terça-feira, 15 de julho de 2014

JESUS E O PRINCÍPIO DE AUTORIDADE


1.       AUTORIDADE FAMILIAR
A família é uma instituição divina, como vemos desde que Deus criou Adão e Eva, que tiveram filhos.  Jesus nasceu a na família de José e Maria, e com certeza conhecia  o mandamento que está em Ex. 20:12 “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus, te dá”, e em Deuteronômio 5:16 “Honra a teu pai e a tua mãe, como o Senhor teu Deus te ordenou, para que se prolonguem os teus dias, e para que te vá bem na terra que te dá o Senhor teu Deus.”Lucas registra o episódio de Jesus com doze anos de idade, na festa da páscoa, em Jerusalém, quando seus pais voltaram para buscá-lo, com as seguintes palavras: “E desceu com eles, e foi para Nazaré,  E ERA-LHES SUJEITO.”  (Lc.2:51). Jesus respeitava o princípio de autoridade, sendo sujeito a seus pais. Porém, no caso do casamento em Caná, da Galiléia, Jesus parece  fugir a esse padrão. Depois de sua mãe comunicar-lhe que o vinho tinha acabado, ele lhe responde: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.” Geralmente, as traduções se apressam em colocar uma nora explicativa, dizendo “Mulher não é um termo desrespeitoso”.  Com certeza não,  mas  é normal? Por que Jesus se dirigiu assim a sua mãe. Ou por que qualquer filho se dirigiria assim a sua mãe? O rei Salomão respondeu à sua mãe: “PEDE, MINHA MÃE, PORQUE NÃO TE FAREI VIRAR O ROSTO.” (I Rs. 2:20). Esperava eu que Jesus respondesse nestes termos. Porém, vejamos onde aparece a expressão no Novo Testamento:
Mt.15:28 “Então respondeu Jesus, e disse-lhe:Ó mulher! Grande é a tua fé: seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã.”
Lc. 13:12 “E, vendo-a Jesus chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade.”
Jo. 4:21 “Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.”
Jo.8:10b “Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?”
Jo.19:26 “Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente,  disse à sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.”
Jo. 20:15 “Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem buscas?”

Em todos esses textos, Jesus parece estar, deliberadamente, evitando, dar um caráter de intimidade.  Maria, sua mãe, e Maria Madalena, ele conhecia bem. Mas parece estar dando uma mensagem para elas.É como se estivesse dizendo “Vocês me conheceram como um homem normal, mas é chegada a hora de vocês me conhecerem como o Messias, como o Filho de Deus.”  Para Maria, é como se ele estivesse dizendo “Embora você me tenha conhecido como seu filho, agora já não o sou mais, mas sou Filho de Deus”. Paulo parece ter captado esse fato , quando escreveu: “Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne, e, ainda que tenhamos conhecido a Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos deste modo.” Mulher não é um termo desrespeitoso, mas não é um termo de intimidade, é como você trata uma estranha. Então, a autoridade na família foi respeitada por Jesus, que era o primogênito, e tinha o direito de herdar a autoridade do pai, depois da morte deste.

2.       A AUTORIDADE RELIGIOSA
Jesus estava também debaixo da autoridade religiosa, no seu caso, o Judaísmo. O Sumo Sacerdote era a maior autoridade dentro do Judaísmo. Quando da maioridade de Jesus, o sumo sacerdote era Caifás. Embora Lucas diga que havia dois sumos sacerdotes, Anás e Caifás, sendo Anás sogro deste último, certamente somente um era legítimo, pois é impossível que Deus respaldasse tal coisa, à luz do Antigo Testamento. Era como se houvesse dois maridos na família e dois Imperadores romanos. A autoridade não pode ser dividida igualmente por duas pessoas, mas repousa somente sobre uma. Até mesmo na Trindade, o Pai manda no Filho, e Este manda no espírito Santo, que manda em nós. Só o diabo quer criar cobra de duas cabeças para gerar confusão. No ocidente moderno, o marido e a mulher têm a mesma autoridade, dentro de casa, e só poderia dar no que temos visto, confusão. Então, só Caifás era o sumo sacerdote legítimo. Tanto é que Jesus fala com Anás com uma liberdade, que não usa quando fala com Caifás. (Jo 18:2024). Paulo afrontou o sumo sacerdote, mas segundo as suas palavras, foi sem querer. “Mas o sumo sacerdote, Ananias, mandou aos que estavam junto dele que o ferissem na boca. Então Paulo lhe disse: Deus te ferirá, parede branqueada; tu está aqui assentado para julgar-me conforme a lei, e contra a lei me mandas ferir? E os que ali estavam  disseram: Injurias o sumo sacerdote de Deus? E Paulo disse: Não sabia, irmãos, que era o sumo sacerdote; porque está escrito: não dirás mal do príncipe do teu povo.”  Parece que Paulo se arrependeu de ter desrespeitado o sumo sacerdote. Bem, agora Jesus está diante do sumo sacerdote Caifás. “E, levantando-se o sumo sacerdote, disse-lhe: Não respondes coisa alguma ao que estes depõem contra ti? Jesus, porém, guardava silêncio. E, insistindo o sumo sacerdote, disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus. Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o filho do homem assentado à direita do poder, e vindo sobre as nuvens do céu.” (Mt.26:62-64). Jesus não desrespeitou a autoridade do sumo sacerdote, nem se defendeu, mesmo sabendo que era inocente. Na sequência, está escrito “ENTÃO O SUMO SACERDOTE RASGOU OS SEUS VESTIDOS”. Parece que Caifás não andava lendo a sua Bíblia, pois Levítico 21:10, diz “E o sumo sacerdote entre seus irmãos, sobre cuja cabeça foi derramado o azeite da unção, e que for sagrado para vestir os vestidos, não descobrirá a cabeça NEM RASGARÁ OS SEUS VESTIDOS.” O sumo sacerdote transgrediu a lei, e condenou a Jesus, que era inocente. Mesmo assim, Jesus não o desacatou, mas se submeteu a ele. Será que temos respeitado as autoridades religiosas legítimas, instituídas por Deus?

