terça-feira, 9 de dezembro de 2014

O PROBLEMA DA CONSCIÊNCIA


Ora o fim deste mandamento é o amor que procede de um coração puro, de uma boa consciência...”(I Tm.1:5), 

conservando a fé e a boa consciência” (I Tm.1:19),

Guardando o mistério da fé numa consciência pura” (I Tm.3:9), 

Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência” (I Tm. 4:2), 

Dou graças a Deus, a quem desde os meus antepassados sirvo com uma consciência pura” (II Tm. 1:3). 

É impressionante como a consciência é mencionada tantas vezes, e isto somente nas cartas pastorais. Fala de consciência boa, consciência pura, mas também de consciência cauterizada. Se existe consciência boa, também existe a ruim. Se existe consciência pura, também existe a impura. Mas tem também a consciência cauterizada. Esta é a consciência insensível, que já não funciona. 

Creio que a consciência é uma espécie de alarme, que acende uma luz, quando fazemos ou estamos para fazer algo mau. É como o alarme em um carro, que dispara uma sirene quando o ladrão tenta roubá-lo. Se, porém, o alarme é desligado, o ladrão rouba o carro sem ser incomodado. No caso da consciência, quando ela é desligada, já não soa o alarme quando fazemos ou estamos para fazer coisas más. 

A consciência cauterizada de que Paulo fala, é a consciência na qual o alarme foi desligado, e pode fazer o mal à vontade sem se incomodar, nem perder o sono. É verdade que Paulo fala da atuação de espíritos enganadores e de demônios, neste contexto. A pesquisa psicológica diz que quatro por cento da população do mundo é constituída por psicopatas (também chamados de sociopatas), e que estes são pessoas que não têm consciência. Então num grupo de vinte e cinco pessoas, uma é um psicopata ou sociopata. Num grupo de cem pessoas, quatro são psicopatas, ou seja, destituídos de consciência. Os noventa e seis por cento da população do mundo estão vulneráveis, ou praticamente indefesos diante desses quatro por cento. 

Os assassinos em série são psicopatas, pois podem matar, até mesmo inocentes, durante muito tempo, sem que suas consciência os incomodem. Mas a maioria desses psicopatas estão entre nós e são pessoas altamente inteligentes, carismáticas, e simpáticas. Mas são dissimulados, mentirosos, e cruéis. Você pode morar ao lado de um, trabalhar com um, e (pasme) estar casado com um(ou com uma). 

Mas você pode dizer: isto é no mundo, mas na igreja é diferente. Acontece que Jesus disse que o joio e o trigo cresceriam juntos, e somente quando ele voltar haverá a separação. Abra os olhos, pois essa estatística pode se aplicar à igreja. Já descobri que Judas não era psicopata, pois depois de ter vendido Jesus, teve problemas com a sua consciência e foi se enforcar. 

Um psicopata pode fazer todo tipo de maldade, e cometer todo tipo de pecado, e jamais se sentirá culpado. Seu pastor pode ser um psicopata, e acobertado pelo manto da autoridade divina, ficará mais difícil desmascará-lo, ou escapar dele. “Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?” (Ez.34:2). Ore, mas também fique esperto, para não ser manipulado, abusado, torturado, oprimido, e eventualmente destruído por um psicopata, secular ou religioso. Recomendo  a leitura do livro MEU VIZINHO É UM PSICOPATA – Martha Stout, Ph. D. (Editora Sextante).

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