Lucas 15:11-32
1. OBEDIÊNCIA - Esse nível é ilustrado na pessoa do filho mais velho da Parábola do Filho Pródigo. Ele disse a seu pai: "Há tantos anos te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua..." (v.29). Não há dúvida de que ele era um filho obediente, ao contrário de seu irmão, que foi embora de casa com a herança antecipada, tendo gastado tudo prodigamente. A obediência é importante, mas ela pode ser exercida com a motivação errada. Deus tem filhos assim, líderes têm discípulos assim. Eu diria que a disposição para obedecer a é o início do discipulado. Sim, porque tem gente que está na igreja, mas não passa pelo sua cabeça que ela deve ser uma pessoa obediente. Obediente a Deus, a Cristo, ao Espírito Santo, mas também aos líderes humanos colocados por Deus, com a sua autoridade delegada. E não só na igreja, mas também na família, no Estado, no trabalho, ou em qualquer instância da vida social. Deus pode exercer sua autoridade diretamente, mas raramente Ele o faz, preferindo exercê-la por meio de prepostos. A obediência, com a motivação certa, agrada a Deus. "Ora, nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito Santo, que Deus outorgou aos que lhe obedecem." (At.5:32). A Carta aos Hebreus diz que Jesus "tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem." (5:9).
2. SUBMISSÃO - Esse nível pode ser ilustrado na pessoa do filho mais novo da parábola do Filho Pródigo. Embora ele tenha sido desobediente no princípio, por meio do sofrimento por que passou, decidiu se submeter ao seu pai, aceitando ser tratado como um servo. Ele abdicou do direito de julgar ou rejeitar as decisões do pai, aceitando tudo o que seu pai lhe impusesse.Ele decidiu dizer a seu pai: "Já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados." (Lc.15:19). Parece até que esse nível de discipulado é o ideal, pois Jesus nos mandou fazer discípulos de todas as nações, e se levarmos alguém a esse nível, teremos feito um discípulo. Esse é o nível de discipulado que levou Jesus a cruz, pois ele, "a si mesmo se esvaziou, a ssumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz." Quantas pessoas estão dispostas a obedecer a Deus a qualquer custo, como Abraão o fez, entregando até seu filho, Isaque, para ser morto? Se alguém alcançar esse nível de discipulado, terá alcançado um excelente nível.
3. AMIZADE – O filho mais velho trabalhava como escravo, mas não tinha um relacionamento de amizade com seu pai. O filho mais novo decidiu ser servo, mas o que o pai necessitava, como ser humano que era, era de amigos. Ele necessitava de relacionamento, que é a pedra de toque da amizade. Jesus disse aos seus discípulos, no final do período de treinamento do discipulado: "Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo o quanto ouvi de meu pai vos tenho dado a conhecer. (Jo.15:15). " Deus precisa de amigos, com quem ele possa compartilhar seus sonhos. "Certamente, o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas." (Am. 3:7). Abraão é chamado na Bíblia de amigo de Deus. "Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus." (Tg.2:23). Deus disse dele "Ocultarei a Abraão o que estou para fazer, visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra? Porque eu o escolhi para ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do Senhor e pratiquem a justiça e o juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que tem falado a seus respeito." (Gn.18:17-19).
O coroamento do discipulado não é por meio da obediência, nem da submissão somente, mas quando esses dois níveis são praticados motivados por amizade ou amor (fileo ou ágape), como quando Jesus perguntou a Pedro "Tu me amas? ...Apascenta as minhas ovelhas." Deus precisa de amigos, nós precisamos de amigos. Que bom quando o discípulo evolui para o nível de amigo, sem perder o respeito.