INTRODUÇÃO
Devemos lembrar que eles eram judeus, apesar de Lucas, o escritor do Evangelho, ser grego. E, certamente, estes judeus aprenderam como adquirir riquezas, no Antigo Testamento. Como já tenho dito, os princípios para aquisição de riquezas estão no Velho Testamento. É estranho, porém, que os outros três escritores dos Evangelhos, Mateus, Marcos, e João, que eram judeus, não mencionarem os cinco homens ricos, com exceção de um. E, neste único caso, a palavra “rico”, não é usada diretamente em relação a ele. Deus ensinou aos judeus os princípios para a aquisição de riquezas, mas eles, de maneira geral, fizeram mau uso dela. Creio que o motivo de Lucas ter mencionado os cinco homens ricos, no seu Evangelho, é para ensinar, não somente aos judeus, mas a quem interessar possa, qual é a finalidade das riquezas, que, creio eu, foi inventada por Deus. Quando Deus se agradou de Salomão, lhe declarou: “E TAMBÉM ATÉ O QUE NÃ ƒO PEDISTE TE DEI, ASSIM RIQUEZAS COMO GLÓRIA.” (i Rs. 3:13).
1. O RICO INSENSATO - Lc. 12:16-21
A colheita desse homem tinha sido grande, e é difícil dissociar da ação de Deus, tão abundante colheita . Há fatores envolvidos na produção de alimentos, como é o caso de uma Economia Agrícola, como a judaica da época, que não estão diretamente sob o controle humano. É o caso da chuva, e de outros fatores necessários para que haja uma colheita farta. Paulo diz: “Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento.” (I Co.3:6). Não foi a Sorte, nem o Destino, nem a Natureza, nem o acaso. Não há efeito sem causa. Alguém, mais poderoso do que o homem, controla os fatores imponderáveis. Faltou a esse homem rico reconhecer isso. Deus quer receber o crédito, quer gratidão. Por isso está escrito: “Em tudo daí graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” (I Ts. 5:18). E, ainda: “dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.” (Ef. 5:20). Faltou a esse homem reconhecer isso. E, sendo judeu, tinha a obrigação de saber tudo isso, pois era descendente de Abraão, de um povo que recebeu a revelação de Deus. Mas, se você não é judeu, não se sinta isento de responsabilidade, pois Paulo diz que todo homem tem a obrigação de reconhecer a existência do criador, somente observando a natureza, ou seja, as coisas criadas. (Rm.1:20). Então, todo aquele que alcança riquezas, tem a obrigação de saber que foi abençoado por Deus, e de lhe dar o crédito, a gratidão, e a honra, como está escrito em Pv.3:9: “Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de toda a tua renda.” Se não fizer isso, ele “não é rico para com Deus”, como o homem da parábola do Rico Insensato.
2. O RICO E O MORDOMO INFIEL - Lc. 16:1-13
Este homem rico é um personagem periférico, na parábola que Jesus contou. O Protagonista da parábola é, na verdade, o seu mordomo. É uma parábola de difícil entendimento. Mas, podemos ver que a moral da parábola, o seu ensino central, é o que fazer com o dinheiro, usando o método do contraste, como foi feito na parábola do juiz e da viúva, em Lc.18:1-8. Neste caso, Jesus diz que, se um juiz soberbo não resistiu à insistência da viúva, quanto mais Deus, que é um juiz bom, ouvirá a oração de seus filhos. No caso da parábola do Mordomo infiel, o método é o mesmo, o contraste entre dois tipos de pessoas. Se o mordomo, que não era dono de coisa alguma, mas somente o administrador, usou o dinheiro de seu senhor, para fazer amigos, que lhe ficassem devendo favor, quanto mais o próprio homem rico poderia usar o seu próprio dinheiro ou bens, para fazer amigos também, já que as riquezas não duram para semp re. É como diz o ditado popular “é melhor ter amigos na praça, do que dinheiro na caixa.” E como diz também o rei Salomão “Quem tem muitas riquezas sempre arranja muitos amigos, mas o pobre é abandonado até pelos seus poucos amigos.” (Pv.19:4, Nova Bíblia Viva). Por isso Jesus diz também na parábola “granjeai amigos com as riquezas da injustiça, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam, eles, nos tabernáculos eternos.” Moral da parábola: uma das finalidades das riquezas é fazer amigos, preferentemente amigos que tenham, tanto ou mais dinheiro do que você, já que a finalidade é que eles lhe socorram, se,ou quando, houver necessidade. Se você fizer amigos que não tenham nada, eles irão lhe explorar, ou, na melhor das hipóteses, não poderão ajudá-lo, quando ou se houver necessidade, ainda que queiram.
