sexual. É o que Paulo diz em I Co.7:5 “Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e a oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência.” Ele está falando de sexo entre marido e mulher.
d) Há uma deliberada comparação entre o comportamento de Urias e o de Davi, ressaltando a superioridade daquele. II Sm. 11:11 diz “A arca, Israel e Judá ficam em tendas; Joabe, meu senhor, e os servos de meu senhor estão acampados ao ar-livre;e hei de eu entrar na minha casa, para comer e beber e para me deitar com minha mulher? Tão certo como tu vives e como vive a tua alma, não farei tal coisa.” Davi não tinha tais escrúpulos, pois em 11:1 diz “Decorrido um ano, no tempo em que os reis costumam sair para a guerra, enviou Davi a Joabe, e seus servos, com ele, e a todo o Israel, que destruíram os filhos de Amon e sitiaram Rabá; porém, Davi, ficou em Jerusalém.” Davi não se importava em ficar no conforto da casa real, enquanto seus homens estavam no campo de batalha. Urias se importava. Mas, por causa do comportamento de Davi, Satanás armou contra ele uma cilada. O pecado de Urias foi rebeldia, que resultou em morte; a falha de Davi foi comodismo, que resultou em pecado. Em Hb. 12:1 está escrito “deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia.” Comodismo pode não ser pecado, mas é embaraço. Rebeldia é pecado, e o salário do pecado é a morte. O comodismo de Davi levou a dois pecados: adultério e homicídio.

CONCLUSÃO
Jesus deu uma ordem para os seus discípulos, e, por extensão para toda a igreja. “Fazei discípulos”. Todos estamos envolvidos no processo de discipulado. E devemos lembrar que no discipulado todos temos superiores e subordinados. Que não façamos como Urias, que apegado ao seu líder imediato, se rebelou contra autoridade de Davi, seu líder principal.

A MALDIÇÃO DA QUEBRA DE ALIANÇA

II Sm. 21:1-14

INTRODUÇÃO

   Fome na Bíblia significa falta de chuva, que ocasiona escassez de alimentos, numa economia essencialmente agropecuária. Porque não chove, a terra não produz alimento para o homem, nem erva para os animais. Nos dias de Davi, não choveu durante três anos, e nos dias do profeta Elias a seca foi de três anos e meio (Tg.5:17).
   Mas a Bíblia revela que a falta de chuva tem uma causa, de ordem espiritual. Nos dias de Davi, a causa da fome lhe foi revelada, quando consultou ao Senhor. Quebra de aliança, foi o motivo dado por Deus, o que ocasionou uma maldição. A história termina dizendo “E DEPOIS DISTO DEUS SE APLACOU PARA COM A TERRA.”(II Sm. 21:14b). O que significa que foi Deus quem mandou a fome, e, depois de aplacado, mandou a chuva. Deus é o supremo juiz do universo, mas particularmente do seu povo, pois tanto o caso de Davi, quanto o de Elias, aconteceram com o povo de Israel, povo que tinha uma aliança com Jeová, Deus de Israel. A quebra de aliança ocasionou o castigo. O povo brasileiro não conhece muito sobre alianças, e o perigo de quebra-las. Vamos, portanto, estudar as várias alianças do texto.
  
     1. ALIANÇA DE PAZ
Os gibeonitas eram cananeus, povo que Deus havia destinado para a destruição, pelas mãos de Israel, sob a liderança de Josué. Mas os moradores da cidade de Gibeão, usaram de astúcia, e enganaram Josué e os príncipes de Israel, levando-os a fazer uma aliança com eles, pensando que não eram cananeus. Depois que descobri-ram que eram inimigos, já lhes tinham prestado juramento, e não podiam mais toca-los. (Js.9). Durante muito tempo a aliança foi respeitada, mas Quando Saul se tornou rei, violou a aliança, ferindo os gibeonitas. Foi isso que causou a fome. Para conser-
Tar a situação, os gibeonitas pediram sete homens da família de Saul, para serem mortos, afim de que pudessem abençoar Israel. Aprendemos daí que a parte ofendida pela quebra de aliança, pode abençoar a parte ofensora. O texto ensina que Saul não era homem de aliança, não respeitava aliança.
  
2. ALIANÇA DE AMIZADE
O texto fala de Davi e de Jônatas, que fizeram uma aliança de amizade, que está registrada em I Sm. 18: 1-4, quando Jônatas, filho do rei Saul, deu a Davi a sua capa, as suas vestes, a sua espada, o seu arco, e o seu cinto. A aliança é feita por meio de um juramento. O texto mostra que Davi era homem de aliança, que respeitava a aliança. Quando os gibeonitas pediram sete homens da família de Saul “Porém o rei poupou a Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, por causa do juramento do Senhor, que entre eles houvera, entre Davi e Jônatas, filho de Saul.”(v.7). O caráter de Saul é comparado ao caráter de Davi, para mostrar que Davi era homem de Aliança, e Saul não.

