quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O MINISTÉRIO DOS DIÁCONOS


          A palavra “diáconos” aparece, no Novo Testamento, em Fl. 1:1; I Tm. 3:8, 12, 13, e significa servo, administrador, garçom, ministro. Na carta aos Filipenses, está associada com a palavra “bispos”, que também significa presbítero ou ancião, e             que tem a função de apascentar, e que, portanto, pode ser pastor. Em I Timóteo, vem logo após as qualificações para ser bispo, onde também descreve as qualificações para ser diácono.  Porém, o serviço diaconal, propriamente dito, é descrito em Atos 6, onde a palavra “diácono” não aparece, mas as suas atribuições. Nesse contexto, os apóstolos estavam ameaç ados de deixar suas atividades principais, para exercer atividades administrativas, ou seja, “servir às mesas”. Eles disseram: “Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas.”(At. 6:2). E depois eles declararam “e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra.” (At.6:4). Então, está claro que os apóstolos tinham atribuições específicas, as quais eles não poderiam negligenciar, para fazer coisas que outros poderiam executar. Essas atribuições dos apóstolos eram relacionadas à oração e à palavra de Deus. Com respeito à oração, eles estavam imitando seu mestre, pois Lucas registra com respeito a Jesus: “e grandes multidões afluíam para o ouvirem e serem curadas de suas enfermidade s. Ele, porém, se retirava para lugares solitários e orava.” (Lc. 5:15,16). Com respeito à palavra de Deus, Paulo escreve: “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino.” (I Tm. 5:17). Então, a principal atividade em que devem se ocupar os líderes das igrejas é a oração e a palavra de Deus. Por isso, os diáconos foram instituídos. A igreja seguiu este modelo durante muito tempo, adotando o diaconato, que servia como auxiliar do ministério pastoral. Porém, alguns  diáconos se rebelaram contra seus pastores, o que veio trazer um estigma para esse ministério, e ele foi abandonado. Alguns pastores tem horror de diácono, achando até que foram instituídos pelo próprio diabo. Porém, sabemos que foram institu&ia cute;dos por Deus, restando saber se foi uma instituição de caráter provisório ou permanente. Não é pelo fato de que só porque alguns se comportaram  mau, devamos abolir todo o ministério. Mais uma vez devemos lembrar que Deus sabe mais do que nós, e que não é prudente desprezar algo que ele estabeleceu. Até o próprio ministério pastoral tem sofrido grande descrédito, pelo fato de alguns pastores terem se comportado mal. Será que fazemos bem jogando fora o ministério diaconal e estabelecendo outros, de nossa própria cabeça? Será que o trabalho que os diáconos deveriam realizar, está agora sendo feito pelos pastores? E se isso está acontecendo, será que os pastores estão deixando de lado os seus verdadeiros afazeres? Será que agora os pastores estão servindo às mesas? Já sabemos que o verdadeiro serviço dos pastores está centralizado na oração e na palavra de Deus. E se os pastores  estiverem ocupados servindo às mesas, certamente não terão tempo para orar nem para estudar a Bíblia. Não será essa uma das causas do enfraquecimento do ministério pastoral, e consequentemente, da fraqueza espiritual da vida da igreja? Pastores que não oram e não leem a Bíblia, não terão alimento para seus rebanhos, e as ovelhas gemem de fome. Parece até a situação do filho pródigo, de quem está escrito: “Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada.” (Lc.15:16). Também de Lázaro está escrito : “e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico”(Lc.16:21). Não será melhor repensar e v oltar para a palavra de Deus, deixando que os diáconos façam o seu trabalho e os pastores o seu? É só adotar o padrão apostólico, que diz que os diáconos deveriam ter “boa reputação, ser cheios do Espírito Santo e cheios de sabedoria” (At. 6:3). É claro que se os diáconos tinham de ter tais qualificações, que se dizer dos pastores? Então, quem mudou foram as exigências para ser oficial da igreja.  Estamos numa época em que a igreja está obcecada por números. Se ainda tivéssemos o ministério diaconal, alguns pastores estariam disputando para ver quem teria o maior número de diáconos. E aí, certamente que as exigências para ser diácono seriam certamente inferiores àquelas estabelecidas pelos apóstolos. Então, teríamos rebaixado o padrão do minist&ea cute;rio pastoral, do ministério diaconal, e, obrigatoriamente, teríamos rebaixado as exigências para ser crente. Porém, retornando ao tema do sumiço dos diáconos, ou os pastores estão fazendo o trabalho diaconal, ou criamos outro tipo de ministro para fazê-lo. Mas o modelo do Novo Testamento  está fundamentado no Antigo Testament , onde havia o povo de Deus, e os sacerdotes, que oficiavam no altar. Os levitas eram auxiliares dos sacerdotes, e, por assim dizer, eles faziam o trabalho braçal, para que os sacerdotes se ocupassem do trabalho mais qualificado, ou seja, os sacrifícios e a lei de Deus. No Novo Testamento, os pastores fazem o trabalho dos sacerdotes do A.T. , enquanto que os diáconos fazem o trabalho dos levitas. O sacrifício que os sacerdotes ofereciam, são as orações que os pastores devem oferecer a Deus.

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