quinta-feira, 31 de julho de 2014

A MALDIÇÃO DE JERICÓ

Quando Josué conquistou Jericó, destruindo-a totalmente, pronunciou uma maldição contra ela, dizendo: “Maldito diante do Senhor seja o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó; com a perda do seu primogênito a fundará, e com a perda do seu filho mais novo lhe colocará as portas.” (Js. 6:26). Mais tarde, durante o reinado de Acabe sobre Israel, a Escritura registra: “Durante o seu reinado, Hiel, o betelita, edificou Jericó. Quando lançou seus alicerces, Abirão, seu primogênito, morreu; e quando assentou as sujas portas, Segube, seu filho caçula, morreu, conforme a palavra do Senhor, que ele falara por intermédio de Josué, filho de Num.” (I Rs. 16:34). Mais tarde ainda, o profeta Eliseu ouviu dos moradores de Jericó o seguinte: “Como podes ver, a localização desta cidade é boa; mas as águas são péssimas e a terra é estéril.” (II Rs. 2:18,19). 

A maldição havia passado para a terra e para as águas. Então Eliseu realizou ali um ato profético, dizendo: “ Assim diz o Senhor: Purifiquei estas águas e elas não causarão mais morte nem esterilidade. Aquelas águas ficaram puras, até o dia de hoje, conforme a palavra que Eliseu havia falado.” (II Rs.2:21,22). Em Josué 6, quando a cidade foi tomada e destruída, Deus proibiu Israel de tomar o despojo da cidade para si, pois era as primícias da conquista da terra de Canaã. Porém, Acã, filho de Carmi, cobiçou “uma boa capa babilônica, duzentos ciclos de prata e uma barra de ouro do peso de cinqüenta ciclos, cobicei-os e tomei-os.” (Js.7:21). 

É interessante que no Novo testamento, Bartimeu, filho de Timeu, estava sentada à porta de Jericó, esmolando, pois era cego, e possuía uma capa, pois quando Jesus o chamou, Marcos registra: “Lançando de si a sua capa, levantou-se de um salto e dirigiu-se a Jesus.” (Mc.10:50). A posse da capa de Jericó, trouxe para Acã, maldição, pois foi morto apedrejado com seus filhos e tudo quanto possuía. Bartimeu também possuía uma capa, e estava cego e pobre, pois esmolava. Seria a capa de Bartimeu, a mesma de Acã, pois ambas estavam em Jericó. 

Há duas possibilidades: existem objetos amaldiçoados, que trazem infortúnios para quem os possui? É possível, por isso tenha cuidado com objetos que você adquire, sem saber seu histórico. A segunda possibilidade, é que capa simboliza espírito, pois a capa de Elias, que Eliseu herdou, simbolizava a unção do Espírito Santo.( II Rs. 2). Quando Satanás recebe autorização para prejudicar alguém, ele o faz por meio de espíritos específicos, como espírito de enfermidade (Lc.13:11-16), e de pobreza (Ml. 3:11; Jó 1,2; Jl. 1:4). É interessante que quando Bartimeu lançou fora a capa, e foi a Jesus, foi curado da cegueira, e, consequentemente, pode trabalhar para começar a prosperar, além de ter sido beneficiado pela súbita liberalidade de Zaqueu. (Lc. 18:35-43; 19:1-10).

Porém, voltando à Jericó, do tempo de Josué, Acã foi acometido de um espírito de cobiça, pois disse “cobicei-os e tomei-os”. Josué e Israel estavam atentos aos inimigos físicos, no caso, os guerreiros de Jericó, mas não podiam ver os inimigos invisíveis, que os observavam desde a cidade de Jericó. Espíritos malignos permeavam a cidade de Jericó, influenciando os habitantes locais, assim como anjos de Deus acompanhavam, invisíveis, o exército de Josué. Para encorajar Josué, Deus permitiu que visse o comandante do exército celestial. “Estando Josué perto de Jericó, levantou os olhos, olhou e diante dele estava em pé um homem com uma espada desembainhada na mão.” (Js.5:13). Na luta física contra inimigos físicos, não morreu ninguém de Israel, mas, o inimigo invisível, um espírito de cobiça, dominou Acã, matando toda a sua família, e trinta e seis homens do exército de Israel. 

Tudo indica que, muito tempo depois, esse mesmo espírito se apoderara de Zaqueu, um judeu, morador de Jericó. Ele era chefe dos publicanos (cobrador de impostos para o império romano) e era rico. Naturalmente a sua riqueza fora obtida de forma ilícita. Zaqueu era escravo de um espírito de cobiça. Zaqueu era rico, mas era infeliz, pois não era livre, sendo escravo do pecado chamado na Bíblia de avareza, amor ao dinheiro, cobiça. Ele não era livre. Por isso Jesus disse “todo aquele que comete pecado é escravo do pecado” “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” “se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. (Jo.8:32-36). O espírito de cobiça ou de avareza, é um espírito invisível, que paira ameaçadoramente sobre a nação brasileira. Não é ele que inspira o que modernamente é chamado de corrupção? Certamente ele mantém aprisionados muitos brasileiros. E não somente os políticos, nem empresários, mas também muitos líderes religiosos, ou gente do povo de Deus, como era Zaqueu. Mas o remédio que serviu para libertar Zaqueu, não perdeu a eficácia, mas é o mesmo que pode libertar o Brasil hoje. 

Jesus fez uma visita a Jericó, mas não ficou morando nela definitivamente. Zaqueu aproveitou a oportunidade, tentou ver Jesus, mas foi impedido pela multidão. Não desistiu, mas correu e subiu numa árvore. Tudo o que Zaqueu fez chama-se fé. Sua fé demonstrada nas suas ações chamou a atenção de Jesus. Comparando com a cura do paralítico de Cafarnaum, é como se dissesse “vendo-lhe a fé”. Jesus olhou para cima e disse “Zaqueu, desce depressa, pois hoje me convém ficar em tua casa”. A Bíblia não fornece detalhes, mas ao receber Jesus em sua casa “com alegria”, Zaqueu foi liberto do espírito de cobiça. Passou a ser um homem livre, e se dispôs a usar a sua fortuna para ajudar seus semelhantes “os pobres”, já que antes os explorava. Jesus concluiu esta visita dizendo que Zaqueu era filho de Abraão, que fora salvo da cobiça, e que tinha sido achado, já que antes estava perdido.

Neste momento, estamos vendo no noticiário, que a Argentina entrou em situação de Calote, já que não consegue pagar os seus credores internacionais. Os socialistas colocam a culpa nos militares, e estes a colocam nos socialistas. Na verdade, Jesus visitou a Argentina a alguns anos, o que é chamado na linguagem religiosa de avivamento espiritual. Durou quinze anos o avivamento argentino. Quem, como Zaqueu, aproveitou a oprtunidade, aprendeu a lição. A solução não está nem na ideologia militarista, nem na socialista. Os inimigos da argentina não são nem os militares, nem os socialistas, mas Satanás, que envia espíritos invisíveis para capturar a mente do povo, como capturou a mente de Zaqueu e de Acã. A felicidade de uma sociedade é quando ela se volta para Deus, por meio de seu filho, Jesus de Nazaré, e usa o poder para fazer justiça, e a sua riqueza para ajudar os pobres. Quem escraviza o homem é o pecado, tenha ele o bem estar material que tiver, e só Jesus pode libertá-lo. 

Todavia, o mundo é regido por leis espirituais, e, se a Bíblia é a palavra de Deus, como eu creio que seja, é dela que devemos tirar os princípios que nos trarão prosperidade. Deus disse para Abraão “Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei quem te amaldiçoar” (Gn.12:3). A tomada de posição de toda a América Latina, contra Israel, numa recente decisão da ONU, é preocupante. Foram vinte e nove países contra Israel (toda a América Latina), dezessete abstenções (quase todos da Europa), somente um a favor de Israel (EUA). Quem for ateu ou materialista, que ria; quem achar que é credulidade e superstição, também; porém, se for verdade, todos nós iremos sofrer as conseqüências. Pode ser coincidência, mas ontem o noticiário dizia que a economia americana estava melhorando, e a do Brasil, piorando. Vamos todos orar pela Argentina e pelo Brasil, pelos nossos governantes e pelos deles, para que tomem decisões acertadas.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

A LEI DA RECIPROCIDADE

Quando Israel estava conquistando a terra de Canaã, as tribos de Judá e de Simeão, sob a liderança da primeira, guerrearam contra os cananeus e  “o Senhor lhes entregou nas mãos os cananeus e os perizeus”. (Jz.1:4). 

Eles encontraram Adoni-Bezeque, rei de Beseque, a quem derrotaram, e lhe cortaram os dedos polegares das mãos e dos pés. Então Adoni-Beseque confessou que “setenta reis, com os dedos polegares das mãos e dos pés cortados, apanhavam migalhas debaixo da minha mesa. Deus me pagou conforme fiz a eles.” (Jz.1:5-7). 

Este homem cruel só reconheceu a justiça de Deus quando estava na desgraça. Dizem que o poder corrompe, pois quem tem o poder nas mãos, geralmente se enche de orgulho e esquece de que é um ser humano mortal, que pode cair debaixo do juízo de Deus a qualquer hora. Os poderosos da terra devem se lembrar, de que este nosso mundo é governado por uma teocracia invisível, um Deus que se manifesta quando quer e a quem quer. 

A Bíblia diz que Deus sente indignação todos os dias. Certamente por contemplar os atos injustos dos humanos. 

