quinta-feira, 26 de junho de 2014

DEIXANDO TODO O EMBARAÇO


“Deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta” (Hb.12:1).

Algo que me chama a atenção na igreja moderna ou pós moderna, é que grande parte dos pregadores está pregando a cosmovisão do Antigo testamento. Este também é a Palavra de Deus, mas carece ser interpretado à luz do N.T. Paulo fala de “sombras das coisas futuras” (Cl.2:17), e Hebreus “Porque, tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas” (Hb.10:1). Os heróis  da pregação moderna são, principalmente, José, porque governou o Egito, um poder temporal; Abrão, porque era rico, ou se tornou rico. Eles são para nós modelo de fé e de virtude, mas não o que nós sabemos, por revelação. Com a chegada do Novo Testamento, houve o que se chama de “Mudança de Paradigma”. Os nossos modelos mais perfeitos passaram a ser os personagens do N.T. , como Jesus, João Batista, Paulo, Pedro e outros. Eu me sinto desconfortável em constatar isso, pois todos esses morreram martirizados. Mas eu tenho de ser honesto com a revelação de Deus. Tanto Abraão quanto José morreram de velhice, velhos e fartos de dias. Porém, o N.T.  nos revela que temos de ter uma meta definida, que é a salvação da alma. O N.T. trás ampla revelação a respeito do inferno, que é um lugar de tormento eterno. Para escapar desse destino terrível, toda perda material ou temporal é café pequeno. Pedro diz “alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas” (I Pd.1:9). E Jesus disse “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” (Mt.16:26).

Hebreus 12:1 fala de uma corrida, que é uma metáfora, uma comparação, representando a vida cristã.  Não é uma caminhada,  mas uma corrida. Uma corrida demanda muito mais esforço do que uma caminhada. Uma corrida tem normas, regras, regulamento. O pecado é a quebra ou violação dessas regras. O pecado já desqualifica para a corrida, a não ser que haja arrependimento. Mas os embaraços não são proibidos pelo regulamento. Você pode até levar os embaraços para a corrida, mas eles vão lhe atrapalhar, ou até impedir de você chegar ao fim. O Normal é o corredor usar tênis e  calção ,  mas se alguém quiser pode correr de paletó e gravata, usando pesadas botas. Mas quem assim procedesse seria um tolo, pois estaria pedindo para perder a corrida. Em outro texto Paulo diz “Não sabeis vós que os correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis.” (I Co. 9:24).

Em outro texto, o N.T. usa a figura de uma viagem marítima, para representar a vida cristã. É a mesma idéia contida na corrida, mas aqui ilustra com maior perfeição os embaraços que devemos deixar. Aliás,Paulo diz em outro texto “Conservando a fé, e a boa consciência, rejeitando a qual alguns fizeram naufrágio na fé” (I Tm. 1:19). Mas o texto que quero usar, com respeito a deixar os embaraços, é o capítulo 27 do livro de Atos dos apóstolos. É a viagem de cesaréia a Roma, de navio. Nessa viagem, o vento, muitas vezes em forma de tempestades ou “pé de vento”, tentou afundar o navio, para matar todos que viajavam nele. Esses ventos são representativos de Satanás e seus demônios, que tentam impedir o crente de completar a carreira. Para chegar ao destino final, eles tiveram de se desfazer de alguns embaraços, até mesmo alguns vitais.

1.       At. 27:18 “Contudo, no dia seguinte, sendo violentamente castigados pela tempestade, começamos a atirar ao mar a carga do navio”.
2.       At,27:19 “Ao terceiro dia, em meio à tempestade, com as próprias mãos, lançaram fora a armação do navio”. Haja embaraço.
3.       At. 27:32 “Diante disso, os soldados cortaram as cordas que prendiam o bote salva-vidas ao navio e o deixaram cair ao mar”.
4.       At. 27:38 “Depois de haverem comido até ficarem plenamente satisfeitos, aliviaram ainda mais o peso do navio, lançando todo o trigo ao mar”. Até a comida.
5.       At. 27:41b “A proa encravou-se e ficou imóvel, e a popa foi despedaçada pela força constante das ondas”.  

O navio representa a  vida física, do corpo, que foi sacrificado, pois o objetivo final era chegar em terra firme, o que de fato aconteceu, pois o verso 44 termina dizendo “e todos chegaram a salvo em terra firme”.

Se a sua meta é ser salvo, não hesite em sacrificar os embaraços, sejam eles quais forem, para não acontecer que você afunde com eles, e não consiga chegar ao outro lado da travessia.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo pensamento Reflectivo.