segunda-feira, 14 de julho de 2014

O PRINCÍPIO DE AUTORIDADE II


Quando a nação de Israel era vassala da Pérsia, no tempo do rei Assuero,  foi assinado um Decreto de extermínio de todos os judeus. “E em todas as províncias aonde a palavra do rei e a sua lei chegava, havia entre os judeus grande luto, com jejum,  e choro, e lamentação; e muitos estavam deitados em sacos e cinzas.” (Et. 4:3). Esta situação é muito semelhante ao que Hitler fez com os judeus, durante a Segunda Guerra Mundial, no que ficou conhecido como Holocausto. Mas há um princípio espiritual envolvido aqui, que pode ser aplicada a cada ser humano, individualmente. 

Quando recebemos uma má notícia, podemos até nos desesperar, como Israel fez,  mas é prudente procurar saber o que ocasionou tal situação. No caso de Israel na Pérsia, havia um motivo. Quem desencadeou a tragédia foi Mardoqueu, quando não soube lidar com o princípio de autoridade. Antes disso acontecer, a Escritura narra o seguinte: “Depois destas coisas o rei Assuero engrandeceu a Hamã, filho de Hamedata, o agagita, e o exaltou, pondo-lhe o assento acima dos de todos os príncipes que estavam com ele.”  (Et. 3:1). 

Lembrando que a autoridade estava sobre o rei Assuero, e ele, usando dessa autoridade, exaltou a Hamã. Então, depois do rei, Hamã era a maior autoridade, e quem desobedecesse a Hamã, estaria, por tabela, desonrando o rei. Vejamos o que diz o Novo Testamento: “Sujeitai-vos pois a toda a ordenação humana por amor do Senhor: quer ao rei, como superior; quer  aos governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para o louvor dos que fazem o bem. Porque assim é a vontade de Deus...Honrai a todos. Amai os irmãos. Temei a Deus. HONRAI O REI.”  (I Pd. 2:13,14,17). E mais ainda: “Toda alma esteja sujeita  às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à autoridade  resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.” (Rm.13:1,2).  Foi o que Mardoqueu fez. 

O texto de Ester diz: “O todos os servos do rei, que estavam à porta do rei, se inclinavam  e se prostravam diante de Hamã, PORQUE  ASSIM TINHA ORDENADO O REI ACERCA DELE.” Era ordem do rei que se inclinassem diante de Hamã. Quem não fizesse isso, estaria ofendendo o rei, antes de Hamã. Mardoqueu não obedeceu ao rei, pois está escrito: “PORÉM MARDOQUEU NÃO SE INCLINAVA  NEM SE PROSTRAVA.” (Et.3:  2b).  Mardoqueu teve oportunidade de se retratar, de se arrepender, mas não o fez, pois os servos do  rei, o interpelaram, dizendo: “POR QUE TRASPASSAS O MANDADO DO REI?  Sucedeu pois que, dizendo-lhe eles isto de dia em dia, e não lhe dando ele ouvidos, o fizeram saber a Hamã...” É claro que Hamã, orgulhoso como todo ser humano, não tolerou tal comportamento. Conseguiu, junto ao  rei, autorização para matar, não somente Mardoqueu,  mas também a todo o povo de Mardoqueu , pois soubera que este era judeu.  Mardoqueu afrontou a autoridade do rei e a de Hamã. Mardoqueu foi inconseqüente, e, somente depois que soube do decreto de extermínio de todo o seu povo, foi que caiu em si. 

“Quando Mardoqueu soube tudo quanto se havia passado, rasgou Mardoqueu os seus vestidos, vestiu-se de um saco com cinza, e saiu pelo meio da cidade, e clamou com grande a amargo clamor.” Nestes tempos de anarquia, convém atentarmos para os ensinamentos da palavra de Deus, para não termos de lamentar depois. Para encurtar a história, sabemos que o Decreto foi anulado, e Israel foi salvo, mas há dois atos que foram realizados, e que foram responsáveis pela anulação.

Diz-se que cada atitude  de honra, anula uma atitude desonra. Pode ser, pois antes de desonrar o rei, Mardoqueu praticou uma atitude de honra para com ele. Dois eunucos do rei, fizeram uma conspiração para matá-lo, tendo sidos denunciados por Mardoqueu, atravás da rainha Ester. Isto foi escrito nas crônicas perante o rei. Muito tempo depois, o rei perdeu o sono, e mandou trazer  o livro das memórias das crônicas, e se leram perante o rei. (Et. 6:1-14). (A televisão ainda não tinha sido inventada).  A partir daí o rei tinha um motivo para gostar de Mardoqueu, e o recompensou. Outra atitude nobre de Mardoqueu, foi que ele criou Hadassa, que é Ester, sua prima, que ficara órfã de pai e mãe.  No decorrer da história, Ester se tornou rainha,  esposa do rei Assuero.  Apesar de Hamã ter se tornado poderoso no reino, junto ao rei, havia uma pessoa mais poderosa do que ele, a esposa Ester, que conquistara o coração de seu marido. Foi por meio desse relacionamento que Israel foi salvo. Ester  honrava seu marido. 

Aliás, há um deliberado contraste entre a atitude rebelde da esposa Vasti, que desonrou seu marido, ao recusar atender ao seu chamado, e atitude submissa de Ester, que foi ao rei sem ser chamada. O ato rebelde de Mardoqueu foi uma desonra, que resultou no decreto de extermínio de todo o seu povo.  Se você perceber alguma semelhança com o caso de Adão, não é mera coincidência. Mas dois atos de honra de Mardoqueu, um em relação ao rei, e outro em relação à rainha, e um ato de honra de Ester, em relação ao rei, anularam o decreto de extermínio.  Se você está sofrendo por ter desonrado a autoridade de alguém, comece a praticar atitudes de honra, para anular as conseqüência da desonra. “Honrai a todos. Amai os irmãos. Temei a Deus. Honrai o rei.”

Nenhum comentário: