sábado, 10 de abril de 2010

CONFLITO DE GERAÇÕES

“E ele (Elias) converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha e fira a terra com maldição.” (Ml. 4:6).

A última palavra do Antigo Testamento é maldição, conseqüente de um conflito de gerações, entre pais e filhos. O conflito de gerações já existia desde Adão, por causa do pecado, mas era tolerado por Deus, nos “tempos da ignorância”. “Mas Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todo lugar se arrependam.” (At. 17:30). Porém, o profeta fala que a partir de um determinado tempo, Deus agiria, ferindo a terra com maldição. Esse tempo seria marcado pela vinda do profeta Elias, que se cumpriu em João Batista.

Quando do cumprimento dessa profecia, no capítulo 1º de Lucas, o anjo Gabriel repete as palavras de Malaquias, mudando ligeiramente o final. “E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus, e irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto.” No lugar da expressão “e o coração dos filhos a seus pais”, ele usa a expressão “e os rebeldes à prudência dos justos”. (v.16,17). Neste caso, o pecado dos filhos é revelado como rebeldia. O pecado de ambos, pais e filhos, é falta de conversão mútua. Todavia, a rebeldia dos filhos contra seus pais, é chamada de falta de conversão. Pode ser que o pecado dos pais seja intolerância e falta de tempo e atenção a seus filhos. Comparando At. 2:38 com At. 3:19, que dizem a mesma coisa, com palavras difer entes, concluímos que a expressão “cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo” e “convertei-vos” são sinônimos. Nos dois versículos, o arrependimento seria demonstrado pelo batismo em nome de Jesus Cristo e pela conversão, que seria a mesma coisa. Por isso o batismo de João é chamado de batismo de arrependimento. Então, para que os pais e os filhos convertessem seus corações reciprocamente, teriam que se arrepender, demonstrando isso através do batismo em nome de Jesus Cristo. A partir daí,teriam que produzir obras justas, como está escrito: “Quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos,faça da mesma maneira” e para os publicanos “Não peçais mais do que o que vos está ordenado” e para os soldados “A ninguém trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo”. (Lc.3:1014).

Ainda hoje Satanás luta para jogar pais contra filhos e filhos contra seus pais, para que Deus fira a terra com maldição. O contexto do Evangelho de Lucas, na parábola do filho pródigo, é uma ilustração desse conflito. (Lc.15:11-32). Normalmente,pensamos nessa parábola, como o pai representando Deus, e o filho pródigo, os seres humanos. Mas, se pensarmos nessa parábola, como representando uma família típica judaica, talvez recebamos os ensinamentos que Jesus quis nos ministrar. O comportamento do filho mais novo é,tipicamente, um comportamento rebelde. O filho mais velho também era rebelde, mas disfarçava sua rebeldia, com um comportamento certinho. Neste caso específico, o coração do pai estava convertido a seus filhos, mas faltava o coração dos filhos se converterem a seu pai. A tolerância e a paciência do pai são proverbiais. Pode ser que Jesus esteja dizendo que é assim que um pai deve ser. A conversão do coraçà £o deve começar com o pai, já que é mais experiente. O coração do filho mais novo se converteu a seu pai, depois da penosa experiência porque passou. O coração do filho mais velho, não sabemos o que aconteceu, pois a parábola termina antes de sabermos o que realmente aconteceu. Pelo visto, o coração do filho mais velho precisava se converter ao seu irmão também. Jesus tem em vista a família. A harmonia familiar é o ideal de Deus, para abençoar. Satanás luta contra isso. Paulo resume este ensinamento em Colossenses 3:18-21 “Vós, mulheres, estai sujeitas a vossos próprios maridos, como convém no Senhor. Vós, maridos, amai a vossas mulheres, e não vos irriteis contra elas. Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor. Vós, pais, não irriteis a vosso filhos, para que não percam o ânimo.”

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