terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O ESPÍRITO DE REBELIÃO

“Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.”
A palavra “medida” que aparece neste texto é a palavra grega “métron”, de onde vem a nossa palavra metro. Deus repartiu a cada um uma medida de fé diferente. O perigo que corremos, diz Paulo, é pensar que somos maiores do que na realidade somos. Em Mateus 25:15 Jesus diz que os servos receberam um talento, dois talentos, e cinco talentos “a cada um segundo a sua capacidade.” Em Mateus 13:23 um semeador produz cem, outro sessenta, e outro trinta. Em Ef. 4:7 diz que “a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida(métron) do dom de Cristo.” A medida da fé é a medida do dom, como está escrito em I Co. 14:5b “porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação.” O sentimento de importância pode levar a rebelião, como aconteceu com Israel, no Antigo Testamento.

PRIMEIRO NÍVEL DE REBELIÃO - Nm.12:1-15.
Aconteceu no seio da família, pois Arão e Miriam era irmãos de Moisés. Além de irmãos, eram irmãos mais velhos, sendo Moisés o caçula. Em Mateus 10:36 Jesus diz “E assim os inimigos do homem serão os seus familiares.” No caso em questão, Miriam era profetisa, e Arão era o sumo-sacerdote, e porta-voz de Moisés. Eles tinham consciência da sua importância. E disseram “Porventura falou o Senhor somente por Moisés? Não falou também por nós?” A desculpa que eles deram para falar mal de Moisés, foi o seu casamento com uma mulher cushita. Falar mal do líder certamente é uma tentação que todos enfrentaremos. E os motivos são aparentemente justos. Afinal casar com uma mulher estrangeira era algo proibido para um judeu. Esaú não caíra exatamente nesse pecado? Só que no reino de Deus antigüidade não é posto, como na vida militar. Apesar de ser o mais novo, Moisés era o escolhido de Deus, e se rebelar contra ele era desafiar a autoridade de Deus. Sim, porque falar do líder configura rebelião. E teve conseqüências. Deus castigou Miriam que ficou leprosa por sete dias, sendo curada somente pela intercessão de Moisés, seu irmão.

SEGUNDO NÍVEL DE REBELIÃO - Nm.16:1-35.
Novamente o sentimento de importância foi usado pelo diabo para levar pessoas a rebelião. Coré, Datã e Abirão não eram irmãos de Moisés, mas tinham seus predicados, pois o primeiro era da tribo de Levi, que fora separada das demais tribos para o serviço do tabernáculo, e os outros dois eram da tribo de Rúben, o primogênito de Jacó. Estes levantaram mais duzentos e cinqüenta “príncipes da congregação, ho-mens de posição”, contra Moisés e Arão. Era a rebelião da liderança. Moisés falou a eles o seguinte: “Ouvi agora, filhos de Levi: porventura pouco para vós é que o Deus de Israel vos tenha separado da congregação de Israel, para vos fazer chegar a si, e administrar o ministério do tebernáculo do Senhor e estar perante a congregação para ministrar-lhe; E te fez chegar, e todos os teus irmãos, os filhos de Levi, contigo? Ainda também procurais o sacerdócio?”(Nm.16:8-10). Estes levitas pensavam de si mais do que deveriam pensar, queriam ser mais do eram. Eles eram importantes, mas não tanto. Quando o diabo não consegue te anular, fazendo você pensar que não é nada, leva você a pensar que é mais importante do que na verdade é. A rebelião desses líderes teve conseqüências. A terra se fendeu e engoliu Coré, Datã e Abirão, com suas respectivas famílias. E os duzentos e cinqüenta líderes que tinham se associado com os rebeldes, foram mortos pelo fogo que saiu da presença do Senhor. Mesmo que você seja líder, fique na sua. Não queira ser palmatória do mundo e consertar tudo o que você acha que está errado na igreja. Há pessoas acima de você na hierarquia da igreja. Deixe que eles resolvam o problema. Procure saber q ual é o seu lugar no corpo de Cristo. Se você é o dedo mínimo do pé, não queira se comportar como se fosse o olho.

TERCEIRO NÍVEL DE REBELIÃO - Nm.16:41-50.
Neste caso “toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão, dizendo: Vós matastes o povo do Senhor.” Não foi a família de Moisés, nem os líderes, mas todo o povo que se rebelou. A justificativa da rebelião é sempre uma falha ou suposta falha do líder. No caso de Arão e Miriam, a justificativa foi o casamento de Moisés com uma mulher estrangeira.; no caso de Coré, Datã e Abirão, foi que Moisés tinha se colocado acima de todos eles; e neste caso, foi que Moisés e Arão tinham matado o povo do Senhor. Ora, quem matou os líderes foi Deus. A rebelião de todo o povo é uma rebelião generalizada. O espírito de rebelião foi migrando dos líderes para o povo, contaminando toda a congregação. Se Moisés não tivesse tal intimidade com Deus, tudo estaria perdido. Mas Deus interveio, enviando uma praga, que matou catorze mil e setecentas pessoas do povo d e Israel. O sentimento de importância está revelado nas palavras dos líderes: “toda a congregação é santa, todos são santos, e o Senhor está no meio deles.”(Nm.16:3). Apesar de ser o povo de Deus, um povo especial, Deus exige ordem e decência.(I Co.14:40). Deus não tolera rebeldia, pois Ele se lembra de Satanás, que foi o primeiro rebelde. Falar mal do líder, murmurar contra o líder, é rebeldia. Não deixe esse espírito contaminar você.

Um comentário:

edson jorge disse...

quero saber se moises era casado e se tinha filhos-a paz do senhor