O salmista diz que Jeová é um Deus que se esconde. E mesmo quando faz justiça na terra, faz com que pareça causa natural. Até mesmo esconde dos oprimidos  a sua justiça contra o opressor, para que este vendo, não se glorie. A teocracia invisível que governa a Terra raras vezes é revelada na Bíblia, porém, numa dessas vezes foi registrado no livro de reis. “O rei de Israel e Josafá, rei de Judá, vestidos de seus trajes reais, estavam assentados cada um no seu trono, , na praça à entrada da porta de Samaria; e todos os profetas profetizavam diante deles...Vi o Senhor assentado no seu trono, e todo o exército celestial em pé junto a Ele, à sua direita e à sua esquerda.” (I Rs. 22:10,19). Os dois reis humanos podiam se considerar muita coisa, mas tinham de lembrar que sobre eles, pairava um trono maior do que o deles, e nele se assentava um Senhor maior do que eles. Foi disto que Adoni-Bezeque se esqueceu. 

Nos salmos está escrito muitas vezes que Deus é juiz, e que vai julgar os atos humanos quando quiser, e da maneira que quiser. Jesus disse que “Tudo que quereis que os homens vos façam, fazei também a eles.” (Mt.7:12). E Paulo disse “Tudo que o homem semear, isso também colherá.” (Gl.6:7). Tanto as nossas ações, quanto as nossas palavras, são sementes, que darão fruto no devido tempo, e que seremos obrigados a colher. E não somente os reis e poderosos da terra, mas, até mesmo qualquer ser humano, que exerce autoridade de liderança sobre seu semelhante, será julgado por Deus. Tanto no exercício desumano do poder e da autoridade, quanto na omissão de ajuda, Deus pedirá contas. Paulo ainda diz “enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, principalmente aos da família da fé.” (Gl. 6:10). 

Deus diz de Abraão “Porque eu o tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para obrarem com justiça e juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado.” (Gn.18:19). E Paulo diz “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” (Rm.14:17). Adoni-Bezeque foi injusto e cruel para com aqueles que estavam debaixo de sua autoridade. Neste caso o instrumento do juízo de Deus foi Israel, através de Judá e Simeão. Então, vamos usar de misericórdia para com o nosso semelhante, para que Deus use de misericórdia para conosco, a começar dentro da nossa casa, no meio da nossa família. E também, se sofremos ou contemplamos opressão, peçamos a Deus, e esperemos que Ele, no exercício da sua soberania, escolha o tempo e o modo da retribuição, e os instrumentos que irá usar.

Espiritualizando o caso de Adoni-Bezeque, este representa Satanás, e os setenta reis representam os reis e governantes da terra. A falta dos polegares das mãos e dos pés, é uma representação do desequilíbrio com que os governantes do mundo exercem seu governo, por influência espiritual do maligno. Mas a lei da reciprocidade também atinge o mundo espiritual, pois chegará o dia em que ele será também punido. “O inferno desde o profundo se turbou por ti, para te sair ao encontro na tua vinda; despertou por ti os mortos, e todos os príncipes da terra, e fez levantar dos seus tronos a todos os reis das nações. Estes todos responderão, e te dirão: Tu também adoeceste como nós, e foste semelhante a nós. Já foi derrubada no inferno a tua soberba com o som dos teus alaúdes; os bichinhos debaixo de ti se estenderão, e os bichos te cobrirão.” (Is.14:9-11).

terça-feira, 29 de julho de 2014

POR QUE JESUS MORREU?


PELA  NAÇÃO DE ISRAEL

Em João 11:49-51, o sumo sacerdote Caifás profetizou que Jesus morreria pela nação de Israel. Como é uma profecia biblicamente confirmada, foi Deus quem falou pela boca de Caifás, e revelou uma verdade que ele não poderia saber de modo natural, uma vez que não cria que Jesus era o Messias. 

Numa leitura superficial passa despercebida a importância dessa profecia, mas quando paramos para refletir no seu significado, podemos ficar admirados. Nação é ETNOUS, raça, povo, etnia, no caso a nação dos judeus. O centurião romano de Cafarnaum, enviou a Jesus alguns líderes judeus, para pedir-lhe que lhe curasse o servo, e lhe disseram: “Ele é digno de que lhe concedas isso; porque ama a nossa NAÇÃO e ele mesmo construiu para nós a sinagoga.” (Lc. 7:1-10).  Jesus atendeu o pedido. O centurião amava a nação dos judeus. 

Quando estava preso em Roma, o apóstolo Paulo, falando com os líderes judeus da cidade, disse: “Mas opondo-se a isso os (líderes) judeus, vi-me obrigado a apelar para César, não tendo, contudo, nada de que acusar a minha nação.” (At. 28:19).  Mesmo sabendo que os líderes judeus de Jerusalém estavam errados, Paulo não quis acusar a sua nação, sabendo que não era uma nação qualquer. Em outro texto, Paulo prossegue, falando da nação de Israel: “Que são Israelitas, dos quais é a doção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas; dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente.” (Rm. 9:4,5). 

Jesus não morreu pelo Brasil, nem pela Bolívia, nem pelos EUA, nem pela Arábia, nem pela Palestina, como nação, etnia ou povo. Se assim é, a guerra entre Israel e a Palestina, não coisa simples. Deus está envolvido nisso. Aliás, Deus tem um compromisso com a nação de Israel, que não tem com nenhuma outra. Porém, nós outros, podemos ter acesso ao reino de  Deus, de forma individual, incluídos no mandato de Jesus “Fazei discípulos de todas as nações” e “pregai o Evangelho a toda criatura”, mediante a fé no Messias judeu, Jesus de Nazaré. 

Os brasileiros, os bolivianos, os americanos, ao árabes, os palestinos, deveremos estar incluídos na multidão que João viu em Apocalipse: “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestidos brancos e com palmas nas mãos.”(Ap.7:9). Essa é a contribuição das nações para o reino de Deus. Mas não é o caso da nação de Israel, pois dela está escrito, no mesmo capítulo 7 de Apocalipse: “E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel.” (Ap.7:4-8). Segue-se os nomes das doze tribos dos filhos de Jacó, de onde vem as doze tribos que formam a nação de Israel. Doze mil de cada tribo, totalizando cento e quarenta e quatro mil.

A guerra entre Israel e o Hamás passa por esse entendimento. O Hamás não aceita a existência da nação de Israel naquela terra. Porém, se Deus está cumprindo a sua palavra de restaurar a nação, o preço pela nação já foi pago. Jesus já morreu por ela. Então é suicídio se meter numa briga dessa. O Hamás pode estar como os antigos judeus, ao perseguir a Igreja judaica, lutando contra Deus, mesmo sem saber, como disse o rabino Gamaliel. “E agora digo-vos: Daí de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus.” (At. 5:38,39).

COMO NÃO SE DESVIAR


1.       DANDO OUVIDOS À CONSCIÊNCIA
Em I Tm. 1:19 Paulo diz “Conservando a fé, e a boa consciência, rejeitando a qual alguns fizeram naufrágio na fé” e em 1:5 “Ora o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida.” A consciência é a voz de Deus falando conosco, e bem fazemos em lhe dar ouvidos. O pecado embruteceu a consciência do homem, mas o Espírito Santo a ativa.

2.       Em I Tm. 4:1 Paulo diz “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, por darem ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrina de demônios.” A atuação dos demônios se conhecerá pela doutrina. A apostasia dos últimos dias será pelo ensino de espíritos enganadores. Estamos numa época em que a experiência religiosa é enfatizada em detrimento da doutrina religiosa. A Bíblia fala de sã doutrina em oposição à falsa doutrina. As pessoas que estão adotando o falso ensino dos demônios, estão sendo enganadas e precisam ser advertidas. Paulo prossegue “Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a própria consciência.” (I Tm.4:2). A falsa doutrina é  “proibindo o casamento” (Igreja Católica), e “ordenando a abstinência de alimentos” (Adventismo). A consciência cauterizada fica insensível, e não pode o alarme do perigo.

3.       Em I Tm.6:10 Paulo diz “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” Não é o dinheiro que é o mal, mas o amor ao dinheiro. O dinheiro em si é neutro. Jesus disse que não podemos servir a Deus e a Mamom. O amor ao dinheiro é chamado de avareza, que é idolatria. Porque o dinheiro pode se tornar um ídolo, um  deus na vida da pessoa que o serve. O diabo conhece o poder sedutor do dinheiro na vida das pessoas, e não perde tempo em tentar seduzi-las com esse poder. Jesus disse “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas serão acrescentadas.” (Mt.6:33). (“Estas coisas” são comida, bebida e roupa). Dinheiro é bom, desde que seja ganho de maneira legítima, e seja usado de maneira justa.

4.       Em I Tm.6:20,21 Paulo diz “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência; a qual professando-a alguns, se desviaram da fé.” Estamos numa geração em que quase todo o conhecimento é chamado de científico, para dar legitimidade. A Bíblia é tratada com desprezo, seu conteúdo como mito, lendas e superstição, embora tanto a ciência quanto a tecnologia, tenham sido inspiradas por ela, e produzido a civilização ocidental. Um bom exemplo é a teoria da evolução, “uma hipótese de laboratório”, segundo o próprio Darwin, que é chamada de científica, embora esteja desacreditada em boa parte do mundo civilizado. Não é a religião que é a Palavra de Deus, mas a Bíblia. A má interpretação da Bíblia é que tem dado munição para os céticos, como no caso de Galileu. A igreja estava errada, mas não a Bíblia. A pseudo ciência é que é o perigo. A verdadeira ciência é de Deus, pois ela consiste em descobrir o que Deus criou e escondeu. Então temos de crer no que a Bíblia, corretamente interpretada, diz, e não no que dizem pessoas que têm um posição a priori.

