sexta-feira, 28 de maio de 2010

AS DUAS DESPENSAS DE DEUS

“DESPENSA, s.f. Compartimento de uma casa, onde se guardam comestíveis; copa.”

“DESPENSEIRO, s.m. Pessoa encarregada da despensa.” (Dic. Brasileiro Globo).

Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” (I Pe. 4:10).

      1. Como diz o Dicionário, Despensa é o lugar onde se guarda comida. E como diz Pedro, todo crente (“cada um”) é um despenseiro da multiforme graça de Deus. Naturalmente estamos falando de alimento espiritual. Todo ser humano tem fome e sede espirituais, que precisam ser saciados, embora, na maioria das vezes, ele não saiba como. Os sete anos de fome que houve no Egito no tempo de José, são uma figura (tipo) dessa realidade. “E tendo toda a terra do Egito fome, clamou o povo a Faraó por pão; e Faraó disse a todos os egípcios: Ide a José; o que ele vos disser, fazei.” (Gn.41:55). José era o Despenseiro da Despensa de Faraó. Naturalmente José não servia o alimento para o povo pessoalmente, mas o fazia através de seus auxiliares. 
      Hoje, o Despenseiro é Jesus (de quem José é figura), mas alimenta o povo através de seus auxiliares, que são os seus discípulos. Um exemplo disso está na multiplicação dos cinco pães e dois peixinhos. Os discípulos, vendo a multidão faminta, sugeriram que Jesus os mandasse embora, para que comprassem pão para si. Para surpresa deles, Jesus lhes disse: “Dai-lhes vós de comer.” Em seguida, tomando os cinco pães e os dois peixes, multiplicou-os, e mandou que os discípulos servissem a multidão. (Mc. 6:34-44). No caso do alimento espiritual, a despensa são os dons espirituais que cada crente tem. O despenseiro tem a responsabilidade de não deixar as pessoas passar fome. Neste caso, o público contemplado pela Despensa são, tanto crentes, quanto não crentes. “Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé.” (Gl.6:10). 
      A responsabilidade dos despenseiros está no seu dom espiritual. Portanto é importante que cada crente saiba qual é o seu dom, e que sabendo, o exercite.

      2. A segunda Despensa está mencionada em I Co 4:1,2 onde se lê: “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” Aqui a despensa não contém a multiforme graça de Deus, mas os mistérios de Deus. 
      Neste caso, os despenseiros não são todos os crentes, mas uma categoria de ministros. Aqui Paulo fala de “nós” e “vós”. “Porque tenho para mim, que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens. Nós somos loucos por amor de Cristo, e vós sábios em Cristo; nós fracos e vós fortes; vós ilustres e nós vis.” (I Co.4:9, 10). Deus tem uma despensa que tem mistérios. A essa despensa nem todos têm acesso, mas somente os despenseiros, que são alguns ministros, como são destacados em E f. 4:11. “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.”
      Os despenseiros dos mistérios de Deus são desse nível, tanto de autoridade, quanto de responsabilidade. “Como me foi este mistério manifestado pela revelação, como antes um pouco vos escrevi; por isso, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas.” (Ef.3:3-5). Como Paulo escreve ainda em Gl. 1:11,12 “Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.” 
      Na igreja todos são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros. Veja também “E em toda alma havia temor, e muitas ma ravilhas e sinais se faziam PELOS APÓSTOLOS.” (At.2:43). E ainda “E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo PELAS MÃOS DOS APÓSTOLOS.” Esses são os despenseiros dos mistérios de Deus. Não necessariamente os doze imediatos de Jesus, mas o ofício, que é um dom, que ainda hoje existe. Só o Espírito Santo sabe a interpretação da Bíblia, e é preciso um ato tão sobrenatural para interpretá-la, quanto foi para inspirá-la. Mas se você é despenseiro da multiforme graça de Deus, e não dos mistérios de Deus, não fique triste. Veja isto: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.” (Tg. 3:1). É Deus quem decide quem é despenseiro da graça ou dos mistérios. Porém, “a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá.” (Lc.12:48).

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O REINO DE DEUS EM SAMARIA

“Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus, e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres.” (At.8:12).