3. O RICO E LÁZARO - Lc.16:19-31.
Esta não é uma parábola, mas uma história real, já que nas parábolas não aparecem nomes próprios, como, neste caso, os nomes de Lázaro e Abraão. A moral desta parábola é a ajuda aos pobres, mas não a qualquer pobre, e sim, ao pobre em decorrência de doença. Um dos motivos da pobreza é a preguiça, e, neste caso, não digo que ajude. Vejamos o que diz a sabedoria de Salomão: “Passei pelo campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento; e eis que toda estava cheia de cardos, e sua superfície, coberta de urtigas, e a sua parede de pedras estava derribada. O que tendo eu visto, o considerei; e, vendo-o, recebi instrução. Um pouco de sono, adormecendo um pouco, encruzando as mãos outro pouco, para estar deitado, ASSIM SOBREVIRÁ A TUA POBREZA COMO UM LADRÃO, E A TUA NECESSIDADE, COMO UM HOMEM ARMADO.” A pobreza e a preguiça podem ser um problema cultural. Se uma pessoa tem saúde, há muitas maneiras de trabalhar para começar a adquirir a sua riqueza. O que vemos, no entanto, no Brasil, é adolescentes exigindo dos pais ou da mãe, que é o mais comum, que lhe comprem o melhor Tênis, ou a melhor roupa, ou o melhor brinquedo, porque os filhos dos ricos estão usando. E os pais ou a mãe, mesmo não podendo, acabam sucumbindo à pressão, e comprando. Os adolescentes crescem aprendendo que poderão conseguir o que querem, sem trabalhar, mas apenas pressionando alguém, com vontade mais fraca, ou mesmo usando chantagem emocional. Aliás, até mesmo a lei Brasileira se equivoca, quando proíbe as criança de trabalhar, pois uma coisa é a exploração infantil, quando a criança é usada para trabalhar muitas horas, com o prejuízo da escola e do lazer. Outra coisa muito diferente é fazer o que Salomão ensina: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, até quando e nvelhecer, não se desviará dele.” (Pv.22:6). Você pode ensinar a criança a viver na ociosidade, comendo e bebendo, do bom e do melhor, sem nenhuma noção de responsabilidade, até mesmo de arrumar a cama em que dorme, ou levar o lixo para fora, ou acordar dez ou onze horas da manhã, que quando ela crescer procurará fazer isto mesmo. Depois ,ela poderá usar de malandragem, seguindo a lei de Gerson, e dizendo que “ o mundo é dos mais espertos”. Devemos lembrar que ninguém nasce sabendo. Se queremos que as crianças sejam adultos trabalhadores, devemos ensiná-las desde a mais tenra infância a trabalhar um mínimo, para que ela aprenda noção de responsabilidade e a conseguir as coisas por meio do trabalho honesto. Bem voltando ao rico e Lázaro. Este era pobre mas era doente também. Supõe-se que a sua pobreza era decorrente de sua doença e não de sua preguiça. Neste caso o rico foi absolutamente indifer ente com o seu semelhante necessitado. Com um mínimo de boa vontade, o rico poderia ter ajudado o seu semelhante, mas não o fez. Existe um ditado que diz que” o que aqui se faz, aqui se paga.” Nem sempre é assim,pois o rico pagou depois da morte, indo para o inferno (Hade). Provérbios 21:13 “O que tapa o seu ouvido ao clamor do pobre também clamará e não será ouvido.” O rico clamou a Abraão várias vezes, do inferno, mas não foi atendido. Pode ser que Lázaro tenha clamado a ele, aqui na terra, mas ele não atendeu. Moral da história: a riqueza deve ser usada para socorrer os doentes e os pobres.
