sexta-feira, 13 de maio de 2011

A MORTE DE BIN LADEN E O DEUS DO ISLAM

“Alá é a palavra em árabe para “Deus”como Yahweh é a palavra em hebreu para “Deus” usada no Velho Testamento?”

Com a morte de Bin Laden, a discussão a respeito do Islam, e de suas doutrinas, é novamente colocada em evidência. Digo “novamente” porque em 11 de setembro de 2001, com o ataque terrorista às Torres Gêmeas do W.T. Center, esse mesmo interesse se fez sentir. A pergunta em epígrafe, feita pelo repórter de Veja, deve ter sido respondida por John L. Esposito, professor de religião e relações internacionais da Universidade Georgetown, em Washington D.C.(Pergunta nº 12, pg.109, de 11 de maio de 2011). Dentre outras coisas ele diz “São interpretações distintas de uma mesma divindade”.Darei a minha opinião também.

Em primeiro lugar, a palavra “Deus”, ou mesmo “deus”, é a designação de um ser superior. Se for o maior de todos, usa-se a palavra em maiúscula, “Deus”. Se não for, usa-se a palavra em minúscula, “deus”. Isto depende da crença de cada pessoa, ou religião. Em hebraico a palavra para “Deus” é “El”, e Elohim (plural), que também significa “deuses”. Os anjos são chamados de “deuses”. Por exemplo, no Salmo 82:1: “Deus está na congregação dos poderosos; julga no meio dos deuses.” Elohim aqui é o presidente desta assembléia de deuses. Só que, além de serem deuses, os anjos, cada um tem um nome próprio. Miguel é o nome próprio do Arcanjo, enquanto Gabriel, é o nome próprio do anjo mensageiro, que aparece tantas vezes no Antigo, como no Novo Testamento. Esses são os únicos nomes de anjos que aparecem na Bíblia. 

No livro de Enoque, considerado apócrifo, não canônico, aparecem muitos nomes. Alguns acham que o nome “Heilel”, que aparece em Isaías 14:12, é o nome próprio do Querubim, que ficou conhecido como Lúcifer. No Antigo Testamento aparecem nomes de deuses adorados pelas nações, como Milcom e Moloque(amonitas), Quemos(moabitas), Sucote-Benote(Babel), Nergal(Cuta), Asima(Hamate), Nibaz e Tartaque(Aveus), Adrameleque e Anameleque(Sefarvaim).

O nome próprio do Deus da Bíblia é, de fato, Yhaweh, e só aparece no Antigo testamento, em hebraico. Nas versões modernas das bíblias em português, o nome próprio da divindade é traduzido como Senhor. É complicado, pois, a palavra Senhor, não é nome próprio de ninguém, mas um título. A maneira de escrever e pronunciar varia em Jeová, Iavé, Yhaweh. 

Traduzir o nome próprio de Deus, pelo título Senhor, gera uma série de confusões. Senhor em hebraico é Adonai. Observe essa tradução: “Eu sou o Senhor. E eu apareci a Abraão, e a Isaque, e a Jacó, como o Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, o Senhor, não lhes fui perfeitamente conhecido.” Vejamos agora a tradução mais literal: “Eu sou Iavé. E eu apareci a Abraão, e a Isaque, e a Jacó, como o Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, Iavé, não lhes fui perfeitamente conhecido.” (Êxodo 6:2,3). Essa confusão deriva de dois fatores: o medo dos judeus de quebrarem o terceiro mandamento do decálogo “Não tomarás o nome de Iavé, teu Deus, em vão”; e a adoção, pelo Novo Testamento, da Septuaginta(LXX), ou versão dos setenta, a tradução grega do Antigo Testamento, que traduz Iavé por Kyrios, que em grego, significa Senhor.

Só que os judeus sabiam, ou deveriam saber, que o Deus que lhes fora revelado tinha um Filho. “Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas nas suas roupas? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o seu nome, e qual é nome de seu filho, se é que o sabes?” (Pv.30:4).

Quando Jesus apareceu na terra, Ele disse ser esse Filho de Deus, em carne humana, já que a divindade é espírito. Jesus não usou o nome próprio de Deus, mas o chamava de Pai, bem como ensinou seus discípulos a fazerem o mesmo. O título de Cristo que Jesus recebeu, não se confunde como o seu nome próprio. Cristo é o Messias, o Ungido, mas seu nome próprio é Jesus. Já o Espírito Santo, que é a terceira pessoa da trindade, seu nome não é revelado na Bíblia.

O Islamismo crê que há um só Deus, que não existe trindade, e que Alá não tem um filho. A palavra Alá, ou é um título, ou é o nome próprio da divindade do Islam. Todavia, pela devoção e o respeito que os muçulmanos têm por esse nome, parece mais ser o nome próprio do Deus deles. O título “Deus” não tem poder, mas sim o nome próprio da divindade que se adora. “Iavé te ouça no dia da angústia; o nome do Deus de Jacó te proteja.”(Sl.20:1).

Cada Cristão, quando precisa de ajuda, clama pelo nome de Jesus, e não pelo título Cristo. O judeu deveria clamar por Iavé, que é o nome do Deus de Jacó. O Judeu adora Iavé, o Deus Pai. O Cristão adora o mesmo Deus, por meio de seu Filho Jesus Cristo. Um dos dois está errado. Bem, Jesus disse “Eu sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” Porém, apesar da diferença, Tanto Iavé, quanto Jesus têm uma conexão no mesmo livro, a Bíblia. O Novo Testamento é uma evolução do Velho testamento. Só não podemos misturar o tempo da lei com o tempo da graça. 

Todavia, no Islam, a diferença é muito grande. Eles têm um outro livro, o alcorão; têm um outro profeta, Maomé; tem um outro Deus, Alá. Por causa da dificuldade do ocidente com a língua árabe e a hebraica, os ocidentais podem, por ignorância, pensar que Alá é o Deus da Bíblia, mas não é. Alá é um outro Deus. 

Você é livre para escolher o Deus em quem vai confiar. Você pode escolher confiar em Alá como o Deus da sua aliança; ou você pode escolher Iavé diretamente, como o Deus da sua aliança, como os judeus fazem; ou você pode escolher Iavé, por meio de seu Filho, Jesus Cristo, como o Deus da sua aliança. Eu escolho Jesus para me levar ao Deus Pai, Iavé, e você?

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