COMO MUDAR DE REINO

A rigor, existem apenas dois reinos. O reino de Deus e o reino das trevas. Ou você é cidadão de um ou do outro. Em Colossenses 1:13 fala desses dois reinos. “O qual nos tirou da potestades (autoridade, império, domínio) das trevas, e nos transportou para o reino do filho do seu amor.” Em Atos 26:18 fala do mesmo assunto. “Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e da autoridade de Satanás a Deus.” É a mesma palavra no grego, nos dois textos. Em Atos acrescenta que há dois benefícios que se recebe quando se muda de reino: o perdão dos pecados e a herança. Em Mt.25:34, elucida dizendo que a herança é “o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo .” Baseado em At.2:38 você muda de reino quando se batiza nas águas, pois é depois disto que você recebe o perdão dos pecados. “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados.” E ainda em At.22:16 “E agora por que te demoras? Levanta-te, batiza-te e lava os teus pecados, invocando o seu nome.” A propósito de invocar o nome de Jesus no batismo, Filipe, em Samaria, pregava sobre dois assuntos: o reino de Deus e o nome de Jesus Cristo. Em seguida é dito que “se batizavam, tanto homens quanto mulheres.” A fórmula batismal adotada pela igreja, ao longo dos séculos, tem sido “em nome do Pai, do filho, e do Espírito Santo”, baseada em Mt.28:19. Todavia, os apóstolos, que estavam presentes quando Jesus pronunciou estas palavras, parece terem entendido de outra maneira. Em At. 8:16b “mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus”; em At. 2:38 “cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo”; Em At. 10:48 “E mandou que fossem batizados em nome do Senhor”; Em At.19:5 “E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus”. Parece que a fórmula batismal adotada pelos apóstolos era “em nome do Senhor Jesus Cristo”, e não "em nome do Pai, do filho, e do Espírito Santo”. Tem lógica, porque as orações são respondidas em nome de Jesus Cristo (João 14:13,14; 15:16; 16:23,24); os demônios são expulsos em nome de Jesus Cristo (Mc.16:17; At.16:18); as doenças são curadas em nome de Jesus Cristo (At.3:6, 16). Bem, filipe pregava acerca do reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, e em conseqüência disto, “se batizavam, tanto homens como mulheres”. 

A parte de Filipe era pregar a mensagem certa, a dos ouvintes era se batizar nas águas, a de Jesus, cujo nome fora invocado no batismo, era batizar no Espírito Santo. Neste caso, o batismo no Espírito Santo aconteceu pela imposição das mãos dos apóstolos Pedro e João. Então se cumpriu o que Jesus disse em João 3:5 “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Nascer da água é o batismo nas águas, e nascer do Espírito é o batismo no Espírito Santo. O batismo nas águas é o homem quem faz, mas o batismo no Espírito Santo é Jesus quem faz. E veja que o batismo no Espírito não aconteceu automaticamente, mas mediante oração e imposição de mãos de pessoas qualificadas. Mas é claro que nem sempre é dessa maneira.

No Antigo Testamento tem uma informação de como se faz a mudança de reino. Em Daniel 1, fala de dois reinos, o de Judá, e o de Babilônia. O rei de Judá era Jeoiaquim, e o de Babilônia era Nabucodonosor. O rei de Babilônia trouxe de Judá uma leva de cativos. Ele mandou escolher alguns desses cativos para que fossem treinados nos costumes do reino de Babilônia. Observe as qualificações dos judeus. “da linhagem real e dos nobres” (v.3). “Jovens em quem não houvesse defeito algum, de bela aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e doutos em ciência, e entendidos no conhecimento”. Essas qualidades intelectuais revelam que esses jovens já eram versados na cultura do seu reino. Mas eram ignorantes com respeito à cultura do reino de Babilônia. Então Nabucodonosor mandou “que lhes ensinassem as letras e a língua dos caldeus.” Durante três anos eles foram submetidos a um processo de aprendizagem de uma nova cultura. E eles não foram negligentes nesse aprendizado, antes, foram até ajudados por Deus. “Quanto a estes quatro jovens, Deus lhes deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras, e sabedoria”(17) e “E em toda matéria de sabedoria e de discernimento, sobre o que o rei lhes perguntou, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos astrólogos que havia em todo o seu reino” (v.20). 