5.       Em II Tm. 2:18 Paulo diz “Os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns.” Heresia é como isto se chama. Essa dizia que a ressurreição já havia ocorrido. Essa heresia pode estar sendo ensinada em nossos dias, mas, não somente ela, porém, também muitas outras. Antigamente havia uma disciplina chamada de Heresiologia, mas hoje nem sei se ainda existe. No afã de crescimento numérico e de ter experiências espirituais, ambas aspirações legítimas, a igreja pode se descuidar, e adotar várias heresias, que levem alguns a se desviarem e perverterem a fé de outros. Então temos de cuidar de conferir o ensino e as doutrinas, cuidadosamente pela Bíblia, e não somente pela sua funcionalidade, ou seja, se funciona, isto é, se trouxer resultados, eu adoto.

6.       Em II Tm. 4:4  Paulo diz “E desviarão os ouvidos da verdade voltando às fábulas.” Esses são os que desejarão ouvir coisas agradáveis, e reunirão doutores que lhes digam essas coisas. Se o pregador disser somente coisas agradáveis de ser ouvidas, a multidão virá, mas se disser coisas que o povo não se agradar, não virá. É claro que o Evangelho é Boas Notícias, Boas Novas, mas também é um ultimato da parte de Deus, para que o homem se arrependa e obedeça a Ele. Deus é um Pai responsável, que nos elogia e abençoa quando lhe obedecemos, mas também nos repreende e castiga quando lhe desobedecemos. O pregador deve dizer coisas agradáveis, quando for o caso,  mas também dizer coisas desagradáveis, quando for necessário, sob pena de prevaricar. O crente sincero, ao ouvir coisas desagradáveis, palavras de correção, deve se arrepender, e agradecer a Deus pelo aviso, e voltar à verdade, deixando as fábulas.

domingo, 27 de julho de 2014

A ERA DO ESPÍRITO SANTO


No Antigo Testamento era o Deus Pai quem enviava os profetas, pois disse para Jeremias “Não digas: eu sou uma criança; porque aonde quer que eu te enviar, irás: e tudo quanto te mandar  dirás.” (Jr. 1:7). E mais “Toma o cinto que compraste e trazes sobre os teus lombos, e levanta-te; vai ao Eufrates, e esconde-o ali na frente de uma rocha.” (Jr.13:4). E ao profeta Isaías “Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui envia-me a mim.” (Is.6:8). E dos falsos profetas “Não mandei os profetas, e todavia eles foram correndo; não lhes falei a eles, e todavia eles profetizaram.” (Jr. 23:21).

No Novo Testamento,  durante o ministério publico de Jesus, este enviou os apóstolos e demais discípulos, como está escrito: “Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho das gentes, nem entrareis em cidades de samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel.” (Mt.10:5,6). E em Lc. 10:1 “E depois disto designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir.” E em Jo. 20:21 “Disse-lhes pois Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.” E em Mc. 16:15,16 “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” Então no A.T. era Deus o Pai que protagonizava o exercício da autoridade, mas durante o ministério público de Jesus, era o Deus filho quem o fazia.

Mas, no dia de Pentecoste, parece haver uma nova mudança de paradigma, pois o Espírito Santo desce sobre a igreja, com sinais semelhantes aos que aconteceram na outorga da lei no monte Sinai.

 “E aconteceu, ao terceiro dia, ao amanhecer, que houve trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte, de maneira que estremeceu todo o povo que estava no arraial.” (Ex.19:16). 

E em At. 2:2,3 “E de repente vem do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.” 

O fenômeno do Monte Sinai, foi Deus o Pai dando a sua lei escrita a Moisés e ao povo de Israel. No Monte da transfiguração, aconteceu algo parecido, por isso eu o chamo de Monte Sinai do Novo testamento. No Monte da Transfiguração o rosto e a roupa de Jesus brilharam, Moisés e Elias apareceram brilhando, uma nuvem os cobriu com a sua sombra, e a voz de Deus foi ouvida, como no monte Sinai: “Este é o meu amado Filho; a ele ouvi.”(Lc. 17:28-36). O Deus que deu a sua lei no monte Sinai, agora diz que o filho falará em seu lugar. É a lei de Cristo. 

As manifestações sobrenaturais são: O Pai se manifesta no monte Sinai, o Filho se manifesta no Monte da Transfiguração, e o Espírito Santo se manifesta no dia de Pentecoste, no cenáculo. É interessante que a fórmula profética do Antigo Testamento,  “Assim diz o Senhor”, é mudada pelo profeta Ágabo para “Isto diz o Espírito Santo”. (At. 21:11). E, com respeito ao envio dos mensageiros comissionados, há também uma mudança de paradigma. O Pai enviou os profetas no Antigo testamento, e o Filho enviou os apóstolos no Novo. E agora, no livro de Atos, é o espírito Santo quem envia. “E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e mestres...E assim estes (Barnabé e Saulo), enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.” O Espírito Santo havia dito “Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.” (At. 13:1-4). Tanto Barnabé quanto Paulo, são chamados de apóstolos, em At.14:4,14). 

Assim, sem diminuir a autoridade do Pai, nem a do Filho, nós estamos, por assim dizer, na Era do Espírito Santo, e podemos dizer que somos discípulos do Espírito Santo. 

terça-feira, 22 de julho de 2014

ESCUDEIROS DO ESPÍRITO SANTO


Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.” (Ef.6:11).

O tema da guerra espiritual está por toda a Bíblia, mas temos de aprendê-lo, a partir da guerra física, que é tratada extensamente por todo o Antigo Testamento. Como o mundo espiritual é invisível aos nossos olhos físicos, temos de aprender sobre ele a partir das coisas do mundo material, que podemos enxergar. Jesus falou do nascimento espiritual, comparando-o ao nascimento físico (Jo.3); falou da água da vida, comparando-a à água física (Jo.4); falou da comida espiritual, comparando-a à comida física (Jo.6). No caso em questão, Paulo está falando da armadura de Deus, mas só podemos entendê-la a partir da armadura física. 

Em I Sm. 17 descreve um cenário de guerra entre Israel e os filisteus. A armadura de Golias é descrita nos seguintes termo: “Trazia na cabeça um capacete de bronze, e vestia uma couraça de escamas; e era o peso da couraça de cinco mil ciclos de bronze. Também usava caneleiras de bronze e um dardo de bronze às costas. A haste da sua lança parecia com o eixo de um tear, e a ponta da sua lança pesava seiscentos ciclos de ferro. SEU ESCUDEIRO IA À SUA FRENTE.” (I  Sm. 17:5-7).

O escudeiro era o criado que levava o escudo e as demais armas do herói,  o guibor. O escudeiro era uma espécie de discípulo, que aspirava muitas vezes ser o sucessor do seu mestre. Davi foi escudeiro de Saul. “Assim Davi veio e se apresentou a Saul que se agradou muito dele E O FEZ SEU ESCUDEIRO.” (I Sm. 16:21). Quem deveria lutar com Golias era Saul, mas foi Davi, seu escudeiro, quem lutou. O escudeiro de Golias é enfatizado como indo à sua frente. “O filisteu também vinha se aproximando de Davi, COM O ESCUDEIRO À SUA FRENTE.” (I Sm. 17:41). Neste caso, o escudeiro de Saul venceu o herói dos filisteus, tendo o seu escudeiro à sua frente. No caso de Joabe, este tinha dez escudeiros, pois está escrito: “Dez jovens que levavam as armas de Joabe o cercaram, atacaram Absalão e o mataram.” (II Sm. 18:15). O que chama a atenção neste texto, é o número de escudeiros que levavam as armas de Joabe, o que evidencia a sua elevada posição na guerra. E foram os escudeiros quem terminaram de matar Absalão. Eles estavam aprendendo a guerrear. 

Em I Sm. 14, o escudeiro de Jônatas é muito destacado, e podemos tirar algumas lições. Jônatas era o herói, o guibor, e, naturalmente, tinha o seu escudeiro, discípulo. 

Um dia Jônatas, filho de Saul, disse ao seu escudeiro: vem, vamos até a guarnição dos filisteus, que está do outro lado...E Jônatas disse ao seu escudeiro: vamos atravessar a guarnição desses incircuncisos...O seu escudeiro lhe respondeu: Faze tudo o que planejares; seguirei o que decidires...E os homens da guarnição disseram a Jônatas e ao seu escudeiro: Subi a nós e vos daremos uma lição. E Jônatas disse ao seu escudeiro: Sobe atrás de mim, porque o Senhor os entregou nas mãos de Israel. Então Jônatas subiu engatinhando, e o seu escudeiro atrás dele; e os filisteus caíram diante de Jônatas, e o seu escudeiro os matava atrás dele. Neste primeiro ataque, Jônatas e seu escudeiro mataram cerca de vinte homens, dentro de meia jeira de terra.” (I Sm. 14:1-14). 

Neste caso, o escudeiro de Jônatas ia atrás dele, mas no caso de Golias, o escudeiro ia na frente, o que parece indicar que o gigante estava com medo, e queria colocar o escudeiro como bucha de canhão. No caso de Jônatas, que creio ser o correto, o escudeiro cumpre o seu papel, terminando de matar  os inimigos que o herói feriu. Os trinte e sete valentes de Davi, são uma elite de guerreiros do exército de Israel, que, certamente, tem seu correspondente na igreja, na guerra espiritual. Chama a atenção o fato de Joabe ser citado três vezes na lista dos trinta e sete valentes, mas de maneira indireta, pois ele mesmo nunca chegou a fazer parte do elenco, apesar de ser, provavelmente, o maior deles. “Também Abisai, irmão de Joabe, filho de Zeruia, era cabeça de três; e este alçou a sua lança contra trezentos, e os feriu, e tinha nome entre os três...Asael, irmão de Joabe, tinha nome entre os trinta...Naarai, beerotita, O QUE TRAZIA AS ARMAS DE JOABE,  filho de Zeruia.” (II Sm. 23:18, 24, 37). Então,  o escudeiro de Joabe era do trinta e sete, mas Joabe mesmo não alcançou esta distinção. O que deve nos ensinar algo, pois Joabe, mais de uma vez, desobedeceu e afrontou a Davi, seu líder.

