segunda-feira, 24 de maio de 2010

O REINO DE DEUS EM SAMARIA

“Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus, e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres.” (At.8:12).

COMO MUDAR DE REINO

A rigor, existem apenas dois reinos. O reino de Deus e o reino das trevas. Ou você é cidadão de um ou do outro. Em Colossenses 1:13 fala desses dois reinos. “O qual nos tirou da potestades (autoridade, império, domínio) das trevas, e nos transportou para o reino do filho do seu amor.” Em Atos 26:18 fala do mesmo assunto. “Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e da autoridade de Satanás a Deus.” É a mesma palavra no grego, nos dois textos. Em Atos acrescenta que há dois benefícios que se recebe quando se muda de reino: o perdão dos pecados e a herança. Em Mt.25:34, elucida dizendo que a herança é “o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo .” Baseado em At.2:38 você muda de reino quando se batiza nas águas, pois é depois disto que você recebe o perdão dos pecados. “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados.” E ainda em At.22:16 “E agora por que te demoras? Levanta-te, batiza-te e lava os teus pecados, invocando o seu nome.” A propósito de invocar o nome de Jesus no batismo, Filipe, em Samaria, pregava sobre dois assuntos: o reino de Deus e o nome de Jesus Cristo. Em seguida é dito que “se batizavam, tanto homens quanto mulheres.” A fórmula batismal adotada pela igreja, ao longo dos séculos, tem sido “em nome do Pai, do filho, e do Espírito Santo”, baseada em Mt.28:19. Todavia, os apóstolos, que estavam presentes quando Jesus pronunciou estas palavras, parece terem entendido de outra maneira. Em At. 8:16b “mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus”; em At. 2:38 “cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo”; Em At. 10:48 “E mandou que fossem batizados em nome do Senhor”; Em At.19:5 “E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus”. Parece que a fórmula batismal adotada pelos apóstolos era “em nome do Senhor Jesus Cristo”, e não "em nome do Pai, do filho, e do Espírito Santo”. Tem lógica, porque as orações são respondidas em nome de Jesus Cristo (João 14:13,14; 15:16; 16:23,24); os demônios são expulsos em nome de Jesus Cristo (Mc.16:17; At.16:18); as doenças são curadas em nome de Jesus Cristo (At.3:6, 16). Bem, filipe pregava acerca do reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, e em conseqüência disto, “se batizavam, tanto homens como mulheres”. 

A parte de Filipe era pregar a mensagem certa, a dos ouvintes era se batizar nas águas, a de Jesus, cujo nome fora invocado no batismo, era batizar no Espírito Santo. Neste caso, o batismo no Espírito Santo aconteceu pela imposição das mãos dos apóstolos Pedro e João. Então se cumpriu o que Jesus disse em João 3:5 “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Nascer da água é o batismo nas águas, e nascer do Espírito é o batismo no Espírito Santo. O batismo nas águas é o homem quem faz, mas o batismo no Espírito Santo é Jesus quem faz. E veja que o batismo no Espírito não aconteceu automaticamente, mas mediante oração e imposição de mãos de pessoas qualificadas. Mas é claro que nem sempre é dessa maneira.

No Antigo Testamento tem uma informação de como se faz a mudança de reino. Em Daniel 1, fala de dois reinos, o de Judá, e o de Babilônia. O rei de Judá era Jeoiaquim, e o de Babilônia era Nabucodonosor. O rei de Babilônia trouxe de Judá uma leva de cativos. Ele mandou escolher alguns desses cativos para que fossem treinados nos costumes do reino de Babilônia. Observe as qualificações dos judeus. “da linhagem real e dos nobres” (v.3). “Jovens em quem não houvesse defeito algum, de bela aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e doutos em ciência, e entendidos no conhecimento”. Essas qualidades intelectuais revelam que esses jovens já eram versados na cultura do seu reino. Mas eram ignorantes com respeito à cultura do reino de Babilônia. Então Nabucodonosor mandou “que lhes ensinassem as letras e a língua dos caldeus.” Durante três anos eles foram submetidos a um processo de aprendizagem de uma nova cultura. E eles não foram negligentes nesse aprendizado, antes, foram até ajudados por Deus. “Quanto a estes quatro jovens, Deus lhes deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras, e sabedoria”(17) e “E em toda matéria de sabedoria e de discernimento, sobre o que o rei lhes perguntou, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos astrólogos que havia em todo o seu reino” (v.20). 

Para haver mudança de reino, deve haver mudança de mentalidade. Isto é “metanóia”, arrependimento. No caso de Daniel, ele foi primeiro ensinado na cultura de Israel, para depois aprender a cultura de Babilônia. Mas ele não se desfez da cultura do seu reino. Não foi na Babilônia que Daniel aprendeu a orar três vezes por dia, e não foi na cultura de Babilônia que ele aprendeu a confiar em Deus. A rigor só existem duas culturas no mundo, a do reino de Deus e a do reino das trevas. No nosso caso, nós aprendemos primeiro a cultura do reino das trevas, mas quando nos convertemos começamos a aprender a cultura do reino de Deus. Mas devemos deixar a cultura do reino das trevas, e praticar somente os valores do reino de Deus. Como alguém já disse, é preciso mudar os conceitos, que mudam os paradigmas, que mudam a cosmovisão, que mudam a cultura, que mudam a sociedade. 

O Evangelho é contracultura. Deve subverter a cultura do mundo, para torna-la cultura do reino de Deus. Há três movimentos culturais hoje que tentam impor seus valores ao mundo. O machismo, o feminismo, e o homossexualismo. Todos devem ser provados pelos valores culturais do reino de Deus. E os valores culturais do reino de Deus estão na Bíblia.

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