Para haver mudança de reino, deve haver mudança de mentalidade. Isto é “metanóia”, arrependimento. No caso de Daniel, ele foi primeiro ensinado na cultura de Israel, para depois aprender a cultura de Babilônia. Mas ele não se desfez da cultura do seu reino. Não foi na Babilônia que Daniel aprendeu a orar três vezes por dia, e não foi na cultura de Babilônia que ele aprendeu a confiar em Deus. A rigor só existem duas culturas no mundo, a do reino de Deus e a do reino das trevas. No nosso caso, nós aprendemos primeiro a cultura do reino das trevas, mas quando nos convertemos começamos a aprender a cultura do reino de Deus. Mas devemos deixar a cultura do reino das trevas, e praticar somente os valores do reino de Deus. Como alguém já disse, é preciso mudar os conceitos, que mudam os paradigmas, que mudam a cosmovisão, que mudam a cultura, que mudam a sociedade. 

O Evangelho é contracultura. Deve subverter a cultura do mundo, para torna-la cultura do reino de Deus. Há três movimentos culturais hoje que tentam impor seus valores ao mundo. O machismo, o feminismo, e o homossexualismo. Todos devem ser provados pelos valores culturais do reino de Deus. E os valores culturais do reino de Deus estão na Bíblia.

sábado, 22 de maio de 2010

O ESPINHO NA CARNE

“E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar.” (II Co.12:7).

 
Literalmente, um espinho na carne é o que Gideão fez com os homens de Sucote. “Então disse Gideão: Pois quando o Senhor der na minha mão a Zeba e a Salmuna, trilharei a vossa carne com os espinho do deserto, e com os abrolhos...E tomou os anciãos daquela cidade, e os espinhos do deserto, e os abrolhos; e com eles ensinou aos homens de Sucote.” (Jz.8:7,16).

No sentido figurado, são os inimigos do povo de Deus, que, no Antigo Testamento são, dentre outros, os cananeus. “Assim também eu disse: Não os expulsarei de diante de vós; antes estarão como espinhos nas vossas ilhargas, e os seus deuses vos serão por laço.” (Jz. 2:3). Ora, no Novo Testamento, os inimigos do povo de Deus não são os cananeus, nem os amalequitas, nem os filisteus, nem os amonitas, nem os moabitas, nem os edomitas, mas são seres espirituais. “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades , contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” (Ef.6:12). Os inimigos, que eram físicos no Antigo Testamento, no Novo, são espirituais. A conclusão se impõe. O espinho na carne de Paulo, não era uma doença, como costumeiramente têm sustentado alguns comentaristas. Chegaram até a dizer que era uma doença tropical, causada pelas viagens missionárias. Ou que era uma doença nos olhos, citando textos como “com que grandes letras vos escrevo” ou “se fosse possível vós teríeis arrancado os vossos próprios olhos e mos teríeis dado” ou a dificuldade de Paulo reconhecer o sumo sacerdote “Não sabia, irmãos, que era o sumo sacerdote” (At.23:5). Como disse, a conclusão se impõe. O espinho na carne de Paulo, era um demônio.

O próprio texto de II Co.12:7 diz literalmente “um anjo de Satanás para me esbofetear”. Em Ap. 12:7 diz “e batalhavam o dragão e os seus anjos." O dragão é Satanás. Um de seus anjos foi designado para colar em Paulo. Não Por Satanás, mas por Jesus. Paulo tinha um “encosto”. Era esse “anjo de Satanás” que tinha a incumbência de afligir Paulo. Todo sofrimento que sobreveio a Paulo era providenciado por esse demônio. “São ministros de Cristo? (falo como fora de mim) eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes; recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigo de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos...” (II Co. 11:23-26). É pouco ou quer mais?

Demais disto, há um antepassado de Paulo (benjamita), que teve um problema semelhante. “E o Espírito do Senhor se retirou de Saul, e atormentava-o um espírito mau da parte do Senhor.” (I Sm.16:14). Seria coincidência que o nome é Saul, no hebraico; Saulo, em grego; e Paulo, em latim? É claro que o Espírito Santo “se apoderou de Saul”, assim como “se apoderou de Davi”. (I Sm.11:6; 16:13). Seria por isso que Davi tinha medo de perder o Espírito Santo? “Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo.” (Sl.51:11). A diferença é que o espírito mau da parte da Senhor, entrou em Saul, mas o anjo de Satanás não entrou em Paulo. Ser possuído por um espírito mau, é uma coisa, ser afligido por ele, é outra. Aliás, o conceito de tribulação, perseguição, aflição, é exatamente isso, um ou mais de um, espíritos maus, usando pessoas ou circunstâncias, para afligir o servo de Deus.