Mas Paulo diz em Efésios 6:11 “Revesti-vos de toda a armadura de Deus”. Vamos tomar o verbo “revestir” e ver onde ele aparece. Em Jz. 6:34 “Então o Espírito do Senhor revestiu a Gideão, o qual tocou a buzina, e os abiezritas se ajuntaram após ele.” Gideão foi à guerra  e venceu, porque estava revestido da armadura de Deus, que é o Espírito Santo. Davi venceu Golias, mesmo sem usar uma armadura visível, porque estava revestido da armadura de Deus, que é invisível, pois é espiritual. “Então Samuel tomou o vaso de azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos; e desde aquele dia em diante o Espírito do Senhor se apoderou de Davi.” 

Antes de ascender aos céus, depois da sua ressurreição, Jesus disse aos seus discípulos: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém até que do alto sejais REVESTIDOS DE PODER.” (Lc.24:49). E em Atos 1:4,5 “E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.” Ser batizados no Espírito Santo é ser revestido da armadura de Deus, para a guerra. E em Atos 2:4 “E todos foram cheios do Espírito Santo”. Aí eles foram pra guerra, e na primeira investida tomaram quase três almas das mãos de Satanás. E em Atos 26:17,18, Jesus Cristo ressuscitado envia Paulo pra guerra, nos seguintes termos: “Livrando-te deste povo e dos gentios, a quem agora te envio, para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e da autoridade de Satanás a Deus; a fim de que recebam a remissão dos pecados, e herança entre os santificados pela fé em mim.” 

Estamos numa guerra espiritual, contra seres espirituais invisíveis, que mantém homens e mulheres em cativeiro espiritual. O Espírito Santo é o nosso Jônatas, o nosso guibor, e somos seus escudeiros, com a missão de somente auxiliá-lo, de matar (espiritualmente) os inimigos que ele já feriu mortalmente. Ele vai à nossa frente, pois não é como Golias (Satanás), que se escudava no seu escudeiro. A armadura de Deus é o Espírito Santo, e ninguém deve ir à guerra sem estar revestido com ela ou com Ele. 

segunda-feira, 21 de julho de 2014

O CONFLITO ENTRE ISRAEL E OS PALESTINOS


Para se entender o conflito que se desenrola hoje no Oriente Médio, temos de voltar ao princípio, onde tudo começou, e olhar para ele pela ótica espiritual.

1.       Em primeiro lugar, temos de entender que a terra pertence a Deus, que a dá a quem Ele quer. “Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam.” (Sl.24:1). O profeta Daniel, ao interpretar o sonho de Nabucodonosor, rei da Babilônia, e anunciar o seu castigo, conclui, dizendo: “até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer.”

2.       A Faixa de Gaza, de onde o Hamás atira seus mísseis contra Israel, e que está sendo invadida por Israel neste momento, nos dá uma pista para entender o conflito. A palavra Gaza nos remete aos Filisteus, povo que permeia grande parte do  Antigo testamento. A Bíblia fala dos “cinco príncipes dos filisteus” e das “cinco cidades dos filisteus”. Os filisteus eram organizados numa Confederação ou Federação de cinco cidades, governadas por cinco príncipes. Estas cidades eram Asquelon, Ecron, Asdode, Gate e Gaza. Não adianta tentarmos traçar a linhagem biológica dos atuais palestinos (filisteus) até os antigos filisteus. Mas temos de procurar o parentesco espiritual. Qualquer gentio que crê em Jesus como o Messias, terá orgulho de se declarar descendente de Abraão. Não é um parentesco físico, mas espiritual. Espiritualmente os atuais palestinos são os antigos filisteus, mencionados na Bíblia. Certa vez ouvi a palestra do Embaixador da Palestina, no anfiteatro da Universidade Federal do Acre, onde tentava argumentar que os Palestinos tinham mais direito à terra, do que Israel, pois aqueles viviam naquela terra a mais de cinco mil anos, antes de Israel. Ele usou um argumento correto, até certo ponto.

3.       Os filisteus são mencionados na Bíblia pela primeira vez em Gn. 10:13,14 onde diz”E Mizraim gerou a Ludim, e a Anamim, e a Leabim, e a Naftuim, e a Patrusim, e a Casluim (de onde saíram os filisteus) e a Caftorim.” Ora, Noé teve três filhos que são Cão, Sem e Jafé. Cão teve quatro filhos que são Cush, Mizraim, Pute e Canaã. Então os filisteus são oriundos do segundo filho de Cão, que é Mizraim. Mas terra Santa foi dada inicialmente a Canaã, que é o quarto filho de Cão, pois por todo o Antigo testamento aquela terra é chamada de Terra de Canaã. Porém, em algum momento da história, os filisteus parece terem tomado a terra da mão dos Cananeus, pois o profeta Sofonias diz “A Palavra do Senhor será contra vós, Ó Canaã, terra dos filisteus e eu vos farei destruir , até que não haja morador.” (Sf.2:5). Em algum momento, os filisteus dominaram a terra de Canaã, tomando-a da mão dos Cananeus. Quando Josué, por ordem de Deus, invadiu a Terra Santa, esta ainda estava nas mãos dos Cananeus, como relata o livro de Josué.

4.       Já de posse da terra prometida, tantos os juízes quanto os reis de Israel, tiveram de lutar contra os Filisteus. De Sansão é dito “e ele começará a livrar a Israel da mão dos filisteus.” (Jz. 13:5b). De Saul é dito “e ele livrará o meu povo da mão dos filisteus.” (I Sm. 9:16). E de Davi também é dito “Pela mão de Davi meu servo livrarei o meu povo das mãos dos filisteus e das mãos de todos os seus inimigos.” (II Sm. 3:18). Apesar de Josué ter conquistado a terra para Israel, este várias vezes perdeu a soberania sobre seu próprio território, por motivo de desobediência a Deus, com quem tinha uma aliança. O bem conhecido episódio de Davi e Golias, é um combate singular entre o campeão ou paladino de cada nação. Isto envolve um princípio espiritual, em que a disputa se resolve entre os dois representantes das duas nações em guerra, para que não se envolva a nação toda. Por exemplo, Jesus derrotou Satanás, sendo que agora os seguidores de Jesus têm autoridade sobre os seguidores de Satanás. O enfrentamento entre Davi e Golias foi tipológico, para o enfretamento de Jesus e Satanás. Então, Davi teve de derrotar o campeão dos filisteus, para que Israel tornasse a ter o domínio sobre a terra.

5.       Em Gn.15, depois de ter prometido a Abraão uma descendência numerosa, Deus acrescenta “Eu sou o Senhor, que te tirei de Ur dos Caldeus, para dar-te a ti esta terra, para a herdares. E disse ele: Senhor Jeová, como saberei que hei de herdá-la?” (Gn.15:7,8). Em seguida Deus faz uma aliança com Abraão, com todo o ritual de morte de animais, partidos ao meio. E naquele dia Deus estabeleceu os limites da terra que prometeu a Abraão: “À tua descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio Eufrates; terra do queneu, do quenezeu, do cadmoneu, do heteu, do perizeu, dos refains, do amorreu, do cananeu, do Girgaseu e do jebuseu.” Nem Abraão, nem Isaque, nem Jacó, tiveram a posse da terra, o que só aconteceu depois dos quatrocentos e trinta anos no Egito, e dos quarenta anos no deserto, sob o comando de Josué.

6.       Porém, a posse da terra é condicionada à obediência aos princípios da aliança. Levítico descreve as práticas que Israel deveria evitar, quando de posse da terra. “Com nenhuma dessas coisas vos contamineis, porque em todas essas coisas se contaminaram as gentes que eu lanço fora de diante da vossa face. Pelo que a terra está contaminada; e eu visitarei sobre ela a sua iniqüidade, e a terra vomitará os seus moradores. Porém, vós guardareis os meus estatutos e os meus juízos, e nenhuma dessas abominações fareis, nem o natural, nem o estrangeiro que peregrina entre vós; porque todas estas abominações fizeram os homens desta terra, que nela estavam antes de vós, e a terra foi contaminada. Para que a terra vos não vomite, havendo-a contaminado, como vomitou a gente que nela estava antes de vós.”

7.       Por causa de desobediência, Israel passou setenta anos no cativeiro babilônico. “Porque assim diz o Senhor: Certamente que passados setenta anos em Babilônia, vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando-vos a trazer a este lugar.” (Jr.29:10). “No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do Senhor, por boca de Jeremias) despertou o Senhor o espírito de Ciro, Reik da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus dos céus me deu todos os reinos da terra; e ele me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém que é em Judá. Quem há entre vós de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que é em Judá, e edifique a casa do Senhor, Deus de Israel, ele é o Deus que habita em Jerusalém.” (Ed 1:1-4).  Assim Deus providenciou o retorno de Israel, depois de um castigo temporário. É claro que não foi fácil a retomada da terra, pois durante a ausência de Israel, de setenta anos, outros moradores tomaram posse da terra, e passaram a morar nela. “E sucedeu que, ouvindo Sambalate (samaritano) e Tobias (amonita), e os arábios (árabes), e os amonitas, e os asdoditas (filisteus)...iraram-se sobremodo.” (Nee. 4:7).

