segunda-feira, 28 de setembro de 2015

MUDANÇA DE PARADIGMA NA OBRA MISSIONÁRIA


          A propósito da Festa das Nações, ontem, promovida pela JOCUM,  sob o tema POVOS NÃO ALCANÇADOS, está de parabéns, foi muito inspiradora. Por isso me inspirei a escrever algo a respeito de Missões. 

          Sabemos que a história de missões começa com Abrão, depois chamado de Abraão, quando Deus o chamou de sua terra, Ur dos Caldeus, e o mandou para uma terra, que ele não conhecia, mas que deveria receber por herança. Creio eu que Deus chamou Abrão e Sara, sua esposa, a família nuclear. Aliás, Flávio Josefo diz que Sara era, na verdade, sobrinha de Abrão, e filha do irmão de Abrão, Harã, e que seu nome era antes Iscá.(Gn.11:29). Então Ló, além de sobrinho, era também cunhado de Abrão. Mas o princípio missionário que devemos aprender aqui, é que Deus chamou Abrão e Sara para a obra missionária, mas não chamou nem o pai, Tera, nem o sobrinho Ló. Mas os dois foram, por um motivo ou por outro. 

          Porém, quem não foi chamado, se for junto, só vai vai atrapalhar, como aconteceu, de fato. Antes de chegar em Canaã, seu campo missionário, Abrão ficou retido em um lugar chamado Harã, de onde só saiu depois da morte de seu pai, Tera. Ló foi junto com Abrão, e chegou com ele ao campo missionário, Canaã, mas só atrapalhou. Observe que Deus chamou uma família biológica, marido e mulher, esse é o primeiro paradigma da obra missionária. Mas a lição que fica é que só deve ir quem Deus chamou,  e os parentes, por mais chegados que sejam, devem ficar. Se forem, só irão atrapalhar.

         O paradigma (paradigma significa modelo) do Antigo Testamento é um, e o do Novo, é outro, para quase tudo, até mesmo para a obra missionária. O paradigma do Antigo Testamento para missões, é Abraão e Sara, mas o do Novo, é Paulo e Barnabé. Quem enviou Abraão e Sara foi o Senhor (Iavé) (Gn.12:1), o Deus da glória (At.7:2); e quem enviou Barnabé e Saulo,  foi o Espírito Santo, por meio da liderança da igreja de Antioquia (da Síria) (At.13:1-4). 

         Veja que não foi uma família biológica, marido e mulher, que foram enviados, mas uma família espiritual, dois homens, pois a geração de filhos não seria biológica, homem e mulher, mas filhos espirituais. Jesus já havia mudado o paradigma missionário em Mc. 6:7 “Chamou Jesus os doze e passou a enviá-los de dois a dois, dando-lhes autoridade sobre os espíritos imundos”  e Lc. 10:1 “Depois disto, o Senhor designou outros setenta; e os enviou de dois em dois, para que o precedessem em cada cidade e lugar aonde ele estava para ir”. No caso de Abraão e Sara, eles teriam de conquistar uma terra, por meio  de seus numerosos filhos, o que aconteceu nos dias de Josué. No caso de Barnabé e Saulo, eles teriam de conquistar corações(coração é terra, na tipologia), para mudar de lealdade, de Satanás para Jesus.
 “Eu te envio (Paulo) aos gentios, para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da autoridade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles perdão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim”(At.26:17,18). 
Até mesmo Paulo e Barnabé tiveram o seu Ló, o parente inconveniente, que foi junto para atrapalhar. “Barnabé e Saulo, cumprida a sua missão, voltaram de Jerusalém,  levando também consigo a João, apelidado Marcos” (At. 12:25), e “Chegados a Salamina, anunciavam a Palavra de Deus nas sinagogas judaicas; tinham também João com auxiliar” (At. 13:5), e “João, porém, apartando-se deles, voltou para Jerusalém” (At. 13:13). Em At. 15:37, quando Paulo chamou Barnabé para a segunda viagem  missionária, “Barnabé queria levar também a João, chamado Marcos”, mas Paulo não concordou, pelo que se separaram, depois de uma briga feia. Ora, João Marcos era primo de Barnabé, assim como Ló era sobrinho e cunhado de Abraão. Só deve ir quem for chamado pelo Espírito Santo, assim como foi como foi com Barnabé e Saulo.

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