quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O CRENTE FRUTÍFERO


“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gl. 5:22,23).
          Fruto é, literalmente, produto da árvore, reino vegetal. Mas, figuradamente, pode ser também o produto do ser humano e dos animais, reino animal. (Dt. 28:4). Então, ser frutífero significa a árvore dar frutos, os animais dar crias, e os homens ter filhos. Mas há ainda outro sentido, que é dar frutos espirituais, gerar filhos espirituais, assim como o homem gera filhos físicos, biológicos. Em Gênesis Deus deu ordem a Adão e a Noé, para que frutificassem (Gn.1:28; 9:1), e em Êxodo 1:7, está escrito que os filhos de Israel “frutificaram e aumentaram muito”. Então, o crente frutífero é aquele que faz muitos discípulos, gera filhos espirituais? Tem algum sentido, mas não é o único modo de ser frutífero. O que &e acute; preocupante hoje, em boa parte da igreja, é que se estabeleceu como dogma, que o único fruto que o crente pode apresentar, é ter discípulos. É preocupante porque com essa atitude se ignora outros textos da Escritura, que claramente ensinam outra coisa. No caso de Gálatas 5:22,23, o fruto do Espírito, que nasce da intimidade entre o crente e o Espírito Santo, não são pessoas ou discípulos, mas qualidades de uma personalidade que reflete a natureza e o caráter de Deus. Paulo diz que “Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.” (I Co. 1:9). A prova de que alguém anda realmente em comunhão com Deus, é exibir, no seu caráter e na sua personalidade, a pessoa de Jesus Cristo, Filho de Deus. Amor, alegria, paz, existem numa personalidade realmente curada pelo Espírito de Deus. &E acute; a restauração da personalidade de Adão, antes de ter cometido pecado. Alguém em quem não há essas coisas, pode ter uma multidão de seguidores, pela força, magnetismo, e carisma de sua liderança, mas não é o fruto que Deus requer. São as qualidades de uma pessoa realmente liberta por aquele que disse “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (Jo.8:36). Longanimidade, benignidade, bondade, são as características de uma pessoa que reflete em si mesma, a natureza de Deus. E diz respeito à maneira de se relacionar com as outras pessoas. Uma pessoa que não tem essas qualidades, pode ter uma multidão de seguidores, mas não tem o fruto que Deus requer. Fidelidade, mansidão, domínio próprio, são necessários na pessoa que realmente quer dar fruto para Deus. Até porque os nossos discípulos, como os nossos filhos, serão semelhantes a nós. Antes de gerar filhos para Deus, temos de ter o nosso caráter mudado e a nossa alma curada da contaminação do pecado. A palavra “carne” que aparece em Gálatas 5:19-21,  é um eufemismo para esconder a figura de Satanás. Satanás é um espírito, assim como o Espírito Santo também. Só que Satanás é um espírito maligno, imundo, mentiroso e assassino, enquanto que o Espírito de Deus, é santo.  Somos influenciados por um desses espíritos. Paulo diz que o espírito mau “atua nos filhos da desobediência.”(Ef.2:2). As obras da carne são o resultado da atuação do espírito mau em nós, assim como o fruto do Espírito é o resultado da atuação do Espírito Santo em nós . Devemos primeiro ensinar às pessoas a obedecer a Deus, antes de encorajá-las a ter filhos, assim como fazemos com os nossos filhos biológicos. Jesus disse “fazei discípulos de todas as nações, batizando-os...ensinado-os a guardar (obedecer) todas as coisas que vos tenho ordenado.” O crente frutífero é aquele que tem em si o fruto do Espírito, e os filhos espirituais por ele gerados, são uma cópia de si mesmo, isto é, de Jesus.

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