“Dou graças a Deus, porque a nenhum de vós batizei, senão a Crispo e a Gaio. Para que ninguém diga que fostes batizados em meu nome. E batizei também a família de Estéfanas; além destes, não sei se batizei algum outro. Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo não se faça vã.” (I Co. 1:14-17).
Paulo diz que Cristo não o enviou para batizar, mas para evangelizar (pregar o Evangelho). Vejamos na Grande Comissão de Marcos 16:15,16:
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” De fato, a ordem no imperativo é “Ide...pregai o Evangelho...”.
As demais coisas não estão no imperativo, mas fica claro que quem será salvo é quem crer e for batizado. Quem não crer será condenado, porque se a pessoa não crer, ela não será batizada, pois o batismo é para quem já creu. Paulo disse que não foi enviado para batizar, porque o mais difícil é convencer pela pregação no Espírito. Batizar qualquer crente pode, pois não demanda a unção do Espírito Santo para convencer o pecador. Em Mateus 28:19,20 o único verbo no imperativo é “Fazei discípulos”, pois os demais estão no gerúndio “Indo, batizando, ensinando”.
O que Jesus mandou os apóstolos fazer, foi discípulos, embora tenha indicado os meios de fazê-los, indo, batizando, ensinando. É claro que antes de batizar, a pregação do evangelho está implícita, pois só é batizado quem já creu, mediante a pregação do evangelho. Em Atos 10:42-48, Pedro diz
“E nos mandou pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos...Respondeu então Pedro: Pode alguém porventura recusar água, para que não sejam batizados estes, que também receberam como nós o Espírito Santo? E mandou que fossem batizados em nome do Senhor. E rogaram-lhe que ficasse com eles por alguns dias.”
Jesus mandou os apóstolos pregarem ao povo e testificar, e embora Pedro não tenha mencionado o batismo na ordem de Jesus, mandou que fossem batizados. Pedro cheio do Espírito, pregou o evangelho, convenceu os ouvintes, mas ele mesmo não batizou, pois mandou outros batizarem. O mesmo Pedro, no dia de Pentecostes disse
“Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.” (At.2:38).
Só Pedro pregou, mas duvido que ele tenha batizado sozinho quase três mil pessoas. E deixa claro, neste texto, que Deus nos salva por meio do batismo. Em Atos 18:8
“E Crispo, principal da sinagoga, creu no Senhor com toda a sua casa; e muitos dos coríntios , ouvindo-o, creram e foram batizados.”
Na mesma igreja de Corinto, a quem Paulo disse que Cristo não o enviara para batizar, vemos os coríntios sendo batizados, depois da pregação de Paulo. Certamente não era Paulo quem batizava, mas os irmãos, sob a supervisão de Paulo. Não que o batismo não seja importante, pois é a prova exterior da fé do coração, que implica na salvação. Jesus também praticou esse conceito, pois João diz:
“Depois disto foi Jesus com seus discípulos para a terra da Judéia; e estava ali com eles, e batizava. Ora, João batizava também em Enom, junto a Salim, porque havia ali muitas águas; e vinham ali, e eram batizados. E quando o Senhor entendeu que os fariseus tinham ouvido que Jesus fazia e batizava mais discípulos do que João (Ainda que Jesus mesmo não batizava, mas os seus discípulos), deixou a Judéia e foi outra vez para a Galiléia.” (Jo.3:22,23; 4:1-3).
Batizar, qualquer crente pode, mas pregar e convencer, não é para qualquer um. Batizar alguém que já está rendido, conquistado, convencido, é fácil. O difícil é pregar e convencer o pecador do erro do seu pecado, demandando arrependimento. É por isso que Paulo disse que Jesus não o enviara para batizar, mas para pregar o Evangelho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário