quinta-feira, 10 de julho de 2014

O PRINCÍPIO DE AUTORIDADE I


O Brasil é uma nação em que o cristianismo tem exercido muita influência religiosa, seja na sua forma católica, seja na sua forma protestante ou evangélica. Na verdade, não somente o Brasil, mas, de resto, toda a América Latina. Digo influência religiosa, porque não significa, necessariamente, influência moral. O cristianismo bíblico, ou até mesmo os valores morais do judaísmo, estão misturados com várias formas de religiosidade popular. 

Diante da derrota acachapante da seleção brasileira de futebol,  diante da seleção alemã, na Copa do Mundo, tenho ouvido e lido várias opiniões, comparando a cultura da Alemanha com a do Brasil. Mas a cultura Alemã não foi formada da noite para o dia. 

Em 1517, um monge alemão,  Martinho Lutero, começou um movimento que ficou conhecido como Reforma Protestante, baseado nos valores de um livro chamado Bíblia. Lutero ensinou os valores desse livro, e traduziu a Bíblia no idioma do povo comum. Lutero colocou a Bíblia nas mãos do povo. Respeitando as características próprias de cada povo, é inegável que há muita influência da Bíblia na cultura alemã. 

Tenho ouvido que o jeitinho brasileiro, a malandragem, e outros defeitos, são próprios do nosso povo. Será? Na verdade o pecado deformou o caráter de todas as nações, mas a Bíblia nos foi dada para corrigirmos os nossos defeitos, seja de maneira individual, seja coletiva. Mas não adianta muito encher a nação de religiosidade, seja cristã, seja de qualquer outra, se não observarmos, cuidadosamente os princípios que são ensinados no livro de Deus. 

Recentemente foi aprovada no Brasil a chamada Lei da palmada, em flagrante  desrespeito aos princípios ensinados na Bíblia, seja no Velho, seja no Novo Testamento. Não adianta o ser humano querer ser mais sábio do que Deus. Mas se não conseguimos mudar os valores da nação, e adotar os princípios bíblicos, podemos fazê-lo de forma individual. 

Vou falar um pouco sobre o Princípio da autoridade. A primeira criatura que quebrou esse princípio foi o próprio Satanás, quando se rebelou contra Deus. Depois, ele induziu Adão a fazer a mesma coisa. A partir daí ele fez muitos discípulos. Mas podemos dizer não às suas sugestões.

Tomemos o caso já bem conhecido de Davi e Urias. Sabemos que Davi cometeu dois pecados, e Urias um. Urias morreu e Davi ficou vivo. (II Sm.11,12). Os pecados de Davi foram adultério e homicídio ou assassinato, o de Urias foi rebeldia. Depois de ter engravidado a mulher de Urias, que estava na guerra, Davi mandou buscá-lo, tentando esconder o seu pecado, de maneira que ele pensasse que o filho era seu. Havia uma hierarquia envolvida na trama. Davi era o rei, Joabe era o general comandante do exército, e Urias era um guerreiro debaixo da autoridade de Joabe. Mas Urias teve dificuldade de discernir os graus de autoridade debaixo dos quais ele estava. Quando Urias chegou diante de Davi, este lhe disse “Desce a tua casa, e lava os teus pés.” (11:8). Era uma ordem, não era uma sugestão, nem um conselho. A Urias restava somente dizer, no bom estilo militar: Sim, senhor! Mas Urias era folgado. Na verdade ele não disse nada, não se rebelou com palavras, mas com atitude, pois “saindo Urias da casa real...não desceu a sua casa.” (11:8,9). Havia pessoas observando tudo, pois alguém disse a Davi “Urias não desceu a sua casa.” (11:10). Mas Davi confrontou o desobediente, dizendo-lhe “Por que não desceste a tua casa?”(11:10). Confrontado, Urias replicou com palavras, dizendo: “A arca, e Israel, e Judá ficam em tendas; e Joabe meu senhor e os servos de meu senhor estão acampados no campo; e hei de eu entrar na minha casa, para comer e beber, e para me deitar com minha mulher? Pela tua vida, e pela vida da tua alma, NÃO FAREI TAL COISA.” Vendo que Urias estava obstinado na sua desobediência, Davi não insistiu mais, pois “E Davi o convidou, e comeu e bebeu diante dele...PORÉM NÃO DESCEU A SUA CASA.” (11:13). 

Não vou hoje entrar nos detalhes, pois quero apenas demonstrar que a rebeldia tem trágicas conseqüências. “Então os frecheiros atiraram contra os teus servos desde o alto do muro, e morreram alguns dos servos do rei, e também morreu teu servo Urias, o heteu.” A Bíblia diz que toda a autoridade procede de Deus, que, na verdade, é a única autoridade que existe, sendo as demais, delegadas. No Brasil, mas não somente aqui,  este princípio está longe de ser respeitado. Tudo o que Deus fez está debaixo de autoridade, ou seja, a criação é hierarquizada. Até Jesus recebeu autoridade de Deus, pois disse “Toda a autoridade me foi dada nos céus e na terra”. Onde não há autoridade, há anarquia, ou seja, ausência de autoridade. Será que essas crianças que serão criadas sem disciplina, não se voltarão, no futuro, contra o próprio governo  e o Congresso que as liberou. Não estarão correndo perigo de ignorar o princípio de autoridade, e sofrer as conseqüências? Como o apóstolo Paulo disse “Vós , filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa; para que te vá bem, E VIVAS MUITO TEMPO SOBRE A TERRA.” (Ef.6:1-3). 

Respeite e autoridade de Deus, esteja ela delegada, na família, no Estado, na igreja, ou em qualquer outro lugar. Davi se arrependeu de seus pecados, Urias não. Por isso morreu. Afrontar a autoridade em qualquer nível, não é sábio, só os loucos fazem isso.

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