3. ALIANÇA DE CASAMENTO
O texto fala de dois homens e de duas mulheres, para mostrar a fidelidade de uns e a infidelidade de outros. Uma das mulheres mencionadas no texto é Mical, filha de Saul. Dos sete homens mortos pelos gibeonitas, cinco eram filhos de Merabe, irmã de Mical. O texto poderia ter citado diretamente Merabe, a filha mais velha de Saul, porém, prefere apresenta-la como irmã de Mical. Algumas traduções da Bíblia traduzem diretamente o nome de Merabe, omitindo o nome de Mical. É um erro, e não se pode tomar tais liberdades na tradução da Bíblia. Tudo que está na Bíblia tem uma razão de ser, embora nem sempre esteja claro. No hebraico a expressão que aparece é que os cinco homens que foram mortos eram “filhos da irmã de Mical”. O Espírito Santo omite o nome de Merabe, e apresenta o nome de Mical, porque é Mical que é o exemplo de infidelidade na aliança. Mical era casada com Davi, que a desposou por cem prepúcios de filisteus. Mas quando Davi fugiu da Perseguição de Saul, ela, desprezando a aliança, se casou com Paltiel, filho de Laís.  Davi a retomou de volta, mas era uma mulher rebelde, que morreu sem filhos, por castigo de Deus (II Sm. 6: 16, 20-23).
  
4.ALIANÇA CONSANGUÍNIA
Toda aliança é formalizada por um rito, que pode envolver um juramento, menos a aliança consanguínia. Esta é a aliança natural entre pessoas que têm o mesmo sangue circulando nas veias. Aqui entra em cena a segunda mulher do texto, Rispa, filha de Aias, que tinha sido concubina de Saul, e deste havia tido dois filhos, Armoni e Mefibosete.(II Sm. 21:8). Quando seus dois filhos foram mortos, Rispa tomou um pano de cilício (cinto de lã áspera, de crinas ou eriçado de pontas de arame, e que se trás sobre a pele para mortificação e penitência), estendeu sobre uma pedra, para nele se deitar, e não dormir, e vigiar os corpos de seus filhos, para não serem violados pelos animais do campo de dia e as aves do céu de noite. Esta era uma mulher fiel, mulher de aliança. Não era princesa, nem rainha como Mical, mas a nobreza lhe era natural. Nos seus dias, o seu status era de concubina do rei, e depois do general Abner, filho de Ner. Foi fiel a aliança com seus filhos até depois de mortos. Sua atitude mexeu com a consciência de Davi, que foi fiel à sua aliança com Jônatas, mas não tanto. Ao saber o que Rispa tinha feito, Davi mandou tirar os ossos de Saul e Jônatas dos moradores de Jabes-Gileade, e mandou sepulta-los condignamente. A fidelidade de Rispa envergonhou a Davi. Só depois disto “Deus se aplacou para com a terra”. A fidelidade parcial de Davi era obstáculo para Deus abençoar a terra. Depois de emulado pela fidelidade de Rispa, Davi completou a sua fidelidade, e Deus pode abençoar a terra.

CONCLUSÃO

Quem sabe quanta maldição tem origem e raiz na quebra de aliança. Aliança formalizada e consangüínea. Faça um exame na sua vida e consulte a Deus como Davi fez. Quem sabe você pode estar precisando reparar uma injustiça sobre aliança com alguém. A fome no tempo de Davi foi o sintoma da maldição. Qual é o sintoma na sua vida? Mesmo que você seja fiel, talvez a fidelidade precise de algo mais. Sepultar os ossos de Saul e Jônatas era o que faltava para Davi. E para você? As aves do céu e os animais do campo representam demônios. A função deles é atacar a aliança. A atitude de Rispa representa a permanente necessidade de vigilância em oração, como está escrito em I Pd. 4:7 “Portanto sede sóbrios e vigiai em oração.”