Jó é um bom exemplo disso. Satanás afligiu Jó, mas nunca entrou nele. Teria Paulo uma maldição hereditária? Se você se escandalizou, pergunte por que Benjamin, o décimo segundo filho de Jacó, nasceu de um aborto, fora de tempo, muito tempo depois do nascimento dos outros onze. E Paulo, da tribo de Benjamin, testifica de si mesmo, dizendo “Depois foi visto por Tiago, DEPOIS POR TODOS OS APÓSTOLOS. E por derradeiro de todos me apareceu também a mim, como a um abortivo. Porque eu sou o menor dos apóstolos...” (I Co. 15:7-9a). É interessante que Benjamin era o menor dos filhos de Jacó, e Paulo confessa que era o menor dos apóstolos. O certo é que por três vezes, Paulo pediu a Jesus que tirasse o espinho da sua carne, mas Jesus indeferiu, dizendo “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.” (II Co.12:9). Saul, começou o seu ministério, humilde, mas depois, se ensoberbeceu, achando que era o dono do reino. Por i sso caiu. É interessante também, que Deus não respondeu às orações de Saul, mas Jesus respondeu às orações de Paulo, embora dizendo não. Princípio: É melhor uma resposta negativa, do que nenhuma resposta. (I Sm.28:6; II Co.12:8,9). Paulo entendeu a negativa de Jesus. “E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações... a fim de não me exaltar.” (II Co. 12:7). Depois que entendeu a finalidade do espinho na carne, Paulo passou a ter prazer nos sofrimentos. “Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo.” (II Co.12:10). Ele diz o motivo de seu prazer. “para que em mim habite o poder de Cristo...Porque quando estou fraco então sou forte.” (v.9b,10b). O poder de Cristo é o espírito Santo. De nada vale retirar o sofrimento e o espírito Santo sair junto, como aconteceu com Saul. Talvez cada um de nós tenha um espinho na carne. Identifi que o seu, e tenha prazer nele. Deus prefere um filho sofrendo, do que um filho orgulhoso, porque o orgulhoso, Satanás derrota, mas o sofredor, com o Espírito Santo junto, satanás não pode derrotar, porque “maior é aquele que está em vós, do que aquele que está no mundo”.

Tenho uma ressalva a fazer. Em todas as aflições de Paulo, não consta doença. Não aceite doença como espinho na carne. Jesus sofreu muito, mas nunca ficou doente. Jesus disse “No mundo tereis aflições”, mas não disse “no mundo tereis doenças”. São coisas diferentes. Tiago diz “Está alguém entre vós aflito? Ore....Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja...” (Tg.5:13,14). São procedimentos diferentes, para situações diferentes.

terça-feira, 11 de maio de 2010

A TRINDADE NA CABANA

O livro A Cabana, de William P. Young, tem se tornado a sensação do momento, até mesmo, ou talvez, principalmente, para a igreja. A questão é que o livro aborda temas teológicos, e o autor, ainda que bem-intencionado, não pode deixar de passar pelo crivo da Escritura. A grande questão que o livro trata é sobre a doutrina da Trindade, que sempre foi um tema controvertido no seio da igreja, e até hoje, mal-entendido. O grande tema da Reforma Protestante, do Século Dezesseis, era Sola Scriptura. Qualquer assunto de cunho teológico deveria ser provado pela Escritura. A maneira como A Cabana apresenta a trindade tem provocado suspiros de alguns evangélicos, dizendo que nunca tinham pensado em Deus daquela maneira. O autor, na página 111, coloca na boca de Sarayu (O Espírito Santo), as seguintes palavras: 
                            
“Mackenzie, não existe conceito de autoridade superior entre nós,   apenas de unidade. Estamos num círculo de relacionamento e não numa cadeia de comando. O que você está vendo aqui é um relacionamento sem qualquer camada de poder. Não precisamos exercer poder um sobre o outro porque sempre estamos procurando o melhor. A hierarquia não faria sentido entre nós. Na verdade, isso é um problema de vocês, não nosso.”