3.       AUTORIDADE POLÍTICA
Lucas registra que foi no décimo quinto ano do reinado de Tibério césar, que João Batista começou o seu ministério (Lc. 3:1), e que Pôncio Pilatos era o governador da Judéia. Tenho ouvido dizer que a família e a igreja são instituições divinas. Não significa que são instituições isentas de erro, pois muitas vezes têm errado muito. O Estado também é uma instituição divina, Isto é, criado por Deus. E por ter, muitas vezes, errado tanto, têm sido visto, quase como maligno, isto é, criado pelo diabo. Paulo diz,  em Romanos 13,  que as autoridades do estado foram constituídas por Deus. Ele chama de magistrados, porque naquele tempo, ainda não havia a divisão tripartite dos poderes.  Ele diz “Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus”. (Rm. 13:2). Pedro chama de “ordenação humana” (I Pd. 2:13), não porque tenha sido criada pelo homem, mas porque constituídas por humanos, embora tenha sido criada por Deus. Pilatos perguntou a Jesus “Tu és o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu dizes isto de ti mesmo, ou disseram-te outros de mim? Pilatos respondeu: Porventura sou eu judeu? A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim; que fizeste?  Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. Disse-lhe pois Pilatos: Logo tu és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade? “(Jo. 18:33-38). Em Jo.19:9-11, há outro diálogo entre Jesus e Pilatos. “E entrou outra vez na audiência e disse a Jesus: Donde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta. Disse-lhe pois Pilatos: Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho autoridade para te crucificar e para te soltar? Respondeu Jesus: Nenhuma  autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada; por isso aquele que me entregou a ti maior pecado tem.”  Jesus reconheceu que Pilatos tinha autoridade sobre ele. Essa autoridade tinha sido dada pelo Imperador romano, que a tinha recebido de Deus. Parece coisa dos povos atrasados do passado, cujos governantes derivavam sua autoridade dos deuses, para enganar o povo. Mas aqui é a Escritura. Pode ser, e com certeza é, que os homens tenham abusado desse princípio, mas não podemos descartá-lo, pois o mesmo Deus que respalda a autoridade do governante, também  lhe pede contas. Belsazar, o rei dos caldeus, por ter abusado da sua autoridade, e profanado os vasos sagrados do templo de Jerusalém, foi julgado por Deus. No auge do Banquete sacrílego, “apareceram uns dedos de mão humana que escreviam no reboco da parede do palácio real, defronte do castiçal; e o rei via os dedos que estavam escrevendo.” Nessa hora toda a altivez do monarca caiu por terra, pois percebeu que tinha chegada a sua hora. “Então a fisionomia do rei mudou, e seus pensamentos o perturbaram; suas pernas ficaram fracas e seus joelhos batiam um no outro.” Daniel foi chamado para ler a inscrição, e leu: “Deus contou os dias do teu reino e pôs fim nele. Foste pesado na balança e foste achado em falta. O teu reino está dividido e entregue aos medos e persas.”  Seria bom que os nossos governantes meditassem nessas palavras, pois a história termina com estas palavras: “Naquela mesma noite foi morto Belsazar, o rei dos babilônios.” (Dn.5). Façamos a nossa parte, respeitando a autoridade legítima, constituída por Deus, e oremos para que Ele faça justiça. Herodes matou o apóstolo Tiago, à espada, mas a vingança de Deus veio logo, em resposta à oração da igreja. “E no mesmo instante feriu-o o anjo do Senhor, porque não deu glória a Deus; e, comido por vermes, morreu.” (At.12:23).

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