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

PRINCÍPIOS ESPIRITUAIS NO LIVRO DE ESTER

INTRODUÇÃO

Ao longo da história da humanidade, três ideologias foram tomando corpo, muitas vezes de maneira subliminar, formando uma cultura, na vida de cada povo. Para entendermos esse processo, precisamos saber que a Bíblia é a Palavra de Deus e que a revelação é progressiva, isto é, o que é ensinado no A.T. por sombras e figuras, é declarado abertamente no Novo Testamento. Em II Co. 10:4 e 5, Paulo ensina que o poder das trevas constrói fortalezas espirituais na mente das pessoas, com o objetivo de separa-las do conhecimento de Deus. Mas que essas fortalezas podem ser destruídas pelas armas espirituais dadas por Deus. As três ideologias a que me refiro são o Machismo, o feminismo, e o homossexualismo. Esses três movimentos têm tentado se impor, ao longo da his tória, na vida de cada povo. A única maneira legítima que temos para fugir desse condicionamento cultural, é descobrir na Bíblia, qual é a orientação dada por Deus, sobre cada um desses assuntos. O Machismo é largamente praticado na vigência do Antigo testamento, e ainda hoje, principalmente nos países de tradição muçulmana, como o Afeganistão, com os Talibãs e as burcas. O Novo testamento claramente procura corrigir essa distorção, senão vejamos: a primeira pessoa que foi cheia do Espírito Santo no N.T. foi uma mulher(Lc.1:41); a única pessoa a quem Jesus disse claramente que Ele era o Messias, no N.T., foi uma mulher(João.4:26); a primeira pessoa a quem Jesus apareceu depois de ressucitado foi uma mulher(João 20:11-17). A segunda ideologia a que me refiro é o homossexualismo, que hoje, como movimento cultural, procura impor seus valores a toda a sociedade, de maneira avassaladora, principalmente através da aprovação de leis, intimidando seus opositores. Porém, quero me deter especificamente , sobre o Feminismo. Devemos lembrar que o objetivo de Satanás, ao distorcer os ensinos de Deus, é causar mal ao ser humano. Há coisas que aos nossos olhos parecem desejáveis e boas, mas que ao final levam a caminhos de morte. Lembremos também que Deus é bom e nos ama, e seus ensinamentos redundam para o nosso bem, tanto no sentido pessoal, quanto no coletivo. Há ensinamentos de Deus, que podem parecer indesejáveis e injustos, mas que se praticados corretamente concorrem para o nosso bem. É lógico também, que muitos males têm derivado de uma equivocada interpretação da Bíblia. Não é o ensino da igreja, nem mesmo o que a Bíblia parece dizer, que recomendo, mas uma correta interpretação das Palavras de Deus. Que o leitor julgue. O Feminismo é uma reação ao Machismo, mas em vez de voltar aos princípios da Palavra de Deus, para nortear o relacionamento de homens e mul heres, procura, de maneira quase justiceira,se vingar das injustiças cometidas pelos homens contra as mulheres. Muitas vezes tenta tomar o lugar do homem, suplanta-lo, e subjuga-lo. Vejamos o que diz a Bíblia.


PRINCÍPIOS ESPIRITUAIS NO LIVRO DE ESTER

A história do livro de ester acontece no tempo do império persa, quando Israel se encontrava no cativeiro babilônico, exatamente por sua infidelidade à aliança com Deus, especificamente por violar o primeiro mandamento do Decálogo. O rei Assuero fez uma festa de cento e oitenta dias aos príncipes da Pérsia e da Média. Depois ele fez um banquete de sete dias a todo o povo que se encontrava na cidadela de Suzã.(Et.1:1-5). Ao sétimo dia mandou o rei buscar a rainha Vasti, para exibir a sua formosura. A rainha, porém, recusou atender ao chamado do rei. A atitude da rainha provocou a fúria e a ira do rei. Eu presenciei um grupo de mulheres cristãs, líderes em suas igrejas, classificar a atitude de Vasti como dignidade. Há uma distância cultural muito grande e ntre o tempo de Vasti e o nosso tempo. Pode ser que alguém compare o comportamento do rei assuero,ao de um marido moderno, que chega em casa embriagado e abusa da esposa. Mas será este o caso? Lidando com a Palavra de Deus não podemos cometer gafes culturais, sob pena de não captar o sentido da lição que o Espírito Santo está querendo nos ensinar. O rei consultou os sábios que sabiam a lei e o direito, dos quais o líder era Memucã. (Et.1:13,14). O Espírito Santo está querendo revelar um dos meios que o diabo usa para destruir a família. A palavra de Memucã em Et. 1:17 é “TODAS AS MULHERES... DESPREZARÃO SEUS MARIDOS”, pelo mau exemplo de Vasti. Que as senhoras de todo o reino ouvindo o que fez a rainha...”e assim haverá muito DESPREZO e indignação”(v.18). Em Et. 2:20, Memucã aconselha Assuero a depor Vasti, e conclui “todas as mulheres darão HONRA a seus maridos, desde a maior até a menor”. E ainda em Et. 2:22, o rei assuero, seguindo o conselho de Memucã, decreta “que cada homem fosse senhor em sua casa”. È interessante observar que em hebraico, a palavra Baal, significa senhor, que é o significado da palavra marido. Antes que alguém se escandalize, é bom lembrar o que está escrito em I Pd. 3:6 “Como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor; da qual vós sois filhas, fazendo o bem, e não temendo nenhum espanto.” Assim, o modelo para as mulheres cristãs, não é Maria, nem Eva, mas sara. É interessante observar também que um dos significados do nome de sarai, é Mandatária, uma mulher que gostava de mandar no marido, antes de ter o seu nome mudado para sara, princesa, uma mulher submissa a seu marido. A mulher não está obrigada a ser submissa a nenhum homem, a não a seu pai, enquanto está na sua casa, e a seu marido, enquanto está casada com ele.