Vamos analisar esse conceito, tomando como base a Escritura. No jardim do Éden, Deus disse para Adão: “De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gn.2:16,17). Satanás, incorporado na serpente, disse à mulher: "Certamente não morrereis." Essa foi a estratégia para induzir o homem a desobedecer a Deus, causa de todo o sofrimento que acontece no mundo hoje. Está estabelecido um princípio. A função de Satanás é enganar o homem, ensinando coisas contrárias ao que Deus disse. A Escritura é a Palavra de Deus, e precisamos aferir a verdade por meio dela, para não sermos enganados por uma criatura que é mestre do engano, e que sabe muito bem como sensibilizar nossos sentimentos e emoções.

A Cabana diz que não existe conceito de autoridade nem hierarquia na Trindade. Vejamos se esse ensino procede, e tem base na escritura. Primeiro vamos estabelecer o conceito de Autoridade e Poder, termos amplamente usados na Escritura. Poder é Dínamis, no grego Koinê, do Novo Testamento. É daí que vem a palavra dinamite. Poder é a capacidade de fazer algo, tanto para construir, como para destruir. Autoridade é Exousia, no grego Koinê, do Novo Testamento. Autoridade é o direito de mandar e ser obedecido. Por exemplo: O juiz tem autoridade para mandar prender os criminosos, e a polícia tem o poder. O poder é de fato, a autoridade é de direito. Deus é realmente uma trindade, e a Teologia desde os primeiros séculos da era da igreja já definiu a Trindade como três pessoas distintas. Distintas significa que uma não é a outra. O Pai, O Filho, e O Espírito Santo, são iguais em poder, mas não em autoridade. A autoridade é uma co nvenção. Foi convencionado por Eles que o Pai seria o Presidente, o Filho, vice Presidente, e o Espírito Santo o segundo vice Presidente. O sistema militar oferece um exemplo perfeito. Peguemos três homens. Enquanto homens, eles são iguais. Mas convencionou-se que um será Coronel, o outro, eTenente-Coronel, e o outro Major. Enquanto homens eles têm o mesmo poder, mas um tem mais autoridade do que o outro, isto é, o direito de mandar e ser obedecido.

Em João 13:16 Jesus diz “Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou.” O servo está para o seu senhor, assim como o enviado está para aquele que o enviou. Você nunca vai achar na Bíblia que o Filho enviou o Pai, mas vai achar que o Pai enviou o Filho, Jesus. “Mas, vindo a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei.” (Gl.4:4). Em João 14:28b Jesus diz “porque o Pai é maior do eu.” Em João 15:26 Jesus diz “Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, Ele testificará de mim.” E em João 16:7b Jesus diz “porque se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vô-lo enviarei.” No Antigo Testamento Deus , o Pai, cujo nome é Iavé, enviava os profetas. “Porquanto não deram ouvidos às minhas palavras, diz Iavé, mandando- lhes eu os meus servos, os profetas, madrugando e enviando.” (Jr.29:19). No Novo Testamento, Jesus envia os apóstolos. “Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.” (João 20:21). E em At. 13:4 “E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.” Há hierarquia na Trindade. Aliás, em tudo o que Deus criou tem hierarquia. 

O ensino de A Cabana sobre a Trindade parece inocente, mas não é, pois ataca o princípio da autoridade, que é uma das bases do trono de Deus. Toda a autoridade do universo deriva do trono de Deus, sendo delegada por Ele. Qualquer desacato à autoridade em qualquer nível, é uma afronta a Deus. A unidade da Trindade consiste em que não há qualquer discordância entre eles. Estão sempre de acordo. Mas Satanás gosta de dizer o que o coração humano gostaria de ouvir. Que não há autoridade, nem hierarquia. Eu não preciso obedecer a ninguém, nem me subordinar a ninguém. A ausência de autoridade chama-se Anarquia.

O REINO DE DEUS É ARRENDADO

“Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado (arrendado) a uma nação que dê os seus frutos.”

INTRODUÇÃO

Jesus contou esta parábola chamada de A Parábola dos Lavradores maus, para ajudar os seus ouvintes a entenderem melhor o conceito de reino de Deus. Antes disso, ele contou a parábola dos dois filhos, onde disse aos líderes de Israel: “Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus.” (Mt.21:31).
 