8.       No ano setenta d.C. veio mais um castigo sobre Israel, pois Jerusalém foi destruída pelos romanos, e os judeus que não morreram ou fugiram, foram espalhados para todas as nações, e perderam mais uma vez a posse da terra. A disciplina de Deus é severa, mas é baseada no amor. “Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho.” (Hb. 12:6). Em 1947 a assembléia Geral da ONU, presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha, aprovou a criação de um Estado judeu e outro Árabe, na terra Santa, e em 14 de Maio de 1948, sob a liderança de David Ben Gurion, nasceu oficialmente o estado de Israel. Desde então, várias guerras já ocorreram, visto que os árabes não aceitam a presença de Israel na terra, considerando-os invasores. Israel, por seu lado, se defende como pode, quando é agredido. As mais famosas dessas guerras são a Guerra da Independência em 1948, a Guerra dos Seis Dias em 1967, e a Guerra do Yom Kipur em 1973. Pelo que tenho acompanhado, em todas essas guerras, Israel lutou em aparente inferioridade, contra várias nações árabes, e venceu. Parece seguir o padrão do Antigo testamento em que Deus luta em favor de Israel. Mesmo agora, quando parece que o Hamás é mais fraco, com certeza há nações poderosas dando suporte para eles, através de armamento e outros meios logísticos. Geralmente é o Iran, que é o mais denunciado como dando apoio ao Hamás, além da Síria, apesar de esta estar fragilizada, por sua própria guerra civil. Lembro que Deus não mudou, nem os seus princípios. As leis que regiam as guerras do Antigo testamento são as mesmas leis que regem as guerras de hoje. E creio que um erro que Israel está cometendo, é o de devolver territórios conquistados na guerra. O padrão do Antigo testamento é o de que território conquistado na guerra foi dado por Deus, e não pode ser devolvido, sob pena de desagradar a Deus. Israel, pressionado pelas nações e pela ONU e até pelos EUA, tem devolvido territórios  que Deus lhe deu. A Faixa de Gaza é um desses casos. Sabemos que Deus é Deus de todas as nações, e não somente dos judeus, como Paulo diz. Nós, a igreja de Jesus Cristo, não podemos ficar do lado de qualquer injustiça, pois nosso Deus também não fica, pois Ele é justo. O Hamás tem usado a população civil como escudos humanos, e isso não é justo. Mas também não podemos ser manipulados pela mídia anti semita, que normalmente apresenta os palestinos como vítimas e Israel como algoz. Delicados princípios espirituais estão envolvidos. Se Deus está restaurando Israel, na posse da terra, como já fez no passado, não é bom nos metermos no meio disso. Porque não adianta o homem mortal brigar com Deus, pois vai se machucar. É hora de a igreja orar por Israel, para que as promessas feitas a nação se cumpram. Mas também devemos orar pelos palestinos que estão sendo usados como bucha de canhão.

9.       O verdadeiro dono da terra está revelado em Isaías 8:8, onde falando sobre a invasão da terra santa pelo rei da assíria, está dito “E passará a Judá, inundando-o, e irá passando por ele e chegará até ao pescoço; e a extensão de sua asas encherá a largura de tua terra, Ó Emanuel.” Emanuel significa Deus Conosco, e se refere a Jesus Cristo, como Mateus revela, citando Isaías 7:14. Então Jesus é o dono da terra. Jesus é judeu, e Paulo diz que ele é o descendente de Abraão, a quem a promessa tinha sido feita. (Gl.3:16). Muitos Palestinos têm crido em Jesus, como o seu Messias, e têm passado a amar a Israel. A última referência à terra santa no N.T. é Mateus 2:20, onde um anjo de Deus a chama de “terra de Israel”.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

FILHOTES DE ÁGUIA


“Os olhos que zombam do pai ou desprezam a obediência à mãe serão arrancados pelos corvos do vale e DEVORADOS PELOS FILHOTES DA ÁGUIA” – Pv.30:17.

Deus deu ao homem dois livros, que a teologia chama de Revelação Geral e Revelação Especial. A Revelação Especial é a Bíblia, daí Solla Scriptura. Mas, muitas vezes esquecemos de olhar no outro livro, que é a natureza ou a criação. Davi disse “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das  suas mãos.” (Sl. 19:1). Jesus disse “Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem colhem,  nem ajuntam em celeiros; mas vosso Pai celestial as alimenta. Acaso não tendes muito mais valor do que elas?”  e “Olhai como os lírios do campo crescem; eles não trabalham nem tecem; mas eu vos digo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles.” (Mt.6:26, 28, 29). Parece um convite para aprendermos com a natureza, as leis da criação. É sabido que os animais ferozes, predadores, que estão no topo da cadeia alimentar, normalmente, na natureza, não se alimentam de presas mortas, mas, de vivas. O leão (ou a leoa) e outros felinos, se alimentam de presas vivas, bem assim a águia, falcão, gavião. Porém, o abutre, o urubu, o corvo, se alimentam de carniça, ou presas mortas, e bem assim, a hiena. Creio eu, que esses animais são tipos ou figuras de realidades do mundo espiritual. Pedro teve uma visão, na qual viu “o céu aberto e um objeto descendo, como se fosse um grande  lençol, baixado pelas quatro pontas sobre a terra. Nele havia todo tipo de quadrúpedes, animais que rastejam pela terra e aves do céu. E uma voz lhe disse: Levanta-te, Pedro, mata e come.” (At. 10:11-13).

Mas quero me reportar ao texto de II Sm. 18:14,15, que diz “E tomou (Joabe) na mão três dardos , e com eles traspassou o coração de Absalão, estando ele ainda vivo no meio do carvalho. Dez jovens que levavam as armas de Joabe o cercaram,  atacaram a Absalão e o mataram.” Este texto está cheio de tipologia, ensinamentos espirituais. Joabe está no topo da cadeia alimentar. Ef. 6:12 descreve a hierarquia do mundo espiritual, em três categorias, a saber: 1. Principados e Potestades; 2. Dominadores deste mundo Tenebroso;  3. Hostes Espirituais da maldade  nos lugares celestiais. Alguém já dividiu a Guerra Espiritual em: 1. Nível Solo; 2. Nível Tático; Nível Estratégico. 

Os três filhos de Zeruia, sobrinhos de Davi, eram: Joabe, Abisai e Asael.  Joabe era do nível mais elevado, Abisai, do nível intermediário, e Asael, do nível mais baixo, ou solo. Abner era do mesmo nível que Joabe, por isso matou Asael. Mas, voltando ao texto, Absalão é uma figura quase perfeita de Satanás. O filho que se rebelou. É dito dele “Não havia em todo o Israel ninguém que fosse tão admirável pela sua beleza como Absalão; ele não tinha defeito algum desde a planta do pé até o alto da cabeça.” (II Sm.14:25). Lúcifer era “cheio de sabedoria e perfeito em formosura...Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor.” (Ez. 28:12,17). Ap. 12:7,8 “Então, houve guerra no céu: Miguel e seus anjos batalhavam contra o dragão. E o dragão e seus anjos reagiam, mas estes não prevaleceram e perderam seu lugar no céu.” E no  verso 4 “sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, lançando-as sobre a terra”. Alguém já se aventurou a dizer, com certa propriedade, que o exército celestial era formado por três esquadrões. Um sob o comando de Miguel, outro sob o comando de Gabriel, e outro sob o comando de Heilel (Lúcifer). Um terço foi o esquadrão de Lúcifer, que aderiu à sua rebelião, e seguiu a sua liderança. No caso de Absalão é dito que “E de Jerusalém foram com Absalão duzentos homens convidados,  porém, iam na sua simplicidade, porque  nada sabiam daquele  negócio.” (II Sm. 15:11). Será que no caso de Lúcifer aconteceu o mesmo? Pode ser, levando-se em conta o seu caráter. Em Apocalipse 20 está escrito: “para que mais não engane as nações” “E sairá a enganar as nações” “E o diabo que os enganava”. (Ap.20:3,8,10). Mas, voltando ao texto, é dito que Joabe “tomou três dardos, e traspassou com eles o coração de Absalão...E o cercaram dez jovens, que levavam as armas de Joabe. E feriram a Absalão e o mataram.” Esses dez jovens representam os discípulos, levando-se em conta a parábola das dez virgens, os dez jovens enviados por Davi a Nabal, os dez filhos de Jó, e outros. Com três dardos no coração de Absalão, esperava-se que ele morresse. Mas a missão de matar Absalão foi dada aos dez jovens que levavam as armas de Joabe. Foram os discípulos que mataram Absalão. Lembre que ave de rapina não se alimenta de presa morta, mas de viva. Porém, a  águia não vai lançar dentro seu  ninho, para seus filhotes, uma cobra totalmente viva, mas, ferida mortalmente, a fim de treiná-los a caçar. Jesus é a águia, e nós seus discípulos, somos os filhotes de águia, e a terra é um grande ninho de águia. Hebreus diz “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo.” (Hb.2:14). Apocalipse diz “E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, chamada Diabo e Satanás, que engana todo o mundo. ELE E SEUS ANJOS FORAM LANÇADOS NA TERRA.” (Ap.12:9).  

A terra é um grande ninho de águia. Os discípulos de Jesus são filhotes de águia. Por isso o Espírito Santo disse a Pedro: “Levanta-te, Pedro. Mata e come.”(At.10:13). Satanás foi lançado, ferido, dentro desse ninho, e está cercado de ameaçadores e famintos filhotes de águia, que ameaçam devorá-lo. Mas a situação é perigosa também para os filhotes, pois uma cobra ferida dentro do ninho pode machucá-los, e até matá-los e engoli-los. Por isso Pedro Pedro diz “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar.” Se o filhote dormir, tendo uma cobra ferida dentro do ninho, pode ser surpreendido. É claro que a águia mãe (O Espírito Santo), não abandona o ninho, a não ser para caçar pelo território. Mas ao ouvir os gritos dos filhotes (oração), volta veloz, para socorrê-los. A atitude dos filhotes é decisiva. Se eles se encolherem e ficaram com medo da cobra, ela virá para cima deles. Mas se eles, fazendo jus à sua natureza de aves de rapina, de predador, partirem para cima dela,  a cobra fugirá deles. “Sujeitai-vos pois a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” (Tg.4:7). 