O PRINCÍPIO DO DESPREZO

Procuramos pescar de propósito a palavra DESPREZO no primeiro capítulo de Ester, porque cremos que é um princípio de destruição, que o satanás tem usado para destruir a família. É uma fortaleza na mente, um sentimento plantado na mente, e se torna uma fortaleza espiritual. Por que uma mulher como Vasti, casada com o homem mais poderoso do planeta, iria jogar fora esse privilégio? Afinal qual foi o pecado de assuero? Ele não a espancou, não abusou dela, pelo que sabemos. O que ele fez, sob o efeito do vinho, foi o que qualquer marido faria em situação semelhante, extravasar o que estava no seu coração. Ele tinha orgulho da beleza de sua mulher, e mandou busca-la com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua beleza. (Et.1:11) Porém, cremo s que já havia no coração de Vasti uma rivalidade em relação a seu marido, pois enquanto ele, fazia as suas festas e banquetes “Também, a rainha Vasti deu um banquete às mulheres, na casa real, do rei Assuero.”(Et.1:9). Se o diabo conseguir colocar uma rivalidade entre homens e mulheres, o casamento se torna um campo de batalha, uma disputa, um tentando sobrepujar o outro, e só quem tem a ganhar é o diabo. Mas neste caso, eu creio que o princípio que o maligno quer colocar no coração da mulher é o DESPREZO (às vezes até justificado) pelo marido. Se o desprezo estiver no coração, logo se tornará em palavras de desprezo, e em atitudes de desprezo, como foi o caso de Vasti. Vejamos outro texto. “E sucedeu que,entrando a arca do Senhor na cidade de Davi, Mical, a filha de Saul, estava olhando pela janela; e, vendo ao rei Davi, que ia bailando e saltando diante do Senhor, O DESPREZOU NO SEU CORAÇÃO.” O desprezo do coração logo se tornou em palavras de desprezo. “Quão honrado foi o rei de Israel, descobrindo hoje aos olhos das servas de seus servos, como sem pejo se descobre qualquer dos vadios.”(II Sm. 6:16,20). No caso de Davi, ele não estava se embriagando, mas adorando a Deus, com danças e publicamente. Era demais para o orgulho da rainha Mical, filha do rei Saul. Ela não compreendeu as motivações de seu marido. A história de Mical termina de maneira melancólica. “E Mical, filha de Saul, não teve filhos até o dia de sua morte.”(II Sm.6:23). O desprezo no coração pode ter uma motivação real ou aparente, justa ou injusta, verdadeira ou falsa. Seja qual for a sua motivação, não aceite, pois você só precisa saber de onde ela vem. Se seu marido não merece a sua admiração, canalize-a para o Senhor(marido) Jesus Cristo, e veja Jesus nele, como está escrito “E tudo qua nto fizerdes, fazei-o de todo coração, como ao Senhor, e não aos homens.”

O PRINCÍPIO DA HONRA

“todas as mulheres darão honra a seus maridos, desde a maior até a menor” é o que diz em Et. 1:20. No próprio livro de ester, cap. 6:1-11, está um exemplo de se dar honra a alguém. È ter consideração, é dar precedência, é exaltar, é tratar bem e com distinção. É interessante que em II Pd. 3:7´, mandamento para o marido “dando honra à mulher, como vaso mais frágil”. É um mandamento recíproco, tanto o marido deve honrar a mulher, como a mulher deve honrar o marido. O N.T. claramente coloca o homem como o líder da família, e ordena que a mulher lhe seja submissa. Mas ao mesmo tempo,manda que o homem ame a mulher, como Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela. Honrar é o contrário de desprezar. Ou você honra ou despreza. O homem também pode desprezar a mulher no seu coração, e trata-la com palavras de desprezo, e atitudes de desprezo. Não é o que a Bíblia manda. Todos temos defeitos que podem se tornar objeto de desprezo do nosso cônjuge. Alguns dos motivos são de ordem estética. A pessoa é feia, é gorda, é magra, não se veste bem, cheira mal. Outros são de ordem moral ou espiritual. A pessoa é mau caráter, é mentirosa, é preguiçosa, é acomodada, não tem ambição, não cuida bem dos filhos nem da casa,é cruel, é burra, é mal-educada. Mas o princípio da honra e o do desprezo, são enfatizados porque ferem o princípio que regem todo o universo, que é o princípio da autoridade. Satanás ataca ferozmente o princípio da autoridade, para gerar anarquia, que é a ausência de autoridade. Deus governa o universo por meio de sua autoridade delegada a pessoas. O rei Assuero era autoridade em duas esferas. No Estado, como rei, e na família como marido. Foi esse princípio que Va sti violou. Creio que a autoridade do Estado pode ser uma mulher, que a liderança da igreja pode ser uma mulher, e nestes casos, devem ser acatados. Mas na família, não há essa liberdade. Quando um homem e uma mulher se casam, eles não podem decidir que a mulher será o “marido”. A Escritura já definiu que é o homem o líder, com seus direitos e obrigações. Deus sempre pede contas do líder, e é do homem que Ele vai pedir. A mulher pode ser mais dotada para a liderança, mais inteligente, mais forte, mas a liderança é intransferível. O marido pode delegar para ela a autoridade, mas jamais a responsabilidade. Diante disso, a mulher, ao ver que seu marido não assume satisfatoriamente a liderança, ou porque não quer, ou porque não sabe, pode assumir uma das duas posições: ou usa toda sua capacidade para ajuda-lo a liderar, ou usa essa mesma capacidade para usurpar a liderança, movida por vaidade. Neste último caso há a regência de um principado chamad o espírito de Jezabel. Mas isso já é assunto para outro estudo.