1. O REINO DE DEUS É COMO UMA VINHA - Mt. 21:33-46.

Jesus apresenta o reino de Deus como uma vinha que o dono planta e arrenda a uns lavradores, e no tempo certo manda seus servos receberem o dinheiro do aluguel, em porcentagem dos frutos. Este conceito de vinha está bem desenvolvido em Is. 5, onde Deus diz que “a vinha do Senhor do exércitos é a casa de Israel”. Na parábola que Jesus contou, os lavradores recusam-se a pagar o aluguel, maltratando e matando os servos que foram receber os frutos. Finalmente, o dono da vinha manda seu próprio filho, que também é morto. Em Isaías 5, ficamos sabendo que o reino de Deus está com Israel, e que os frutos, ou seja uvas boas, não foi produzido, mas uvas bravas. Pelo texto de Isaías, todo o capítulo, ficamos sabendo que o que Deus queria de Israel é que praticasse a justiça, o que não aconteceu. Israel deveria ser uma nação em que a justiça fosse vista pelas demais nações, e assim o nome d e Deus fosse glorificado, e Iavé conhecido pelas demais nações. Em Rm.14:17 Paulo diz que “o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” Mas tudo começa com justiça, que é a base do reino de Deus. Isto Israel não fez.

2. O REINO DE DEUS É ARRENDADO - Mt. 21:33

Jesus diz que o reino de Deus foi arrendado aos judeus, e que chegando “o tempo dos frutos” o dono da vinha mandou os seus servos para receberem os frutos, que era o preço do aluguel. Mas os lavradores feriram um, mataram outro, e apedrejaram outro. Por último, enviou seu filho, a quem os lavradores também mataram. Os servos eram os profetas e o filho era Jesus. O fruto era justiça, pois “o reino de Deus é justiça, paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm.14:17). Em Lc. 3:7-14, João Batista diz que os frutos do arrependimento é que “quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos, faça da mesma maneira” e aos fiscais da Receita disse “Não peçais mais do que vos está ordenado” e aos soldados “a ninguém trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo”.Em Is.5, onde também é usada a linguagem da vinha, Deus diz para Israel, que “esperou que exercesse juízo, e eis aqui opressão; justiça, e eis aqui clamor” (v.7). E diz também no v. 23“Ai dos que justificam o ímpio por suborno, e aos justos negam a justiça”. Essas são as uvas bravas, em lugar das uvas boas. Jesus disse em Mt.21:43 “Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos”. A nação que recebeu o reino de deus é a igreja, e precisamos dar os frutos. Em I João. 3:17 diz “Quem, pois, tiver bens do mundo, e , vendo seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus?”
O pagamento do arrendamento é o fruto. Em Gl. 5:22,23 diz “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, e domínio próprio.” Foi esse fruto que Deus não encontrou em Israel, mas espera encontrar na igreja.

3. O REINO DE DEUS É UMA HERANÇA E TEM UM HERDEIRO
Em Mt. 21:38, os lavradores reconheceram que o filho do dono da vinha era o herdeiro, e que a vinha era a sua herança. Jesus é o herdeiro do reino de Deus, que é a sua herança. Só que o filho só recebe a herança quando o pai morre. Já que Deus não morre, Jesus receberá a herança com o Pai vivo, como está em Mt.28:18 “Toda a autoridade me foi dada no céu e Na terra.” No caso quem morreu foi o filho, que recebeu a herança depois da ressurreição. Em I Co. 15:25 “Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés.” Mas os santos também herdarão o reino, por serem irmãos de Jesus. Ora, os santos são toda a igreja. Em Rm.8:16,17 “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para qu e também com ele sejamos glorificados.” Mas para chegar lá, tem de dar os frutos.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O JULGAMENTO DAS NAÇÕES


“E quando o Filho do homem vier  em sua glória, e todos o os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória.” (Mt.25:31).

