No Antigo Testamento era o Deus Pai quem enviava os profetas, pois disse para Jeremias “Não digas: eu sou uma criança; porque aonde quer que eu te enviar, irás: e tudo quanto te mandar dirás.” (Jr. 1:7). E mais “Toma o cinto que compraste e trazes sobre os teus lombos, e levanta-te; vai ao Eufrates, e esconde-o ali na frente de uma rocha.” (Jr.13:4). E ao profeta Isaías “Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui envia-me a mim.” (Is.6:8). E dos falsos profetas “Não mandei os profetas, e todavia eles foram correndo; não lhes falei a eles, e todavia eles profetizaram.” (Jr. 23:21).
No Novo Testamento, durante o ministério publico de Jesus, este enviou os apóstolos e demais discípulos, como está escrito: “Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho das gentes, nem entrareis em cidades de samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel.” (Mt.10:5,6). E em Lc. 10:1 “E depois disto designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir.” E em Jo. 20:21 “Disse-lhes pois Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.” E em Mc. 16:15,16 “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” Então no A.T. era Deus o Pai que protagonizava o exercício da autoridade, mas durante o ministério público de Jesus, era o Deus filho quem o fazia.
Mas, no dia de Pentecoste, parece haver uma nova mudança de paradigma, pois o Espírito Santo desce sobre a igreja, com sinais semelhantes aos que aconteceram na outorga da lei no monte Sinai.
“E aconteceu, ao terceiro dia, ao amanhecer, que houve trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte, de maneira que estremeceu todo o povo que estava no arraial.” (Ex.19:16).
E em At. 2:2,3 “E de repente vem do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.”
O fenômeno do Monte Sinai, foi Deus o Pai dando a sua lei escrita a Moisés e ao povo de Israel. No Monte da transfiguração, aconteceu algo parecido, por isso eu o chamo de Monte Sinai do Novo testamento. No Monte da Transfiguração o rosto e a roupa de Jesus brilharam, Moisés e Elias apareceram brilhando, uma nuvem os cobriu com a sua sombra, e a voz de Deus foi ouvida, como no monte Sinai: “Este é o meu amado Filho; a ele ouvi.”(Lc. 17:28-36). O Deus que deu a sua lei no monte Sinai, agora diz que o filho falará em seu lugar. É a lei de Cristo.
As manifestações sobrenaturais são: O Pai se manifesta no monte Sinai, o Filho se manifesta no Monte da Transfiguração, e o Espírito Santo se manifesta no dia de Pentecoste, no cenáculo. É interessante que a fórmula profética do Antigo Testamento, “Assim diz o Senhor”, é mudada pelo profeta Ágabo para “Isto diz o Espírito Santo”. (At. 21:11). E, com respeito ao envio dos mensageiros comissionados, há também uma mudança de paradigma. O Pai enviou os profetas no Antigo testamento, e o Filho enviou os apóstolos no Novo. E agora, no livro de Atos, é o espírito Santo quem envia. “E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e mestres...E assim estes (Barnabé e Saulo), enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.” O Espírito Santo havia dito “Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.” (At. 13:1-4). Tanto Barnabé quanto Paulo, são chamados de apóstolos, em At.14:4,14).
Assim, sem diminuir a autoridade do Pai, nem a do Filho, nós estamos, por assim dizer, na Era do Espírito Santo, e podemos dizer que somos discípulos do Espírito Santo.
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