Li a história de um filhote de águia que foi criado no meio de galinhas. Pelo condicionamento cultural ele aprendeu a se comportar  como galinha. Mas um dia, um treinador de águias passou por ali e o reconheceu. Depois de várias tentativas, o filhote se convenceu da sua natureza de águia, olhou firmemente para o sol, e voou em sua direção. Somos filhotes de águia dentro de um ninho, com uma cobra ferida, que temos de matar (no sentido espiritual)para nos alimentar dela. A nossa atitude definirá o resultado dessa convivência. “E o Deus de Paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés.” (Rm.16:20).

quarta-feira, 16 de julho de 2014

VESTIDO COM AS ROUPAS DO IRMÃO MAIS VELHO

Gn. 27

Quando Jacó trouxe a Isaque, seu pai, um guisado saboroso, estava vestido com as roupas de Esaú, seu irmão mais velho, ou primogênito.  “Depois tomou Rebeca os vestidos de gala de Esaú, seu filho mais velho, que tinha consigo em casa, e vestiu a Jacó, seu filho menor.” (Gn.27:15).  Se Jacó não estivesse vestido com as roupas de Esaú, teria sido amaldiçoado, em vez de abençoado, como ele mesmo reconheceu. “Porventura me apalpará o meu pai e serei em seus olhos enganador; assim trarei sobre mim maldição, e não bênção.” (Gn.27:12). Então Rebeca, sua mãe, respondeu “Meu filho, sobre mim seja a tua maldição”. (v.13).  Assim vestido, Jacó recebeu de seu pai, a bênção da primogenitura. “Assim pois te dê Deus do orvalho dos  céus, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto; sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; malditos sejam os que te  amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem.” (Gn.27:28,29). Isto é uma parábola, “ sombras e figuras”, de realidades que o Novo testamento veio trazer. Neste caso, Isaque representa Deus, Esaú representa Jesus, o Filho primogênito, e Jacó representa todos nós. O N. T. diz “Porque todos quantos  fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo...E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.” (Gl.3:27,29). Todos nós, seres humanos, que comparecermos diante de Deus, para nos submeter ao seu justo julgamento, seremos condenados, por causa do pecado. A Bíblia diz que não há justo, nenhum sequer. (Rm.3:10).  A não ser que também, como Jacó, estejamos vestidos com as roupas do nosso irmão mais velho, Jesus. (Roupas espirituais).  Dele é dito “TODOS OS TEUS VESTIDOS CHEIRAM A MIRRA, A ALOÉS E A CÁSSIA, DESDE OS PALÁCIOS DE  MARFIM DE ONDE TE ALEGRAM.” (Sl. 45:8).

Quando Jacó levou o guisado saboroso, este era feito de “dois bons cabritos das cabras”, preparado por sua mãe.(Gn.27:9).  Ora, os cabritos eram animais domésticos,  filhotes de bode com cabra. O guisado que foi trazido por Esaú, pelo contrário, era de animais selvagens, já que ele fora caçá-los fora da propriedade de seu pai. Os cabritos também representam Jesus, que foi morto e oferecido a Deus, como pagamento pelos nossos pecados. Se qualquer outro ser humano pecador fosse oferecido a Deus em sacrifício, seria rejeitado, pois Jesus era sem pecado. Temos de nos certificar se estamos vestidos com as vestimentas do nosso  irmão mais velho, para não sermos condenados. Assim como Jacó foi submetido a um rigoroso escrutínio, nós também o seremos, na presença de Deus. Jacó também teve suas mãos e seu pescoço cobertos com a pele dos cabritos. “E com as peles dos cabritos das cabras cobriu as suas mãos e a lisura do seu pescoço...E não o conheceu, porquanto as suas mãos estavam cabeludas, como as mãos de Esaú seu irmão; e abençoou-o.” (Gn.27:16,23). As peles dos cabritos também são uma figura da cobertura espiritual, que Jesus nos proporcionou, quando foi morto. Adão e Eva fizeram para si vestes de folhas de figueira, quando pecaram, e descobriram que estavam nus.  Mas, Deus providenciou vestes de peles de animais, e os vestiu. (Gn. 3:7,21). Na Parábola das Bodas, há um registro interessante. “E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estavas trajado com vestidos de núpcias. E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo vestido nupcial? E ele emudeceu. Disse então o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores: ali haverá pranto e ranger de dentes.” (Mt. 22:11-13).

Tanto Esaú como Jacó, precisaram levar uma oferta de um guisado saboroso, a seu pai,  antes de pleitear receber a bênção da primogenitura. Isto nos ensina que devemos levar a Deus um sacrifício, uma oferta, antes de pleitear  receber a bênção da salvação ou qualquer outra bênção. Esta oferta é o Senhor Jesus Cristo, representado, tanto na figura do irmão mais velho, quanto na dos dois  cabritos. Quem se apresentar a Deus em qualquer outra base, não será aceito, mas amaldiçoado. Siga o exemplo de Jacó.

terça-feira, 15 de julho de 2014

JESUS E O PRINCÍPIO DE AUTORIDADE


1.       AUTORIDADE FAMILIAR
A família é uma instituição divina, como vemos desde que Deus criou Adão e Eva, que tiveram filhos.  Jesus nasceu a na família de José e Maria, e com certeza conhecia  o mandamento que está em Ex. 20:12 “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus, te dá”, e em Deuteronômio 5:16 “Honra a teu pai e a tua mãe, como o Senhor teu Deus te ordenou, para que se prolonguem os teus dias, e para que te vá bem na terra que te dá o Senhor teu Deus.”Lucas registra o episódio de Jesus com doze anos de idade, na festa da páscoa, em Jerusalém, quando seus pais voltaram para buscá-lo, com as seguintes palavras: “E desceu com eles, e foi para Nazaré,  E ERA-LHES SUJEITO.”  (Lc.2:51). Jesus respeitava o princípio de autoridade, sendo sujeito a seus pais. Porém, no caso do casamento em Caná, da Galiléia, Jesus parece  fugir a esse padrão. Depois de sua mãe comunicar-lhe que o vinho tinha acabado, ele lhe responde: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.” Geralmente, as traduções se apressam em colocar uma nora explicativa, dizendo “Mulher não é um termo desrespeitoso”.  Com certeza não,  mas  é normal? Por que Jesus se dirigiu assim a sua mãe. Ou por que qualquer filho se dirigiria assim a sua mãe? O rei Salomão respondeu à sua mãe: “PEDE, MINHA MÃE, PORQUE NÃO TE FAREI VIRAR O ROSTO.” (I Rs. 2:20). Esperava eu que Jesus respondesse nestes termos. Porém, vejamos onde aparece a expressão no Novo Testamento:
Mt.15:28 “Então respondeu Jesus, e disse-lhe:Ó mulher! Grande é a tua fé: seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã.”
Lc. 13:12 “E, vendo-a Jesus chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade.”
Jo. 4:21 “Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.”
Jo.8:10b “Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?”
Jo.19:26 “Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente,  disse à sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.”
Jo. 20:15 “Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem buscas?”

Em todos esses textos, Jesus parece estar, deliberadamente, evitando, dar um caráter de intimidade.  Maria, sua mãe, e Maria Madalena, ele conhecia bem. Mas parece estar dando uma mensagem para elas.É como se estivesse dizendo “Vocês me conheceram como um homem normal, mas é chegada a hora de vocês me conhecerem como o Messias, como o Filho de Deus.”  Para Maria, é como se ele estivesse dizendo “Embora você me tenha conhecido como seu filho, agora já não o sou mais, mas sou Filho de Deus”. Paulo parece ter captado esse fato , quando escreveu: “Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne, e, ainda que tenhamos conhecido a Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos deste modo.” Mulher não é um termo desrespeitoso, mas não é um termo de intimidade, é como você trata uma estranha. Então, a autoridade na família foi respeitada por Jesus, que era o primogênito, e tinha o direito de herdar a autoridade do pai, depois da morte deste.

