domingo, 11 de abril de 2010

O ÉDEN E O CALVÁRIO

“O Senhor Deus, pois, o lançou fora do Jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado.”

Tudo começou quando Deus criou o homem e o colocou no Jardim do Éden. O homem podia comer de toda árvore do Jardim, menos da árvore do conhecimento do bem e do mal. Era um teste de obediência, pelo qual todos os homens passarão. José, na casa de Potifar, podia tudo, menos tocar na mulher de seu patrão. “e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher” (Gn.39:9). Quero lembrar,mais uma vez, que Deus falou somente para o homem, por causa do princípio da responsabilidade do líder.

Bom, a serpente (Satanás) enganou a mulher, e a mulher convenceu o homem a comer, mas o homem não foi enganado. “assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia” (II Co. 11:3) e “E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.” (I Tm. 2:14).

A desobediência à ordem de Deus é desonra, rebeldia, transgressão, pecado, e tem conseqüências. Geralmente, a conseqüência mais imediata é a expulsão do território ou perda da herança, que pode ser definitiva ou temporária. Tudo começou com Lúcifer, que foi expulso do segundo céu, que era o seu território, por ter se rebelado contra Deus.

“E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos. Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamado o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.” (Ap.12:7-9).

É interessante observar que a linguagem de Apokalipse, é semelhante a de Gêneses, quando o homem foi expulso do Jardim do Éden. O Jardim do Éden é o paraíso, e também é chamado de terceiro céu, em II Co. 12:2,4. O Paraíso era o território do homem, a sua herança. “O Senhor Deus, pois, o lançou fora do Jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.” (Gn.3:23,24). Tanto Lúcifer quanto Adão, foram expulsos de seus territórios, por causa da desobediência, o que significa que desobediência é uma coisa grave.

O terceiro exemplo é a nação de Israel. A herança e o território de Israel é a terra de Canaã. “Eu sou Iavé, que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te a ti esta terra, para herda-la...Naquele mesmo dia fez Iavé uma aliança com Abraão, dizendo: À tua descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates.” (Gn.15:7,18). Josué conquistou a terra de Canaã, e Israel tomou posse de sua herança. Mas, quando desobedeceram a Deus, o reino do Norte foi expulso de sua terra, em 722 a.C., e levado cativo para a assíria.”Assim foi Israel expulso da sua terra à Assíria até ao dia de hoje.” (II Rs. 17:23b). O reino do Sul também foi expulso de sua herança e levado cativo para Babilônia, em 586 a.C. “Então a cidade foi invadida, e todos os homens de guerra fugiram de noite pelo caminho da porta...E tomaram o rei, e o fizeram subir ao rei de Babilônia, a Ribla; e foi-lhe pronunciada a sentença.” (II Rs. 25:4,6). Esta expulsão foi temporária, e durou setenta anos. É o chamado cativeiro babilônico. Depois dos setenta anos, Israel voltou para a sua terra, sob a liderança de Zorobabel e Neemias. A retomada da herança foi penosa e trabalhosa. Todavia, no ano 70 d.C., Israel foi novamente expulso de sua herança, e Jerusalém foi destruída pelas leg iões do general Tito, filho do imperador Vespasiano, do império romano. Somente no século passado, depois de mil e novecentos anos, eles começaram a voltar e retomar a posse da herança. Ainda hoje eles lutam contra os palestinos, para retomar a terra, pois, a faixa de Gaza e Cisjordânia, é a antiga Judéia e Samaria.

A moral da história é, que depois que você é expulso de sua herança, não é fácil voltar. Alguns jamais voltarão. Adão voltará, e Israel também voltará, mas os anjos jamais voltarão. A base legal para o retorno de Adão e de Israel, é a seguinte: “E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo.” (Mt.27:50,51). “Dando nisto a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do santuário não estava descoberto enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo.” (Hb. 9:8). O Jardim do Éden foi fechado para que o Adão não pudesse voltar, mas quando Jesus morreu, o caminho de volta foi reaberto.

Em João 11:50,51 diz as duas finalidades da morte de Jesus. “Nem considerais que nos convém que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação. Ora ele não disse isto de si mesmo, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação. E não somente pela nação, mas também para reunir em um corpo os filhos de Deus que andavam dispersos.” Adão voltará para o seu território e retomará a sua herança, porque o segundo Adão disse ao ladrão na cruz “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” (Lc.23:43). Israel voltará (já voltou) para o seu território, mas a sua legitimidade ainda é questionada pelo mundo. A morte de Jesus foi para pagar o direito de o homem voltar ao Éden, e de Israel retomar a terra de Canaã.
 
Cada pessoa que se torna discípulo de Jesus, obtém o direito de retomar a comunhão com Deus, como está escrito “Veio para o que era seu (os judeus), e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome.” (João 1:11,12).

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