OS TRÊS CRESCIMENTOS DA IGREJA
1. CRESCIMENTO NUMÉRICO
“De sorte que as igrejas eram confirmadas na fé, e cada dia cresciam em número.” (At.16:5).
O crescimento numérico da igreja é bíblico, como vemos no versículo acima, e é natural o crescimento em todo organismo vivo. É sabido que a história da igreja, em Atos, já começa registrando a conversão de “quase três mil almas” e “quase cinco mil homens” (At. 2:41 e 4:4). Porém, alguns balizamentos devem ser colocados sobre o crescimento da igreja, para que Satanás não leve vantagens sobre nós. Isto porque estamos vivendo numa época em que alguns se tomaram de verdadeira obsessão pelo crescimento da igreja. Temos de ter cuidado para que a motivação pelo crescimento não se torne uma competição carnal para ver quem é o maior. Todo organismo vivo cresce até o seu limite de maturidade, e depois para de crescer, e começa a se multiplicar. A analogia é com o corpo humano, cujo crescimento é limitado, embora possa se multiplicar indefinidamente. Temos de lembrar também do papel do Espírito Santo na multiplicação da igreja. “Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, Galiléia e Samaria, tinham paz, sendo edificadas, e andando no temor do Senhor; e, pelo auxílio do Espírito Santo, se multiplicavam.” (At. 9:31). O crescimento numérico da igreja decorre de uma ação conjugada entre a igreja e o Espírito Santo. Quando a igreja faz tudo o que pode, Deus faz a sua parte, exatamente a parte que a igreja não pode fazer, acrescentar pessoas à igreja. Assim, dar metas de crescimento para a igreja, é usurpar a prerrogativa do espírito Santo, que é o único que pode “convencer o homem do pecado, da justiça, e do juízo.” (Jo.16:7,8). “Ele testificará de mim. E vós também testificareis, pois estivestes comigo desde o princípio.” (Jo.15:26,27). A igreja primitiva fazia a sua parte, que era: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At. 2:42), e o Espírito Santo fazia a sua, que era: “E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.” (At. 2:47).
2. CRESCIMENTO NA GRAÇA
“Antes crescei na graça...de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (II Pd. 3:18).
Enquanto o crescimento numérico equivale ao crescimento físico, o crescimento na graça é o crescimento espiritual. O crescimento espiritual é a comunhão com o espírito Santo. O problema é que o crescimento na graça é Mais difícil de ser percebido e mensurado, e por causa disto, pode até ser desprezado. O crescimento numérico pode até ser conseguido pelo esforço humano, como o faz qualquer corporação secular, e as heresias, mas o crescimento na graça, espiritual, só pode ser conseguido por meio de um fator chamado obediência. “E nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e também o espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem.” (At.5:32). Sabemos que o Espírito Santo pode ser entristecido. “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção.” (Ef. 4:30). Ele pode ser extinto da nossa vida. “Não extingais o Espírito.” (I Ts. 5:19). O crescimento na graça se percebe mediante a manifestação dos dons espirituais e do fruto do Espírito. (I Co.12 e Gl. 5:22). Geralmente vem por meio da oração. “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos.” (Ef. 6:18).
3. CRESCIMENTO NO CONHECIMENTO
“Antes crescei ...no conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo” (II Pd. 3:18).
Crescimento em conhecimento por parte da igreja da pessoa de nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo. É o conhecimento intelectual obtido por meio do estudo diligente das Escrituras, para saber o que ela diz a respeito de Jesus. O crescimento numérico é o físico, o crescimento na graça é o espiritual, e o crescimento em conhecimento é o intelectual. Tem crente que pensa que Deus criou o espírito humano, mas o diabo criou o a mente, o intelecto. Aliás, o antigo Gnosticismo acreditava que o espírito era bom e o corpo era mal. Dizia até que Jesus não veio em carne, e que a carne de Jesus era apenas aparente, o que se chamou de Docetismo, de Dokein, parecer. O diabo é muito astuto e vive enganado a igreja que não atenta para o que Deus disse na sua Escritura. São necessários os três tipos de crescimentos. Se o diabo eliminar um deles, prejudica os outros dois. Ou mesmo se inverter a ordem deles. Podemos até tentar uma ordem de crescimento. Primeiro, Jesus passou cerca de três anos ensinando seus discípulos, nos Evangelhos. É o crescimento no conhecimento. Depois, o Espírito Santo veio sobre eles, no dia de Pentecostes, em Atos 2, depois de dez dias de oração, e todos foram cheios do Espírito Santo. É o crescimento na graça. “E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus e em todos eles havia abundante graça” (At. 4:33). E, depois da pregação de Pedro, aconteceu o crescimento numérico, quase três mil e quase cinco mil. O mesmo padrão se repete, pois em At. 2:42 eles “perseveravam na doutrina dos apóstolos” (crescimento em conhecimento), perseveravam “nas orações” (buscavam o crescimento na graça), e em At. 4:31 “e, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do espírito Santo, e anunciavam com ousadia a Palavra de Deus” (o crescimento numérico certamente ocorreu, pois a combinação estava formada, crentes cheios do espírito Santo anunciando a Palavra de Deus). Então, a ordem é: crescimento no conhecimento, para se saber o que se vai dizer, crescimento na graça para se falar com autoridade e sem medo, e o crescimento numérico legítimo acontecerá.