2.       A AUTORIDADE RELIGIOSA
Jesus estava também debaixo da autoridade religiosa, no seu caso, o Judaísmo. O Sumo Sacerdote era a maior autoridade dentro do Judaísmo. Quando da maioridade de Jesus, o sumo sacerdote era Caifás. Embora Lucas diga que havia dois sumos sacerdotes, Anás e Caifás, sendo Anás sogro deste último, certamente somente um era legítimo, pois é impossível que Deus respaldasse tal coisa, à luz do Antigo Testamento. Era como se houvesse dois maridos na família e dois Imperadores romanos. A autoridade não pode ser dividida igualmente por duas pessoas, mas repousa somente sobre uma. Até mesmo na Trindade, o Pai manda no Filho, e Este manda no espírito Santo, que manda em nós. Só o diabo quer criar cobra de duas cabeças para gerar confusão. No ocidente moderno, o marido e a mulher têm a mesma autoridade, dentro de casa, e só poderia dar no que temos visto, confusão. Então, só Caifás era o sumo sacerdote legítimo. Tanto é que Jesus fala com Anás com uma liberdade, que não usa quando fala com Caifás. (Jo 18:2024). Paulo afrontou o sumo sacerdote, mas segundo as suas palavras, foi sem querer. “Mas o sumo sacerdote, Ananias, mandou aos que estavam junto dele que o ferissem na boca. Então Paulo lhe disse: Deus te ferirá, parede branqueada; tu está aqui assentado para julgar-me conforme a lei, e contra a lei me mandas ferir? E os que ali estavam  disseram: Injurias o sumo sacerdote de Deus? E Paulo disse: Não sabia, irmãos, que era o sumo sacerdote; porque está escrito: não dirás mal do príncipe do teu povo.”  Parece que Paulo se arrependeu de ter desrespeitado o sumo sacerdote. Bem, agora Jesus está diante do sumo sacerdote Caifás. “E, levantando-se o sumo sacerdote, disse-lhe: Não respondes coisa alguma ao que estes depõem contra ti? Jesus, porém, guardava silêncio. E, insistindo o sumo sacerdote, disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus. Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o filho do homem assentado à direita do poder, e vindo sobre as nuvens do céu.” (Mt.26:62-64). Jesus não desrespeitou a autoridade do sumo sacerdote, nem se defendeu, mesmo sabendo que era inocente. Na sequência, está escrito “ENTÃO O SUMO SACERDOTE RASGOU OS SEUS VESTIDOS”. Parece que Caifás não andava lendo a sua Bíblia, pois Levítico 21:10, diz “E o sumo sacerdote entre seus irmãos, sobre cuja cabeça foi derramado o azeite da unção, e que for sagrado para vestir os vestidos, não descobrirá a cabeça NEM RASGARÁ OS SEUS VESTIDOS.” O sumo sacerdote transgrediu a lei, e condenou a Jesus, que era inocente. Mesmo assim, Jesus não o desacatou, mas se submeteu a ele. Será que temos respeitado as autoridades religiosas legítimas, instituídas por Deus?

3.       AUTORIDADE POLÍTICA
Lucas registra que foi no décimo quinto ano do reinado de Tibério césar, que João Batista começou o seu ministério (Lc. 3:1), e que Pôncio Pilatos era o governador da Judéia. Tenho ouvido dizer que a família e a igreja são instituições divinas. Não significa que são instituições isentas de erro, pois muitas vezes têm errado muito. O Estado também é uma instituição divina, Isto é, criado por Deus. E por ter, muitas vezes, errado tanto, têm sido visto, quase como maligno, isto é, criado pelo diabo. Paulo diz,  em Romanos 13,  que as autoridades do estado foram constituídas por Deus. Ele chama de magistrados, porque naquele tempo, ainda não havia a divisão tripartite dos poderes.  Ele diz “Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus”. (Rm. 13:2). Pedro chama de “ordenação humana” (I Pd. 2:13), não porque tenha sido criada pelo homem, mas porque constituídas por humanos, embora tenha sido criada por Deus. Pilatos perguntou a Jesus “Tu és o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu dizes isto de ti mesmo, ou disseram-te outros de mim? Pilatos respondeu: Porventura sou eu judeu? A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim; que fizeste?  Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. Disse-lhe pois Pilatos: Logo tu és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade? “(Jo. 18:33-38). Em Jo.19:9-11, há outro diálogo entre Jesus e Pilatos. “E entrou outra vez na audiência e disse a Jesus: Donde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta. Disse-lhe pois Pilatos: Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho autoridade para te crucificar e para te soltar? Respondeu Jesus: Nenhuma  autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada; por isso aquele que me entregou a ti maior pecado tem.”  Jesus reconheceu que Pilatos tinha autoridade sobre ele. Essa autoridade tinha sido dada pelo Imperador romano, que a tinha recebido de Deus. Parece coisa dos povos atrasados do passado, cujos governantes derivavam sua autoridade dos deuses, para enganar o povo. Mas aqui é a Escritura. Pode ser, e com certeza é, que os homens tenham abusado desse princípio, mas não podemos descartá-lo, pois o mesmo Deus que respalda a autoridade do governante, também  lhe pede contas. Belsazar, o rei dos caldeus, por ter abusado da sua autoridade, e profanado os vasos sagrados do templo de Jerusalém, foi julgado por Deus. No auge do Banquete sacrílego, “apareceram uns dedos de mão humana que escreviam no reboco da parede do palácio real, defronte do castiçal; e o rei via os dedos que estavam escrevendo.” Nessa hora toda a altivez do monarca caiu por terra, pois percebeu que tinha chegada a sua hora. “Então a fisionomia do rei mudou, e seus pensamentos o perturbaram; suas pernas ficaram fracas e seus joelhos batiam um no outro.” Daniel foi chamado para ler a inscrição, e leu: “Deus contou os dias do teu reino e pôs fim nele. Foste pesado na balança e foste achado em falta. O teu reino está dividido e entregue aos medos e persas.”  Seria bom que os nossos governantes meditassem nessas palavras, pois a história termina com estas palavras: “Naquela mesma noite foi morto Belsazar, o rei dos babilônios.” (Dn.5). Façamos a nossa parte, respeitando a autoridade legítima, constituída por Deus, e oremos para que Ele faça justiça. Herodes matou o apóstolo Tiago, à espada, mas a vingança de Deus veio logo, em resposta à oração da igreja. “E no mesmo instante feriu-o o anjo do Senhor, porque não deu glória a Deus; e, comido por vermes, morreu.” (At.12:23).

segunda-feira, 14 de julho de 2014

O PRINCÍPIO DE AUTORIDADE II


Quando a nação de Israel era vassala da Pérsia, no tempo do rei Assuero,  foi assinado um Decreto de extermínio de todos os judeus. “E em todas as províncias aonde a palavra do rei e a sua lei chegava, havia entre os judeus grande luto, com jejum,  e choro, e lamentação; e muitos estavam deitados em sacos e cinzas.” (Et. 4:3). Esta situação é muito semelhante ao que Hitler fez com os judeus, durante a Segunda Guerra Mundial, no que ficou conhecido como Holocausto. Mas há um princípio espiritual envolvido aqui, que pode ser aplicada a cada ser humano, individualmente. 

Quando recebemos uma má notícia, podemos até nos desesperar, como Israel fez,  mas é prudente procurar saber o que ocasionou tal situação. No caso de Israel na Pérsia, havia um motivo. Quem desencadeou a tragédia foi Mardoqueu, quando não soube lidar com o princípio de autoridade. Antes disso acontecer, a Escritura narra o seguinte: “Depois destas coisas o rei Assuero engrandeceu a Hamã, filho de Hamedata, o agagita, e o exaltou, pondo-lhe o assento acima dos de todos os príncipes que estavam com ele.”  (Et. 3:1). 

Lembrando que a autoridade estava sobre o rei Assuero, e ele, usando dessa autoridade, exaltou a Hamã. Então, depois do rei, Hamã era a maior autoridade, e quem desobedecesse a Hamã, estaria, por tabela, desonrando o rei. Vejamos o que diz o Novo Testamento: “Sujeitai-vos pois a toda a ordenação humana por amor do Senhor: quer ao rei, como superior; quer  aos governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para o louvor dos que fazem o bem. Porque assim é a vontade de Deus...Honrai a todos. Amai os irmãos. Temei a Deus. HONRAI O REI.”  (I Pd. 2:13,14,17). E mais ainda: “Toda alma esteja sujeita  às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à autoridade  resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.” (Rm.13:1,2).  Foi o que Mardoqueu fez. 

O texto de Ester diz: “O todos os servos do rei, que estavam à porta do rei, se inclinavam  e se prostravam diante de Hamã, PORQUE  ASSIM TINHA ORDENADO O REI ACERCA DELE.” Era ordem do rei que se inclinassem diante de Hamã. Quem não fizesse isso, estaria ofendendo o rei, antes de Hamã. Mardoqueu não obedeceu ao rei, pois está escrito: “PORÉM MARDOQUEU NÃO SE INCLINAVA  NEM SE PROSTRAVA.” (Et.3:  2b).  Mardoqueu teve oportunidade de se retratar, de se arrepender, mas não o fez, pois os servos do  rei, o interpelaram, dizendo: “POR QUE TRASPASSAS O MANDADO DO REI?  Sucedeu pois que, dizendo-lhe eles isto de dia em dia, e não lhe dando ele ouvidos, o fizeram saber a Hamã...” É claro que Hamã, orgulhoso como todo ser humano, não tolerou tal comportamento. Conseguiu, junto ao  rei, autorização para matar, não somente Mardoqueu,  mas também a todo o povo de Mardoqueu , pois soubera que este era judeu.  Mardoqueu afrontou a autoridade do rei e a de Hamã. Mardoqueu foi inconseqüente, e, somente depois que soube do decreto de extermínio de todo o seu povo, foi que caiu em si. 

“Quando Mardoqueu soube tudo quanto se havia passado, rasgou Mardoqueu os seus vestidos, vestiu-se de um saco com cinza, e saiu pelo meio da cidade, e clamou com grande a amargo clamor.” Nestes tempos de anarquia, convém atentarmos para os ensinamentos da palavra de Deus, para não termos de lamentar depois. Para encurtar a história, sabemos que o Decreto foi anulado, e Israel foi salvo, mas há dois atos que foram realizados, e que foram responsáveis pela anulação.

Diz-se que cada atitude  de honra, anula uma atitude desonra. Pode ser, pois antes de desonrar o rei, Mardoqueu praticou uma atitude de honra para com ele. Dois eunucos do rei, fizeram uma conspiração para matá-lo, tendo sidos denunciados por Mardoqueu, atravás da rainha Ester. Isto foi escrito nas crônicas perante o rei. Muito tempo depois, o rei perdeu o sono, e mandou trazer  o livro das memórias das crônicas, e se leram perante o rei. (Et. 6:1-14). (A televisão ainda não tinha sido inventada).  A partir daí o rei tinha um motivo para gostar de Mardoqueu, e o recompensou. Outra atitude nobre de Mardoqueu, foi que ele criou Hadassa, que é Ester, sua prima, que ficara órfã de pai e mãe.  No decorrer da história, Ester se tornou rainha,  esposa do rei Assuero.  Apesar de Hamã ter se tornado poderoso no reino, junto ao rei, havia uma pessoa mais poderosa do que ele, a esposa Ester, que conquistara o coração de seu marido. Foi por meio desse relacionamento que Israel foi salvo. Ester  honrava seu marido. 