CONCLUSÃO
O livro de Ester contempla o Estado e a Família, nas pessoas do rei Assuero e da rainha Vasti. A atitude de Vasti se configura como rebeldia, que é a rejeição de toda forma de autoridade legitimamente constituída. O primeiro rebelde da criação foi Lúcifer, que rejeitou a autoridade de Deus no céu. Desde a criação do homem, ele tenta criar seguidores a começar por Adão. O mundo não está solto no cáos,nem é dos mais espertos, nem dos mais fortes, mas Deus governa a partir da dimensão invisível, por meio de princípios rigidamente elaborados por Ele, como está escrito “a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer, e até ao mais humilde dos homens constitui sobre ele...E todos os moradores da terra são reputados em nada, e segundo a sua vontade Ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga: Que fazes?” (Dn.4:17,35).

domingo, 17 de janeiro de 2010

O QUE TEM VALOR PARA DEUS

INTRODUÇÃO


Cada livro da Bíblia tem um contexto e todo assunto contido no livro deverá ser entendido à luz desse contexto, para que não se diga que a Bíblia se contradiz. No caso da Carta Aos Gálatas, os cristãos estavam sendo assediados pelos judaizantes, a guardarem a lei de Moisés, além de crer em Jesus, para serem salvos. Tinham de se tornar judeus por meio da circuncisão. Por causa disto, Paulo diz a eles que não havia nenhuma vantagem em ser judeu. Por força de contraste, ele nos diz o que realmente tem valor para Deus.

1. A FÉ QUE OPERA PELO AMOR - Gl. 5:6

Paulo diz que “em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor.” Circuncisão são os judeus e incircuncisão são os não judeus, gentios. O que tem valor para Deus é a fé e o amor, não importando se a pessoa é judeu ou não judeu. Esse versículo nos dá uma informação importante. Ele diz que a fé que agrada a Deus, não é a fé num vácuo, abstrata. Tiago diz que a fé sem as obras é morta. (Tg.2:26). É outra maneira de dizer que a fé sem o amor é morta. A Bíblia fala de dois tipos de amor, a amor a Deus e o amor ao próximo. Em João.14:21 Jesus diz que o amor a Ele é demonstrado pela guarda de seus mandamentos. Ordinariamente aprendemos que a salvação é pela fé em nosso Senhor Jesus Cristo, mas em Hb.5:9 nos é dito que a salvação é para todo aquele que obedece a Jesus. Em I João 3:18 está escrito “Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.” Assim, o que tem valor para Deus não é se a pessoa é judeu ou não judeu, mas se tem a fé que opera pelo amor, e é demonstrada por obras, em atos de obediência, como está escrito “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” (Ef. 2:10). Tanto em Rm. 1:5, como em 16:26, a Escritura fala da “obediência da fé”.

2. SER UMA NOVA CRIATURA - Gl.6:15

Novamente, neste texto, Paulo diz que em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura. Essa nova criatura certamente tem a fé que opera pelo amor. Mas ser uma nova criatura significa que tanto os judeus quanto os não judeus precisam nascer de novo. Em II Co. 5:17 Paulo diz que “se alguém – judeu ou gentio – está em Cristo, nova criação é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” Significa que tanto judeus quanto gentios fazem parte da velha criação que “ficou sujeita à vaidade”, “escravizada à corrupção”, que “geme e está com dores de parto até agora”(Rm.8:20-22). Mas em Cristo Jesus, através do novo nascimento, que é um nascimento espiritual, o homem – sentido antropomórfico – se torna uma nova criatura, que é o que conta para Deus, independentemente de etnia, gênero, ou status social. (Gl.3:28). Ser membro ou discípulo de uma igreja, por mais intensa que seja a sua religiosidade, não garante o agrado de Deus, mas sim ser uma nova criatura. A nova criatura tem novos hábitos, novo estilo de vida, diferentemente da velha criatura. A nova criatura passou por uma experiência chamada METANÓIA, arrependimento, que é a mudança radical da mente, seguida pela mudança de comportamento, e foi selada com o Espírito Santo da promessa.(Ef.1:13).

3. A OBSERVÂNCIA DOS MANDAMENTOS DE DEUS - I Co. 7:19

Apesar de ser outra Carta, e, portanto, outro contexto, o ensinamento de Gálatas é confirmado em I Coríntios. Novamente aqui Paulo diz que “a circuncisão é nada e a incircuncisão nada é, mas, sim, a observância dos mandamentos de Deus.” É claro que a observância dos mandamentos de Deus, que é a obediência aos mandamentos, não tem o sentido legalista da lei, que diz que o homem que fizer estas coisas, por elas viverá. Jesus resumiu os Dez Mandamentos em dois princípios, que são “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mc.12:30,31). Na verdade, o Decálogo foi escrito em duas tábuas, sendo que na primeira, estavam os quatro mandamentos referentes aos deveres do homem para com Deus. Na segunda, estavam os seis mandamentos referentes aos deveres do homem para com o seu próximo. O primeiro mandamento de Jesus é o resumo da primeira tábua, e o segundo é o resumo da segunda tábua. Só que a revelação de Deus é progressiva, isto é, a medida que se caminha para o final da Bíblia, as informações vão se tornando mais claras, específicas e definidas. Por isso, em Rm.13:8-10 Paulo diz que o cumprimento da lei é o amor ao próximo. O sentido de próximo pode ser aplicado a qualquer pessoa, como na parábola do bom samaritano, em Lc.10, mas à medida que nos aproximamos do final da Bíblia, próximo passa a significar mais especificamente o outro crente, “teu irmão”. Em I Jo.4:20,21 João diz que o amor a Deus deve ser demonstrado pelo amor ao irmão. E em Gl. 6:10 Paulo diz “Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé.”