4. O JOVEM RICO - Lc. 18:18-30.
Há um livro hoje chamado BILIONÁRIOS POR ACASO, que narra a história dos criadores do FACE BOOK, que é semelhante a o caso em questão. Se um jovem é rico, talvez tenha recebido a sua riqueza por herança, já que a riqueza, normalmente, é o resultado do trabalho de uma vida. Parece não ser o caso dos criadores do Facebook.(Eu ainda não li o livro). No caso deste jovem da Bíblia, não sabemos a origem de sua riqueza. Mas Jesus lhe disse que vendesse tudo o que tinha, e distribuísse aos pobres. Ele não quis, e, por isso, saiu triste da presença de Jesus. Aqui eu creio que a lição, além da ajuda aos pobres, que é a prática do segundo mandamento, Ama o teu próximo como a ti mesmo, a lição que sobressai mais fortemente, é que Deus, em última instância, é o dono de toda a riqueza, esteja ela na mão de quem estiver, podendo dispor dela na hora que quiser. Entregar a riqueza a Deus na hora em que Ele pedir, é uma questão de obediência, e também de confiança nele.
5. ZAQUEU - Lc.19:1-10.
Neste caso também, de maneira recorrente, os pobres são o alvo da riqueza do rico. Embora Zaqueu tenha acumulado a sua riqueza por meios ilícitos, certamente, no final ela foi usada para ajudar os pobres, e mitigar o seu sofrimento. Também, podemos deduzir que Zaqueu não tinha uma boa reputação entre seus concidadãos, em virtude de suas práticas ilegais e desonestas, já que era um publicano, ou melhor, o maioral dos publicanos. Os publicanos já eram considerados desonestos, imagine, então, o maioral dos publicanos, deveria ser duplamente desonesto. Por isso era rico. Mas ele resolveu, ao encontrar com Jesus, restituir quatro vezes mais, a todos os que ele havia defraudado. Resolveu limpar o seu nome. Adquiri uma boa reputação. Ser amado pelos seus semelhantes. Ser um benfeitor, e não um explorador. Ou seja, ser feliz. Será que dinheiro não trás felicidade? Podemos, então, concluir que um dos objetivos do dinheiro é nos fazer felizes.
CONCLUSÃO
Alguém poderá dizer que estou dando muita ênfase ao dinheiro, e que não estou tratando de assuntos espirituais, da salvação, por exemplo. Porém, estou convencido, de que o dinheiro está conectado com a nossa salvação, e, portanto, devemos saber tudo o que pudermos sobre ele. Por exemplo, o rico insensato pode ter ido para o inferno, por não saber para que servia dinheiro. “Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado, para quem será?” O rico, contemporâneo de Lázaro, certamente, foi para o inferno, e talvez, os seus cinco irmãos, por não saber para que servi a as riquezas. O jovem Rico chegou a Jesus perguntando sobre o que fazer para conseguir a vida eterna. A resposta de Jesus envolvia a riqueza dele, mas ele não aceitou. Zaqueu entendeu que a sua salvação passava pela sua riqueza, e resolveu pagar o pr eço(literalmente), pois Jesus lhe disse:”Hoje, veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão.” Não queira riqueza somente para suprir as suas necessidades e de sua família, pois há muita gente que Deus poderá ajudar através de você. Entenda qual é a finalidade da riqueza, que foi criada por Deus, pois disso depende a sua salvação, e, quiçá, de sua família. E , uma vez, entendendo, aceite as condições que Deus criou para governar as riquezas, pois é para o seu próprio bem.