Lucas 19:11-27
Esta parábola tem a mesma moral da parábola dos talentos em MT. 25:14-30. tem a ver com a volta de Jesus e com o que a igreja deve ficar fazendo enquanto ele estiver ausente. A mina era uma moeda de ouro grega que valia cerca de três meses de trabalho. Porém, precisamos saber o seu significado espiritual dentro da parábola.
Vamos considerar o capítulo 15 de Lucas para podermos entender o sentido espiritual das minas. Lucas 15, a exemplo de Mateus 25, conta duas parábolas, e uma terceira que explica as duas primeiras. A trindade aparece aqui. o filho é um pastor de ovelhas, o espírito santo é uma mulher que tem dez moedas,e o pai é um pai de família que tem dois filhos. A riqueza do pastor são as ovelhas, a da mulher são as moedas, e a do pai, os filhos.
A ovelha perdida fora do redil representa o filho mais novo, perdido fora de casa; a moeda perdida dentro de casa, representa o filho mais velho, perdido dentro de casa. o filho mais novo representa os pecadores perdidos fora da igreja, e o filho mais velho representa os pecadores perdidos dentro da igreja. Eu creio que as minas representam pessoas. Os dez servos, assim como as dez virgens, representam dez discípulos a quem foi dada a salvação.
O primeiro conseguiu repassar essa salvação para dez pessoas. O segundo conseguiu repassar a salvação para cinco pessoas. O terceiro não repassou a salvação para ninguém. Por isso o senhor disse: “tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem dez minas.” (v.24). ou seja, a salvação que ele tinha no começo lhe foi tirada. Perdeu a salvação. isso me faz lembrar de dois crentes, dois pastores, que disseram que não se importavam em receber galardão, mas tão somente em ser salvos. Não somos nós quem decide isso. Quem pensa assim pode não estar salvo, ou, pelo menos, não permanecerá salvo até o fim.
Mas precisamos saber o que a igreja deve ficar fazendo enquanto Jesus está ausente. Ele disse aos servos: “negociai até que eu venha”. (v.13). e no verso 15, quando o senhor voltou, mandou chamar os servos, para saber o que cada um tinha ganhado, “negociando”.se o sentido das minas fosse literal, o negócio da igreja, durante a ausência de Jesus, seria ganhar dinheiro. E parece que algumas entenderam dessa maneira, a julgar pelas suas atitudes. mas não é esse o sentido. o negócio da igreja é ganhar vidas, almas, pessoas, repassando a salvação para elas. Jesus disse “fazei discípulos”. e a maneira de fazer isso é pregando o evangelho. Jesus disse “pregai o evangelho a toda criatura”. Esse é o negócio da igreja. As minas que ele vai requerer quando voltar são pessoas salvas, discípulos. Fora do negócio de ganhar almas, fazer discípulos de Jesus, fora disso, é distração do diabo.
Mas também há outra coisa nesta parábola que precisamos atentar. Quando o senhor retornou e prestou contas com os servos, ele deu a recompensa para o primeiro nos seguintes termos: “SOBRE DEZ CIDADES TERÁS AUTORIDADE”. E para o segundo Ele disse: “SÊ TU TAMBÉM SOBRE CINCO CIDADES”. Isto é poder temporal, poder político, isto é o Estado. Essa esfera de poder Jesus vai dar como recompensa aos servos que forem fiéis no cumprimento da missão de fazer discípulos durante a sua ausência. É por esse tipo de poder que os homens e mulheres dão a vida ou tiram vidas, se digladiam, e lutam para se perpetuar nele. Mas essa não é a missão da igreja nesta dispensação da graça. Aliás, no início da parábola, no v.11, é dito que Ele contou essa parábola porque o povo que o ouvia pensava “que logo se havia de manifestar o reino de Deus”. Ou seja, na esfera política. É interessante que no verso 10, logo após a salvação de Zaqueu, Ele diz: “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” Embora alguns hoje achem que o que se havia perdido era o Mandato de Domínio que adão perdeu, me parece mais que Jesus se refere à salvação de Zaqueu, que estava perdido antes de se encontrar com Jesus, bem como todos os seres humanos, que como ele, também estão perdidos. A missão da igreja é achá-los, e providenciar para eles um encontro com Jesus. Ele disse “Quem crer e for batizado será salvo; quem não crer será condenado”. Mas se a igreja acha que o reino de Deus vai se manifestar logo, tentará tomar a autoridade política, achando que está fazendo o certo. Os primeiros discípulos também pensavam assim, pois disseram a Jesus “Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?” (At. 1:6). E Jesus respondeu: “Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pela sua própria autoridade. Mas recebereis poder ao descer sobre vós o espírito Santo e me sereis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samária, e até os confins da terra.” (At. 1:7,8). Ele disse então que o poder temporal, político, não é competência da igreja, mas testemunhar de Jesus. Ainda em Apocalipse Jesus diz: “E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações. E com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vaso de oleiro; como também recebi de meu Pai.” Ap. 2:26,27). A tentação para conquistar o poder temporal, é para não sofrer perseguição. Mas até quando vamos conseguir evitá-la? Afinal nos é dito que “E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” (II Tm. 3:12). Mas é melhor não se queimar com Deus e obedecer a Ele, do que querer evitar a perseguição a qualquer custo, pois “Se Deus é por nós quem será contra nós?”. Paulo ainda diz “PORQUE A NOSSA LEVE E MOMENTÂNEA TRIBULAÇÃO PRODUZ PARA NÓS UM PESO ETERNO DE GLÓRIA MUI EXCELENTE.” (II Co.4:17). Pedro também diz que Deus...”DEPOIS DE HAVERDES PADECIDO UM POUCO, Ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fortalecerá.” (I Pd.5:10).
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