CONCLUSÃO

O que tem valor para Deus não é se a pessoa é judeu, brasileiro, americano, ou qualquer outra condição humana, mas se tem a fé que opera pelo amor, se é uma nova criatura, ou se observa os seus mandamentos, vivendo por princípios Bíblicos, resumidos no amor ao próximo. uma nova criatura, ou se observa os seus mandamentos Dele.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

QUANDO DAVI PAROU DE ORAR


“Aqui acabam as orações de Davi , filho de Jessé.” (Sl.72:20).



INTRODUÇÃO

Algumas coisas do Antigo Testamento só podem ser entendidas à luz das revelações do Novo. Embora a guerra espiritual sempre tenha existido, desde a queda de Satanás, o V.T. parece se ocupar mais com a guerra física. Os pecados de Davi, em II Sm.11, podem ser melhor entendidos, à luz das revelações do Novo Testamento, sobre a teologia da oração. Jesus contou uma parábola em Lc. 18:1-8, sobre o “dever de orar sempre, e nunca desfalecer”. Nesssa parábola, Ele revela que o motivo principal da oração, é porque temos um adversário (Satanás). O apóstolo Pedro também revela o mesmo ensino, quando escreve: “E já está próximo o fim de todas as coisas; PORTANTO SEDE SÓBRIOS E VIGIAI EM ORAÇÃO.” (I Pe. 4:7). “Sede sóbrios; vigiai; , porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre vossos irmãos no mundo.” (I Pe. 5:8,9). Diante do exposto, vamos analisar a experiência de Davi.



DAVI ENFRENTAVA DUAS GUERRAS

Uma guerra era de ordem física, contra um povo chamado amonitas. Devemos lembrar, porém, que toda realidade do mundo físico, tem um paralelo no mundo espiritual. Embora Davi talvez não soubesse, ele estava em guerra, não somente contra os amonitas, mas também contra o deus dos amonitas. Segundo o texto de I Rs. 11:,5 e 7, o nome do deus dos amonitas era Milcom e Moloque. Ou era um só deus com dois nomes, ou eram dois deuses. O certo é que Davi estava envolvido numa guerra espiritual, embora talvez não tivesse consciência disto. É claro que Davi também contava com a ajuda de seu Deus, Jeová. Só que Davi esqueceu de um detalhe, que nós também podemos esquecer: a ajuda do Deus de Davi, que também é o nosso Deus, só vem mediante oração. Até então tudo estava dando certo para Davi. Era só vitória. Diante de tal situação, facilmente Davi pode ter pensado, que não precisaria mais orar. Aliás, quando se deixa de orar, também se deixa de ir à guerra. É o que o texto diz “no tempo em que os reis saem à guerra”, mas Davi não foi, mandou os outros. Davi estava acomodado, achando que já havia feito bastante, e que agora poderia gozar o merecido descanso, que ninguém é de ferro. Só que na guerra espiritual, o mais visado é o líder, esteja ele na frente de batalha ou não. O principado Milcom não estava parado, mas armava uma cilada para Davi. Lembremos como foi a origem dos amonitas. Esse povo teve origem através de uma relação sexual incestuosa, entre Ló e sua filha mais nova. (Gn.19:35-38). A partir daí estabeleceu-se uma regência espiritual, na área sexual desse povo. O principado Milcom certamente induziu as filhas de Ló e seu pai, a praticarem esse ato. É interessante observar, que Davi era tetraneto de Salmon, que casou com Raabe, uma prostituta de Jericó, e Davi também era bisneto de Boaz, que casou com Rute, a moabita, sendo que os moabitas são o outro povo que foi gerado pelo incesto de Ló e de suas filhas. Os textos são os seguintes: (Rt. 4:18-22; Mt.1:5,6). Os moabitas e os amonitas são irmãos, e podem estar debaixo da mesma regência espiritual. Toda essa herança espiritual, conspirava contra Davi, na guerra espiritual. Mas o seu Deus o teria livrado, se ele estivesse orando. Conosco não é diferente. Se estivermos orando haverá livramento, se não estivermos, não haverá.

CONCLUSÃO

Orar é a atividade prioritária na vida cristã. No Antigo Testamento o mandamento mais repetido e enfatizado é sobre a importância da Palavra de Deus. Eis alguns textos: Js.1:8; Dt.17:18-29; Sl.1; 19;119. Já no Novo Testamento, o mandamento mais repetido e enfatizado é sobre a importância da oração. “Orai sem cassar” (I Ts.5:17); “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito...” (Ef.6:18); “Admoesto-te, pois, ANTES DE TUDO, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças por todos os homens” (I Tm.2:1); “Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas sem ira nem contenda” (I Tm.2:8); “A sua fama, porém, se propagava ainda mais, e ajuntava-se muita gente para o ouvir e para ser por ele curada das suas enfermidades. ELE, PORÉM, RETIRAVA-SE PARA OS DESERTOS, E ALI ORAVA” (Lc.5:15,16); “O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia” (Hb. 5:7). Não deixe de orar, como Davi deixou. Persevere em oração.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

TRÊS DARDOS NO CORAÇÃO DE ABSALÃO



“Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.” (Ef.6:16).
“Então disse Joabe: Não me demorarei assim contigo aqui. E tomou três dardos, e traspassou com eles o coração de Absalão, estando ele ainda vivo no meio do carvalho.” (II Sm. 18:14).
“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Pv.4:23).