O TRONO DE JESUS

Filho do homem  é o título preferido de Jesus para designar a si mesmo. Haverá um tempo em que ele virá, e se  assentará no seu trono. A Bíblia fala de muitos tronos, mas fala especialmente de três tronos, porque também fala de três céus. Em II Co. 12:2,4 Paulo fala que esteve no terceiro céu, e que este é o paraíso, ou seja o jardim do Éden. Ora se existe terceiro céu, é lógico que existem também o primeiro e o segundo. O primeiro céu é o reino dos céus, onde Deus, o Pai, reina. O segundo céu é o reino dos anjos, onde Lúcifer reinava, mas foi deposto. Ap.2:13 fala do trono de Satanás. O terceiro céu, ou reino é o reino dos homens, no planeta terra. Quando Jesus diz que se assentará no trono da sua glória, está se referindo ao trono do reino dos homens, qu e está vazio agora. Em Ap. 3:21 “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono.” Jesus está no trono de seu Pai agora, junto com Ele. Em Lc. 1:31-33 o anjo Gabriel diz a Maria “E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; e reinará eternamente  na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.” Então o trono em que Jesus irá se assentar será o trono de Davi, que está hoje com os judeus. Eu vi esse trono quando estive em Jerusalém.

O REINO DOS JUSTOS

Em Mateus 25:34, Jesus diz “Vinde benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.” Então os justos receberão um reino por herança. O profeta Daniel viu esse reino, numa visão, mais de quinhentos anos antes de Jesus. Dn. 7:13,14 “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído.” E o verso 18 “Mas o santos do Altíssimo receberão o reino, e o possuirão para todo o sempre, e de eternidade  em eternidade.” E no verso 22 “Até que vei o o ancião de dias, e fez justiça aos santos do Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino.” E no verso 27 “E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; e o seu reino será um reino eterno , e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão.” Portanto, o trono em que Jesus vai se assentar, é o trono do reino dos homens, onde Jesus reinará juntamente e com os santos, como está em Ap. 20:4.

O CRITÉRIO PARA POSSUIR O REINO

Quando Jesus empossa os santos no reino, ele diz que o motivo de eles herdarem o reino é que “tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, era estrangeiro e me hospedastes, estava nu e me vestistes, adoeci e fostes visitar-me, estive na prisão e fostes ver-me.” (Mt.25:35,36). Quando os justos perguntaram quando foi que eles fizeram isto, Jesus respondeu que foi quando eles o fizeram  “a um destes meus pequeninos irmãos.” E quando os injustos perguntaram a Jesus por que estavam indo para o fogo eterno, ele respondeu que foi porque eles não ajudaram “estes pequeninos.” (Mt.25:45). A questão agora é descobrir quem são esses pequeninos irmãos de Jesus, para que possamos ajuda-los, e garantir o nosso lugar no reino. Ora, sabemos que devemos fazer o bem  a todos os homens, até mesmo amar os nosso inimigos. Gl. 6:9,10 “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé.” A prioridade é para o outro crente, porque é irmão. Mas os que não são da fé, não estão descartados, mas serão atendidos depois dos crentes. Só que aqui, levando-se em consideração a lei do contexto, vamos pensar o seguinte: na Bíblia, especialmente no N.T. , dois povos são mencionados consistentemente. De um lado está Israel, e do outro, os gentios. Israel é a descendência de Abraão, o povo da aliança com Deus, enquanto que os gentios são os outros povos. É claro que a igreja consiste de um terceiro povo, oriundo dos outros dois. A igreja é constituída de judeus e gentios, convertidos ao Messias, Jesus Cristo. “Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade.” (Ef. 2:14). Em Ap. 7:4-8  a igreja judaica aparece em número de 144 mil, doze mil de cada tribo, enquanto que a igreja gentílica aparece como uma grande multidão “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o cordeiro, trajando vestes brancas,  e com palmas nas suas mãos.” São dois grupos distintos. A expressão “todas as nações” aparece também em  Mt.25:31. Se todas as nações são reunidas diante dele, estão faltando os judeus. Todas as nações em Mt.25, são divididas em dois grupos, o dos bodes e e das ovelhas. Ora, os bodes e as ovelhas são julgados pela maneira como trataram o terc eiro grupo, “meus pequeninos irmãos”. O grupo que está faltando aqui, e que é denominado de “meus pequeninos irmãos” só pode ser Israel. São bem conhecidas as histórias da Segunda Guerra Mundial,  quando seis milhões de judeus foram mortos, mas também  quando muitos cristão ajudaram e esconderam muitos judeus, e os livraram de serem mortos, nos fornos crematórios e campos de concentração, na Solução Final de Hitler. É verdade também que muitos do povo chamado cristão, se omitiram, e deixaram que os judeus fossem assassinados. Eu não queria estar na pele desses quando o rei dos judeus voltar.
“E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim” Lembra? (Lc.1:33).  

