domingo, 17 de janeiro de 2010

O QUE TEM VALOR PARA DEUS

INTRODUÇÃO


Cada livro da Bíblia tem um contexto e todo assunto contido no livro deverá ser entendido à luz desse contexto, para que não se diga que a Bíblia se contradiz. No caso da Carta Aos Gálatas, os cristãos estavam sendo assediados pelos judaizantes, a guardarem a lei de Moisés, além de crer em Jesus, para serem salvos. Tinham de se tornar judeus por meio da circuncisão. Por causa disto, Paulo diz a eles que não havia nenhuma vantagem em ser judeu. Por força de contraste, ele nos diz o que realmente tem valor para Deus.

1. A FÉ QUE OPERA PELO AMOR - Gl. 5:6

Paulo diz que “em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor.” Circuncisão são os judeus e incircuncisão são os não judeus, gentios. O que tem valor para Deus é a fé e o amor, não importando se a pessoa é judeu ou não judeu. Esse versículo nos dá uma informação importante. Ele diz que a fé que agrada a Deus, não é a fé num vácuo, abstrata. Tiago diz que a fé sem as obras é morta. (Tg.2:26). É outra maneira de dizer que a fé sem o amor é morta. A Bíblia fala de dois tipos de amor, a amor a Deus e o amor ao próximo. Em João.14:21 Jesus diz que o amor a Ele é demonstrado pela guarda de seus mandamentos. Ordinariamente aprendemos que a salvação é pela fé em nosso Senhor Jesus Cristo, mas em Hb.5:9 nos é dito que a salvação é para todo aquele que obedece a Jesus. Em I João 3:18 está escrito “Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.” Assim, o que tem valor para Deus não é se a pessoa é judeu ou não judeu, mas se tem a fé que opera pelo amor, e é demonstrada por obras, em atos de obediência, como está escrito “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” (Ef. 2:10). Tanto em Rm. 1:5, como em 16:26, a Escritura fala da “obediência da fé”.

2. SER UMA NOVA CRIATURA - Gl.6:15

Novamente, neste texto, Paulo diz que em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura. Essa nova criatura certamente tem a fé que opera pelo amor. Mas ser uma nova criatura significa que tanto os judeus quanto os não judeus precisam nascer de novo. Em II Co. 5:17 Paulo diz que “se alguém – judeu ou gentio – está em Cristo, nova criação é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” Significa que tanto judeus quanto gentios fazem parte da velha criação que “ficou sujeita à vaidade”, “escravizada à corrupção”, que “geme e está com dores de parto até agora”(Rm.8:20-22). Mas em Cristo Jesus, através do novo nascimento, que é um nascimento espiritual, o homem – sentido antropomórfico – se torna uma nova criatura, que é o que conta para Deus, independentemente de etnia, gênero, ou status social. (Gl.3:28). Ser membro ou discípulo de uma igreja, por mais intensa que seja a sua religiosidade, não garante o agrado de Deus, mas sim ser uma nova criatura. A nova criatura tem novos hábitos, novo estilo de vida, diferentemente da velha criatura. A nova criatura passou por uma experiência chamada METANÓIA, arrependimento, que é a mudança radical da mente, seguida pela mudança de comportamento, e foi selada com o Espírito Santo da promessa.(Ef.1:13).

3. A OBSERVÂNCIA DOS MANDAMENTOS DE DEUS - I Co. 7:19

Apesar de ser outra Carta, e, portanto, outro contexto, o ensinamento de Gálatas é confirmado em I Coríntios. Novamente aqui Paulo diz que “a circuncisão é nada e a incircuncisão nada é, mas, sim, a observância dos mandamentos de Deus.” É claro que a observância dos mandamentos de Deus, que é a obediência aos mandamentos, não tem o sentido legalista da lei, que diz que o homem que fizer estas coisas, por elas viverá. Jesus resumiu os Dez Mandamentos em dois princípios, que são “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mc.12:30,31). Na verdade, o Decálogo foi escrito em duas tábuas, sendo que na primeira, estavam os quatro mandamentos referentes aos deveres do homem para com Deus. Na segunda, estavam os seis mandamentos referentes aos deveres do homem para com o seu próximo. O primeiro mandamento de Jesus é o resumo da primeira tábua, e o segundo é o resumo da segunda tábua. Só que a revelação de Deus é progressiva, isto é, a medida que se caminha para o final da Bíblia, as informações vão se tornando mais claras, específicas e definidas. Por isso, em Rm.13:8-10 Paulo diz que o cumprimento da lei é o amor ao próximo. O sentido de próximo pode ser aplicado a qualquer pessoa, como na parábola do bom samaritano, em Lc.10, mas à medida que nos aproximamos do final da Bíblia, próximo passa a significar mais especificamente o outro crente, “teu irmão”. Em I Jo.4:20,21 João diz que o amor a Deus deve ser demonstrado pelo amor ao irmão. E em Gl. 6:10 Paulo diz “Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé.”

CONCLUSÃO

O que tem valor para Deus não é se a pessoa é judeu, brasileiro, americano, ou qualquer outra condição humana, mas se tem a fé que opera pelo amor, se é uma nova criatura, ou se observa os seus mandamentos, vivendo por princípios Bíblicos, resumidos no amor ao próximo. uma nova criatura, ou se observa os seus mandamentos Dele.

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