INTRODUÇÃO

          O texto de Efésios fala da armadura de Deus, ressaltando o escudo da fé, dentre as armas de defesa, na guerra espiritual. O texto de II  Samuel fala de uma guerra física, entre o exército de Davi e os homens de Absalão, em que este tem o seu coração traspassado por três dardos, causando-lhe a morte. Todavia, antes de ser ferido por três dardos físicos, arremessados por Joabe, Absalão já havia sido ferido por três dardos espirituais, arremessados por Satanás. Absalão estava com o seu coração desprotegido, sem o escudo, que poderia tê-lo salvado. Ele não conseguiu guardar o seu coração. O escudo espiritual é a fé, que pode deter os dardos inflamados do maligno. Eis aqui os dardos com que Satanás feriu o coração de Absalão:

  1. AMARGURA
               O primeiro dardo com que Satanás feriu o coração de Absalão foi amargura. Em II Sm. 13, está a descrição de como Amnom, filho de Davi, violentou sexualmente a Tamar, irmã de Absalão, levando este a odiar seu irmão, que culminou no assassinato de Amnom, às mãos de Absalão e de seus servos, dois anos depois. Este foi o começo da tragédia envolvendo a vida deste jovem, que tinha um futuro promissor. Satanás usa este dardo com muita freqüência, levando alguém a cometer alguma maldade ou injustiça contra você. A tendência do coração humano é o ódio e a vingança. O escudo da fé, neste caso, consiste em perdoar o ofensor, e deixar a vingança nas mãos de Deus, como está escrito: “Não vos vingueis a vós mesmos amados, mas daí lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor.” (Rm.12:19).

  1. REBELDIA
             O segundo dardo com que Satanás feriu o coração de Absalão, foi rebeldia. Este dardo consiste em não aceitar a autoridade que está posta sobre si. Só Deus é autoridade em todo o universo, sendo que os demais exercem autoridade delegada por Ele. Davi era autoridade sobre Absalão, em duas esferas. Na família, como pai, e no Estado, como rei. Absalão rejeitou a autoridade de Davi nas duas esferas, e engendrou uma conspiração, com o propósito de usurpar o trono de Davi. É possível que Absalão fosse o sucessor de Davi no trono de Israel, mas ele não quis esperar, e quis assumir o governo logo. A estratégia que Absalão usou foi roubar o coração do povo, seduzindo este com bom tratamento. Satanás é especialista nisto, pois fez isso no céu, conseguindo seduzir um ter ço dos anjos de Deus. O escudo da fé, neste caso, consiste em não se ter ambição ilegítima e indevida, mas almejar querer ter e ser somente aquilo que Deus determinar, como  também está escrito: “Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” Identifique quem Deus colocou como autoridade sobre a sua vida, e se submeta, nas três esferas: na família, no Estado e na igreja.

  1. ORGULHO
               O terceiro dardo que Satanás usou contra Absalão foi o orgulho. Aliás, há um paralelo interessante entre a vida de Absalão e a vida de Lúcifer. Em Ez. 28:12b, é dito de Lúcifer “Tu eras o selo da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura”, e no versículo 17 “Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor”. Lúcifer tinha dois atributos notáveis: beleza e sabedoria. Na Bíblia, sabedoria tem, às vezes, uma conotação de inteligência intelectual, como em Lc. 2:52 “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.” É crescimento físico, intelectual, e espiritual, equivalente a corpo, alma e espírito. Ezequiel diz que o motivo do orgulho ter subido ao coração de Lúcifer foi a sua beleza. No caso de Absalão, pode ter sido o mesmo motivo, senão vejamos. “Não havia, porém,em todo o Israel homem tão belo e tão aprazível como Absalão; desde a planta do pé até a cabeça não havia nele defeito algum. E, quando tosquiava a sua cabeça (e sucedia que no fim de cada ano a tosquiava, porquanto muito lhe pesava, e por isso a tosquiava), pesava o cabelo da sua cabeça duzentos ciclos, segundo o peso real.” (II Sm. 14:25,26). A beleza excepcional de Absalão pode ter dado ensejo a que Satanás atingisse se coração com o dardo do orgulho. Mas o orgulho pode ter base em outras coisas, com em I Co. 8:1b  "O conhecimento ensoberbece, mas o amor edifica.” O escudo da fé, neste caso, é a humildade, como Jesus diz em Mt.23:12 “E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.” E ainda em Fl. 2:3 “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.”