Aliás, há um deliberado contraste entre a atitude rebelde da esposa Vasti, que desonrou seu marido, ao recusar atender ao seu chamado, e atitude submissa de Ester, que foi ao rei sem ser chamada. O ato rebelde de Mardoqueu foi uma desonra, que resultou no decreto de extermínio de todo o seu povo.  Se você perceber alguma semelhança com o caso de Adão, não é mera coincidência. Mas dois atos de honra de Mardoqueu, um em relação ao rei, e outro em relação à rainha, e um ato de honra de Ester, em relação ao rei, anularam o decreto de extermínio.  Se você está sofrendo por ter desonrado a autoridade de alguém, comece a praticar atitudes de honra, para anular as conseqüência da desonra. “Honrai a todos. Amai os irmãos. Temei a Deus. Honrai o rei.”

sexta-feira, 11 de julho de 2014

O ALTAR DE DOZE PEDRAS


No tempo do profeta Elias, Israel estava  com sua lealdade dividida entre Iavé e Baal. Elias disse ao povo “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se Iavé é Deus, seguí-o; e se Baal, seguí-o. Porém o povo não lhe respondeu nada.”( RS. 18:21). Porém, depois do confronto de Elias com os profetas de Baal, tendo Elias orado, Deus respondeu com fogo. Só então o povo se decidiu, e disse: “Só Iavé é Deus! Só Iavé é Deus!” (I Rs. 18:39). Mas, antes disso, é dito de Elias: “E reparou o altar do Senhor, que estava quebrado.” 

Será que hoje tem crente com sua lealdade dividida? Será que tem crente com seu altar quebrado? Elias começou consertando o altar. “E Elias tomou doze pedras, conforme ao número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual veio a palavra do Senhor, dizendo: Israel será o teu nome.” Era um altar de doze pedras. Também em Josué 4:8,9, Deus mandou Josué Levar doze pedras do leito seco do rio Jordão, por meio de doze homens, e depositá-las no outro lado, na terra de Canaã. Além disso, mandou também, que doze pedras fossem erguidas no meio do rio Jordão, ficando essas encobertas, depois que as águas voltaram ao seu lugar. Mas Elias consertou o altar usando doze pedras. 

Sabemos que um altar é feito para se oferecer algo em cima dele, para alguma divindade. Os profetas de Baal, ofereceram um bezerro sobre a lenha do altar, e invocaram o nome do seu deus. E nada aconteceu. Elias fez o altar de doze pedras, armou lenha sobre o altar, e cavou um rego em redor do altar, dividiu o bezerro em pedaços e o pôs sobre a lenha. Em seguida mandou que fosse derramada muita água, sobre o altar. Lembremos que a água era de muito valor naqueles dias, pois a três anos e meio não chovia. Algo de valor estava sendo oferecido sobre o altar. Os profetas de Baal ofereceram um bezerro, mas não ofereceram água. Foram doze cântaros de água que foram oferecidos sobre o altar. Em seguida Elias orou, e Deus respondeu com fogo. Holocausto é uma oferta queimada. Normalmente o fogo era providenciado  pelo ofertante, como no caso de Abraão. “E tomou Abraão a lenha do holocausto, e pô-la sobre Isaque seu filho; e ele tomou o fogo e o cutelo na sua mão, e foram ambos juntos.” (Gn.22:6). No caso de Elias, quando ele orou, Deus mesmo providenciou o fogo. “Então caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego.”

Aliás, isto já havia acontecido antes, quando Davi edificou um altar, na eira de Ornã, o jebuseu, e ofereceu holocaustos e sacrifício pacíficos  “e invocou o Senhor, o qual lhe respondeu com fogo do céu sobre o altar do holocausto.” (I Cr. 21:26). Esta é a cosmovisão do Antigo Testamento. Vamos ver agora como se aplica isto no Novo Testamento.

O conceito de pedra do A.T. , muda para pedras vivas , no N.T.  Pedro diz “E, chegando-vos para ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa.  Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.”  (I Pd. 2:4,5). É muito interessante, que quando Jesus encontrou Simão, mudou o seu nome para Pedro, que significa pedra. “Quando Jesus olhou para ele(Simão), disse: “Tu és Simão, o filho de João; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Rocha). “ (BKJA). “Cefas” (como o apóstolo Paulo o chamava – I Co.9:5; Gl 1:18): Kepha, em aramaico ou Kephem hebraico – rocha (Jó 30:6; Jr.4:29), ou ainda petros, em grego. Portanto, Pedro significa pedra ou rocha (Is.51:1). Mas, como para o nome de um homem era necessário usar a forma masculina, permaneceu petros.” (Nota de rodapé da BKJA). Em Mt. 10:2 é dito que os nomes dos doze apóstolos são estes : “O primeiro, Simão, chamado Pedro...). “ O primeiro” tem o sentido de primogênito, o que revela uma hierarquia de autoridade. É muito sugestivo que Jesus tenha mudado o nome do primeiro dos seus discípulos, para pedra. Como o conceito de pedra do Antigo Testamento, muda para pedras vivas, no Novo, Simão é a primeira pedra que Jesus tomou, para construir o altar de doze pedras, como Elias também fez. Mateus registra como Jesus chamou os discípulos de maneira individual, ou por dupla.  “E Jesus , andando junto ao mar da Galiléia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André...E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens...viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão...e chamou-os...E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na alfândega um homem, chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se o seguiu.”  (Mt.4:18-21; 9:9). Lucas registra a chamada dos doze. “E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem deu também o nome de apóstolos.” (Lc.6:13). Teria Jesus completado o altar de doze pedras vivas? Sabemos que Satanás descompletou os doze, tirando Judas Iscariotes. “E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse...E, após o bocado, entrou nele Satanás. Disse pois Jesus: O que fazes, fá-lo depressa.” (Jo.13:2,27). Mas o altar tinha de ser de doze pedras. Depois da partida de Jesus, Pedro tomou a iniciativa de eleger Matias no lugar de Judas, completando novamente as doze pedras. E, como no caso de Elias, eles estavam orando. “Todos estes perseveravam unânimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos.” (At.1:14). 

No caso de Elias e de Davi, desceu fogo do céu, e consumiu o holocausto, que é o padrão do Antigo Testamento. Mas, neste caso, foi o Espírito Santo que desceu, que é o padrão do Novo Testamento, pois o altar é construído  de pedras vivas. Pedro diz que Jesus “derramou” o Espírito Santo (At. 2:33), e Atos 10:44 é dito que “caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra.” Isto é mudança de paradigma. 

O altar do Novo Testamento é de pedras  vivas, e no lugar do fogo, quem cai sobre quem cai é o Espírito Santo, para consumir, não as pessoas, mas o pecado. Isto é santificação. Então, os crentes devem parar de pedir fogo, pois é melhor pedir o Espírito Santo. As línguas que foram vistas no dia de Pentecoste não eram de fogo, mas “como que de fogo”. Só pareciam, mas não eram. Foi sobre isto que Malaquias escreveu. “Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá, quando ele aparecer? Porque ele será como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros. E assentar-se-á, afinando e purificando a prata; e purificará os filhos de Levi, e os afinará como ouro e como prata. Então ao Senhor trarão ofertas  de justiça.” (Ml.3:2,3) . 

Paulo disse “Que seja ministro de Jesus Cristo entre os gentios, ministrando o Evangelho de Deus, PARA SEJA AGRADÁVEL A OFEERTA DOS GENTIOS , SANTIFICADA PELO ESPÍRITO SANTO.”  (Rm.15:16). A oferta que Paulo entregou a Deus, foram os gentios que ele ganhou, e o sinal de que Deus recebeu a oferta, foi o Espírito Santo ter descido sobre eles. Como Deus respondeu com fogo sobre o altar, atendendo à oração de Elias. Podemos até ganhar muitas pessoas para Deus, como oferta sobre o altar, mas só saberemos se Deus recebeu, quando o Espírito Santo cair sobre elas. Filipe ganhou os samaritanos, batizou-os, mas não sabia se Deus havia aceitado a sua oferta, pois “Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido; mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus.” Foi somente depois que Pedro e João oraram por eles,e  lhes impuseram as mãos que  “receberam o Espírito Santo.”(At.8:12,16,17).

A oferta de Pedro foram os gentios da casa de Cornélio, pois enquanto Pedro falava, “caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra.” O padrão de doze pedras parece repetir-se em Éfeso, onde Paulo Evangeliza doze discípulos de João Batista. “E os que ouviram foram batizados  em nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam. E estes eram,  ao todo,  uns doze homens.” (At.19:1-7). Nós somos o altar, ou, pelo menos, uma das pedras do altar de pedras vivas. “sacrifícios espirituais” (I Pd.2:5), “sacrifício vivo” (Rm12:1), no lugar de sacrifícios materiais e sacrifícios mortos, do Antigo Testamento.  Hb.13:15,16,  fala de “sacrifício de louvor” e de “sacrifício da beneficência e comunicação”,  mas o sacrifício que sobressai, são as almas ganhas e colocadas sobre o altar, pois é sobre este tipo de oferta que o Espírito Santo desce, como desceu fogo sobre o altar de Elias. 

Mas devemos nos certificar se realmente o Espírito Santo desceu sobre os nossos convertidos, pois Elias só soube que Deus recebeu o seu sacrifício, depois que o fogo desceu sobre ele.