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O REINO DE DEUS

“Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.” (Mt.4:17).

Quando João Batista começou a pregar, ele também disse: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt.3:2). O reino dos céus é o reino de Deus. Não é uma democracia, é um reino. Não é uma república, nem parlamentarismo, nem ditadura, nem presidencialismo, mas um reino. Deus é o rei. Em Mt. 4:23 “E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o Evangelho do reino...”. Não era o Evangelho da cura, nem da fé, nem da prosperidade, mas do reino. Em Mt.24:14 “E este
Evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.” O sinal do fim não são os terremotos, nem fomes, nem guerras, mas a pregação do evangelho do reino em todo o mundo, em testemunho a todas as nações. Filipe pregou o evangelho do reino. “Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus, e do nome de Jesus, se batizavam, tanto homens como mulheres.” (At.8:12). Paulo pregou o evangelho do reino de Deus. “E, havendo-lhe ele assinalado um dia, muitos foram ter com eles à pousada, aos quais declarava com bom testemunho o reino de Deus...” e “E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos quantos vinham vê-lo; Pregando o reino de Deus, e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum.”

O reino dos céus foi criado quando a Bíblia diz “No princípio criou Deus os céus.” Os céus era um reino, e o rei era Deus. O rei tinha um filho chamado Jesus. O nome do rei era Iavé. O Executivo do reino era o Espírito Santo. O reino tinha as suas leis, sua cultura, sua língua, e tudo quanto um reino deve ter. Então havia um reino, um rei, uma família real, e o governo do reino. Um dia o rei disse que precisava expandir os domínios do seu reino. O reino dos céus era espiritual e invisível. O rei criou, então, o mundo físico, para expandir os domínios do seu reino, quando a Bíblia diz “No princípio criou Deus...a terra”. O rei chamou o mundo físico de reino dos homens, e criou o homem e o fez rei deste reino, debaixo do domínio e da autoridade do reino dos céus. Mas as leis, a cultura, e tudo o mais do reino dos homens, deveriam ser os mesmos do reino dos céus. Na verdade o reino dos homens era a col ônia e o reino dos céus a metrópoles. Assim como o Brasil era colônia de Portugal, que era a metrópoles. As leis que regiam o Brasil era a lei de Portugal. A Brasil até pagava imposto para a coroa portuguesa. Até que um dia D Pedro I , às margens do riacho Ipiranga, sacando a espada, e retirando do seu chapéu as cores de Portugal, gritou: Independência ou Morte. Bem, Adão deu um grito parecido: Independência e Morte. Assim como o Brasil se separou de Portugal, o reino dos homens se separou do reino dos céus. As leis que regiam o reino dos homens já não eram as do reino dos céus. A cultura do reino dos homens já não era a do reino dos céus. Separado do reino dos céus e de todo o seu poderio, Adão e o seu reino, caíram debaixo do domínio de outro reino, chamado de reino das trevas. O rei do reino das trevas chama-se Satanás. Ele é mau e enganador. Agora a cultura, os costumes, e as leis que regem o reino dos homens, são as do reino das tr evas. Isso trouxe muito sofrimento aos homens.

Mas o rei do reino dos céus tinha saudade dos homens, pois Ele os amava. Então, um dia Ele mandou seu filho, Jesus, ao reino dos homens, para tomar o reino do domínio de Satanás, e devolvê-lo aos filhos dos homens, e restaurar, no reino dos homens, as leis, os costumes, e a cultura do reino dos céus. Foi isso que Jesus fez, quando começou a pregar: “arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.” O homem havia perdido sua cidadania celestial, mas Jesus veio convida-los para novamente receberem a cidadania do reino de Deus. Você está sendo convidado. Como você responde? Outra maneira de dizer isto é receber a adoção de filhos. “Mas, vindo a plenitude do tempo, Deus enviou seu filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu filho, que clama: Aba, Pai.” (Gl.4:4-6). A maneira pr ática de fazer isto é ser batizado em nome de Jesus, e adotar na sua vida os costumes, a cultura, e as leis do reino de Deus. O rei vai examinar o seu coração, para saber se sua motivação é correta, ou se você realmente vai se submeter ao rei. Em assim sendo, Ele lhe batizará com o Espírito Santo. Faça a sua parte, que o rei fará a dele.