CONCLUSÃO
           Na guerra espiritual, a armadura de Deus protege o cristão contra os ataques dos principados e potestades, dominadores deste mundo tenebroso, das hostes espirituais da maldade no lugares celestiais. O escudo da fé protege o coração, dos dardos inflamados do maligno. Absalão falhou em guardar o seu coração, e teve  três dardos atingindo o seu coração físico e seu coração espiritual. Guarde o seu coração com o escudo da fé. Lembre-se que "a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus" (Rm.10:17), "que é a Espada do Espírito, arma de ataque na armadura de Deus” (Ef. 6:17).

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O PONTO GEODÉSICO


“E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque a quem amas, e vai-te á terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.” ( Gn.22:1,2).




INTRODUÇÃO


Deus nunca pediu sacrifícios humanos, diferentemente dos deuses das nações pagães, tanto no passado, quanto no presente, que, supostamente, precisam de sacrifícios humanos para serem propiciadas. Este caso de Abraão é único, mas tem uma explicação.

1. Isaque tinha se tornado um ídolo na vida de Abraão, em virtude de ser filho de sua velhice, e ter sido esperado ansiosamente por vinte e cinco anos, pois Abraão tinha cem anos, e sua mulher, noventa, quando o geraram. Há um princípio na Escritura que diz que Deus não aceita ser o segundo lugar na vida de ninguém. Por isso o mandamento mais importante da lei é “Amarás, pois, Yaweh, teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.” (Dt.6:5). Jesus deixou isso claro quando disse “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.” (Mt.10:37).
2. Sabemos, pela leitura de todo o capítulo, que era uma prova de obediência, e que, no final, Deus não deixou Abraão matar o seu filho. Aliás, a ordem de Deus era para que Isaque fosse oferecido em holocausto. O primeiro capítulo de Levítico descreve detalhadamente o que era um holocausto. O animal ara morto degolado, seu sangue espargido sobre o altar, tirada a sua pele, cortado em pedaços, e queimado sobre o altar. Era isso que Abraão recebera ordem de Deus para fazer com Isaque. Não sabemos quantas pessoas seriam aprovadas em tal teste, mas Abraão foi. Há o princípio da obediência, pois Deus, como suprema autoridade do universo, precisa ser obedecido. Na verdade, a fé só pode ser verdadeira quando comprovada por atos de obediência, pois a fé sem as obras é morta. A salvação é pela obediência, pois Jesus “sendo consumado, veio a ser a causa da eterna sa lvação para todos os que lhe obedecem.” (Hb.5:9). O Espírito Santo é concedido mediante a obediência, pois “o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem.” (At.5:32). Assim, era necessário que o patriarca da fé, fosse aprovado no teste de obediência.
3. Todavia, Deus mandou Abraão oferecer Isaque na terra de Moriá, sobre um dos montes, que ficava a três dias de distância. O monte Moriá foi também o local em que Davi ofereceu um holocausto na eira de Arauna, o jebuseu, quando Deus respondeu com fogo do céu. (II Sm.24 e I Cr. 21). Foi também o lugar onde Salomão construiu o templo de Jerusalém, quando, também, Deus respondeu com fogo do céu. (II Cr.7:1). Aqui entra o assunto do Ponto Geodésico. O Ponto Geodésico é o ponto central ou o umbigo de um determinado lugar. Existe um princípio que diz que quem domina o centro domina a periferia. É um princípio espiritual. Em Mt.5:34-36, Jesus dá uma pista sobre este assunto. “Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cid ade do Grande Rei; nem jurarás pela tua ccabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.” A terra é o Ponto Geodésico do céu, Jerusalém é o ponto Geodésico da terra, a cabeça é o Ponto Geodésico do corpo. Na verdade, a terra de Canaã “é a glória de todas as terras”. Por isso Deus a deu a Israel, descendência de Abraão. Veja este versículo: “Quando o Altíssimo distribuía as heranças às nações, quando dividia os filhos de Adão uns dos outros, estabeleceu os termos dos povos, conforme o número dos filhos de Israel (ou anjos).” (Dt.32:8). O Ponto Geodésico da terra é a terra de Canaã; O Ponto Geodésico de Canaã é Jerusalém; O Ponto Geodésico de Jerusalém é o Monte Moriá, conquistado por Abraão, num ato radical de obediência. Satanás conhece este princípio, e tem tentado dominar o centro para dominar a periferia. Jesus conquistou toda a autoridade nos céus e na terra, num ato radical de obediência. (Fl.2:1-11). Hoje, no lugar onde existiu o templo de Jerusalém, existe uma Mesquita Islâmica, a mesquita de Omar, El Aksa, e a Cúpula Dourada, sobre o Monte Moriá. Todavia, Abraão conquistou aquele Monte, e tanto os judeus, quanto os cristão são descendentes de Abraão. (Gl.3:27,29). Depois de aprovado, Abraão recebeu de Deus Três promessas, para si e para a sua descendência: 1. Multiplicação da descendência; 2. Vitória sobre os inimigos; e, 3. Ser uma bênção para todas as nações da terra. Como descendente de Abraão, você é herdeiro dessas promessas. Tome posse delas, pela oração.

CONCLUSÃO


O Único sacrifício humano que Deus aceitou totalmente, foi o de seu Filho, Jesus Cristo, pois era o sacrifício de alguém que nunca pecou, isto é, imaculado, cujo sangue foi derramado para lavar os pecados de todos os seres humanos, inclusive os de Abraão.